JOGOS: Paper Mario: The Thousand-Year Door | Análise

31.5.24

O mais recente título que nos chegou às mãos foi o Paper Mario: The Thousand-Year Door, na sua versão de Nintendo Switch, um remake do jogo original, lançado no longínquo ano de 2004 para a plataforma GameCube.

Considerado por muitos dos fãs como o melhor título da franquia Paper Mario, The Thousand-Year Door marcou uma geração, sobretudo dos amantes dos RPGs com combates por turnos. Por isso, quando foi anunciado o seu remake, a numerosa legião de fãs (na qual eu não me incluo), ficou extasiada e ansiosa que a data do seu lançamento chegasse o mais rápido possível. Será que este título, cumpriu a expetativas criadas e esteve à altura do seu legado? É o que vamos descobrir um pouco mais à frente.

NARRATIVA

De uma forma bem sucinta, o jogo começa por nos dar a conhecer uma bela cidade, à beira-mar plantada, que fruto de um infeliz incidente, nada mais do que um cataclismo, acaba por se afundar completamente nas profundezas da terra! Tempos depois, uma nova localidade de nome Rogueport, uma infame cidade de bandidos, começa a ser edificada precisamente no mesmo local, no entanto, nas ruínas da cidade antiga, é instalada uma porta, a Milenar Door. Existe um mito, que essa porta é único entrave para se ter acesso às inúmeras riquezas, porém, para se conseguir abrir é necessário ser possuidor das sete lendárias Estrelas de Cristal.

A princesa Peach conseguiu enviar um mapa com a localização das estrelas ao Mario, mas mesmo antes de este chegar a Rogueport, a princesa é raptada pelo X-Nauts, um gangue de vilões liderados por Grodus, que têm o mesmo objetivo, ficar com o valioso tesouro. Porém, estes não são os únicos hostis, pois como não poderia deixar de ser, o habitual Bowser, também está envolvido. Cabe a Mario tentar apanhar todas as estrelas, bem como (mais uma vez) salvar a princesa Peach.

Cabe a Mario tentar apanhar todas as estrelas, bem como (mais uma vez) salvar a princesa Peach.

JOGABILIDADE

Tal como referido acima, Paper Mario: The Thousand-Year Door é um RPG com um sistema de combate por turnos. Durante a demanda, as personagens podem encontrar espalhados no mapa diversos itens que devem ser usados para potenciar as capacidades e habilidades de cada um, dentro e fora dos combates. Existem também as insígnias, que podem ser utilizadas depois de acumular uma certa quantidade de Pontos de Insígnia (BP), aprimorando permanentemente uma habilidade especifica. Essas insígnias podem ser encontradas espalhadas nos cenários ou depois de derrotar alguns desavindos. Ao longo do jogo, o jogador pode ir acrescentando personagens ao grupo do Mario, cada uma com habilidades específicas e vocacionadas para uma determinada situação, como ativar interruptores à distância ou remover objetos do caminho. Mario também poder ser transformado em formas bastante particulares, como por exemplo, um avião de papel, de modo a atingir locais mais distantes.

Voltando ao combate por turnos, assim que se dá início à batalha, o jogo leva-nos para uma espécie de palco de um teatro, com uma plateia de espetadores, que avaliam o desempenho dos lutadores, permeando-os em caso de boas prestações ou atirando objetos que causam dano, se o espetáculo não for do seu agrado. As ações do grupo de lutadores resumem-se atacar um inimigo, usar um item ou trocar um parceiro por outro. Cada um possui os seus Pontos de Vida (HP) que vão diminuindo sempre que sofrem um ataque e quando os do Mario chegam a zero, o jogador perde a batalha. Existem ainda ataques fortes que exigem Pontos de Flor (FP) e ataques especiais depois de vencer os confrontos.

Durante a demanda, as personagens podem encontrar espalhados no mapa diversos itens que podem ser usados para potenciar as capacidades e habilidades de cada um...

