Nos últimos dias, recebemos mais um jogo, desta vez o The Precinct, um título que foi buscar inspiração nos primeiros Grand Theft Auto, especialmente na perspetiva top-down, mas ao invés de sermos um fugitivo fora da lei, desta vez o protagonista é, nada mais, nada menos, do que um agente da autoridade.
INTRODUÇÃO
Trazido ao mundo pelas mãos do estúdio de desenvolvimento Fallen Tree Games e publicado mundialmente pela Kwalee, The Precinct é um jogo de ação-aventura em mundo aberto, inspirado nos filmes policiais dos anos 80 e 90, com uma visão isométrica numa perspetiva top-down e tal como referido um pouco acima, apresenta muitas semelhanças com a jogabilidade existente nos primeiros GTAs.
A versão que tivemos acesso e que serviu de base para este artigo de opinião, foi a de PlayStation 5, contudo o título está também disponível para a Xbox Series X/S e PC.
NARRATIVA
A história ocorre em Averno City, uma localidade fictícia cujas homogeneidades com New York City são por demais evidentes, onde o jogador assume o papel de Nick Cordell Jr, filho do falecido chefe da polícia, acabado de sair da academia de polícia e que está a dar os primeiros passos como agente de segurança pública, contudo este é subitamente atirado para uma cidade devastada pelo crime, corrupção e injustiça, onde vai ter que fazer cumprir a lei.
As tarefas são as amiúde de um agente da lei, passando pela necessidade de passar multas de trânsito, revistas a pessoas suspeitas, apreensão de drogas, perseguições a veículos infratores, detenção de criminosos, entre outras atividades, que certamente terão a possibilidade de experienciar durante a demanda.
No entanto, como um bom policial, vamos descobrindo pontas soltas da história que estão conectadas à morte do Pai, envolvendo conspirações, funcionários da polícia corruptos e até ascensão dos gangues que assolam a população de Averno City.
Para quem sempre sonhou em ser um agente da autoridade, The Precinct é a oportunidade perfeita!
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A história ocorre em Averno City, uma localidade fictícia cujas homogeneidades com New York City são por demais evidentes... |
JOGABILIDADE
Em primeiro lugar, The Precinct não é um verdadeiro simulador de polícia, apesar de funcionar frequentemente da mesma forma que os diversos simuladores. O jogador tem que realizar turnos diários, efetuando trabalhos policiais específicos em determinadas zonas da cidade. Com o desenrolar da trama, o jogador passa a conseguir escolher a atividade que pretende realizar, mas o essencial passa sempre por vaguear pela cidade e fazer cumprir a lei.
Os primeiros momentos do jogo servem como uma espécie de tutorial, onde somos acompanhados pelo nosso parceiro e aprendemos a realizar as nossas primeiras missões, que passam por ir comer um cachorro quente ao uma rulote (algo bem típico das forças de segurança americanas), mas rapidamente somos chamados para impedir um assalto a um banco. Depois de sermos bem-sucedidos, efetuamos outras missões, como perseguições de carro, onde aprendemos os básicos, desde a pedir reforços por helicóptero e até faixas de pregos para danificar as viaturas dos suspeitos. Seguem-se outras tarefas, como verificar infrações de estacionamento, excessos de velocidades, atos de vandalismo e até auxílio a outros policias pilotando um helicóptero. No final destas missões de ensino, somos convidados para ir a um bar, onde o chefe solicita o nosso apoio numa investigação sobre um gangue que está a operar clandestinamente na cidade. Assim que conseguimos deter o suspeito e descobrimos algumas pistas, começa a verdadeira jogabilidade livre no mundo aberto de Averno City, onde temos que ir gerindo as tarefas de um regular agente da lei, mas simultaneamente, tentando descobrir o mistério do falecimento do nosso pai.
Um detalhe interessante, não podemos aplicar o uso de autoridade sobre alguém que não esteja a incumprir, sobre a pena de perder experiência e reputação, e até em último caso, ter de recomeçar a missão desde a última gravação. Por isso, é deveras importante, sempre que abordamos algum suspeito, verificar se a sua documentação está em ordem, revistar na tentativa de encontrar substâncias proibidas, entre outras situações.
A jogabilidade é simples, intuitiva e funciona de uma forma bastante assertiva, contudo existem alguns momentos frustrantes, como por exemplo o helicóptero não subir muito e embater nos prédios mais altos, ou até mesmo em determinadas manobras quando a conduzir a nossa viatura de serviço. Por outro lado, a inteligência artificial dos NPCs deixa uma pouco a desejar, principalmente nos policias que nos fazem o apoio (quando o solicitamos), mas passo a explicar. Quando solicitamos o apoio de uma viatura, rapidamente esta aparece a tentar travar o carro do suspeito, contudo eles não se preocupam com os civis, causando um autêntico caos na cidade até finalmente conseguirmos travar os bandidos. Desde travagens completamente loucas até a um amontoado desenfreado de carros, tudo é possível. Ainda assim, nada que prejudique a experiência, porque no geral é bastante satisfatória.
Depois de sermos bem-sucedidos, efetuamos outras missões, como perseguições de
carro, onde aprendemos os básicos, desde a pedir reforços por helicóptero...
LONGEVIDADE
Não vamos necessitar de muitas horas para concluirmos a trama de The Precinct, isto se nos focarmos essencialmente nas missões principais. Apesar de em Averno City existir sempre muitas atividades para realizar, o ciclo do jogo, acaba sempre por ser repetitivo.
Se conseguirem viver com isso, então terão muitas mais horas de jogo pela frente, pois frequentemente existem infratores por todo o lado e nós, como um bom agente da lei, temos, evidentemente que atuar.
Ainda assim, apesar de não existirem grandes motivos para voltarmos a repetir a aventura em Averno City, a vontade de voltar a vestir o uniforme de polícia para impormos a ordem nas ruas da cidade, pode ser o bastante para aparecemos de novo ao serviço!
Não vamos necessitar de muitas
horas para concluirmos a trama de The Precinct, isto se nos focarmos
essencialmente nas missões principais.
GRAFISMO E SONOPLASTIA
The Precinct, tal como já mencionado no topo deste artigo de opinião, apresenta uma visão isométrica com uma perspetiva top-down, onde a cidade de Averno City aparece muito bem caracterizada ao estilo da época onde a ação decorre, os anos 80. Os veículos, os edifícios, as personagens, as ruas, os letreiros das lojas, o sistema de iluminação (e podia continuar a lista) tudo está perfeitamente recriado, tornando cada local, um convite à exploração.
Todavia, tenho que mencionar uma situação que não me desiludiu cabalmente, as cutscenes de imagens estáticas com caixas de texto. Atualmente, vivemos uma época avançada tecnologicamente, que os jogos já não deveriam presentear o jogador com situações desse género, fazendo lembrar títulos lançados nos anos 90 onde as limitações do hardware eram impeditivas de criar algo mais evoluído.
Por outro lado, o voice acting é igualmente desajeitado e dá sensação que foi editado apressadamente, sem tempo para ter um melhor polimento. As personagens falam à vez e experienciei algumas pausas entre os diálogos que causaram uns segundos de silencio um pouco estranhos. A banda sonora, realmente aumenta a empolgação e a imersão na ação, no entanto, apenas em determinadas ocasiões é que essa situação se verifica. Penso poderá ser um aspeto a rever pelos estúdios de desenvolvimento, através de uma atualização futura, mas até à data, nada foi alterado.
Todavia, tenho que mencionar uma
situação que não me desiludiu cabalmente, as cutscenes de imagens
estáticas com caixas de texto.
CONCLUSÃO
Resumindo, The Precinct foi uma agradável surpresa, muito por causa da sua visão isométrica numa perspetiva top-down que fez recordar o saudoso GTA. Narrativa habitual dos clássicos filmes de polícias, jogabilidade divertida apesar de alguma repetibilidade. Cutscenes completamente datadas e alguns problemas de voice acting, foram os aspetos menos positivos.
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas
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