LONGEVIDADE

Paper Mario: The Thousand-Year Door não é um daqueles jogos que agradam de imediato a todos. Mesmo após algum tempo a jogar, seguramente, que alguns vão desistir por distintos motivos. Seja por não gostarem do estilo do jogo, ou por não se enquadrarem na trama ou simplesmente porque não. Ainda assim, os RPGs, normalmente, possuem uma comunidade extremamente dedicada e aficionada, que gostam de explorar exaustivamente todos os cantinhos do mapa, conseguir todos os colecionáveis e itens especiais. Esses seguramente vão ter longas horas de jogo, especialmente aqueles que pretendem completar o título ao máximo.

Para os restantes, só pelo facto de ser uma experiência realmente enriquecedora e extremamente charmosa, todos, que tiverem possibilidades, deveriam tentar concluir a história do início ao fim.

Paper Mario: The Thousand-Year Door não é um daqueles jogos que agradam de imediato a todos.

GRAFISMO E SONOPLASTIA

No que concerne ao grafismo, temos mesmo que “levantar o chapéu” aos responsáveis do remake, nessa vertente, uma vez que Paper Mario: The Thousand-Year Door exala carisma e sedução, sendo impossível ficar indiferente, mesmo não sendo dos mais fanáticos fãs de Mario e companhia. Os cenários e personagens são efetivamente fantásticas, todos eles dando aquela sensação incrível de serem de papel e extremamente frágeis, repletos de efeitos visuais encantadores, melhorados para a Nintendo Switch. Assim de repente, saltam à vista locais icónicos como Boggly Woods e Pirate's Cove, que para mim foram, sem dúvidas, os mais deslumbrantes.

A banda sonora foi também ela renovada, dando claramente mais vida e atitude à aventura, e com múltiplas variações, de acordo com o local onde nos encontramos, ou seja, temas mais sinistros quando no encontramos a explorar masmorras ou músicas mais festivaleiras e animadas quando nos encontramos, por exemplo, na ilha flutuante de Glitzville. E estes são apenas dois pequenos exemplos, uma vez que certamente, durante a demanda vão notar essas variações facilmente.

Um aspeto que não me canso de referir e que para mim não faz qualquer sentido, é o facto Paper Mario: The Thousand-Year Door não ter a presença do idioma Português, nos menus e textos do jogo. É realmente redutor, sobretudo para aqueles mais jovens e que não dominam o inglês, não poderem usufruir dos idiomas mais utilizado no mundo inteiro e só para se ter um termo de comparação, o neerlandês está contemplado no jogo. Lamentável e incompreensível.

...Paper Mario: The Thousand-Year Door exala carisma e sedução, sendo impossível ficar indiferente, mesmo não sendo dos mais fanáticos fãs de Mario e companhia.

CONCLUSÃO

Paper Mario: The Thousand-Year Door é (ou foi) considerado por muitos com um dos melhores RPGs criados para a Nintendo. Agora, fruto de uma “roupagem” moderna e corrigidos alguns pormenores, ficou ainda num patamar mais elevado. Pessoalmente, como já referido acima, eu não sou o maior dos adeptos dos títulos com combates por turno, por isso mesmo, não consegui enquadrar-me da melhor forma na experiência, no entanto, terminei-a.

Ainda assim, considero que o tempo passado a comandar os destinos de Mario e companhia foi positivo, uma vez que o jogo possuí, sem qualquer tipo de dúvidas, aquele carisma e charme, que só os títulos com a chancela Mario, conseguem proporcionar, cativando até o mais cético dos jogadores. E quando assim é, está quase tudo dito!

Em jeito de conclusão, Paper Mario: The Thousand-Year Door não irá agradar de imediato a todos, sendo necessário tempo, paciência e, sobretudo, ser amante do estilo de combate por turnos. Ainda assim a experiência acaba por ser enriquecedora, fruto de uma história cativante e divertida, e de um grafismo bastante particular e carismático.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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