JOGOS: Out of Sight | Análise

2.6.25

Numa altura de muitos lançamentos, tivemos a oportunidade de jogar Out of Sight, um título indie de terror, não muito intenso e visceral, mas com uma premissa bastante curiosa, que explicaremos mais à frente.

INTRODUÇÃO

Desenvolvido pelos estúdios suecos The Gang e publicado pela Starbreeze Entertainment, Out of Sight é uma aventura com resolução de puzzles e enigmas, numa atmosfera de horror (na verdade é muito light horror) onde a personagem principal é uma jovem invisual, que tem que confiar no seu melhor amigo, o urso de peluche, para se deslocar numa mansão assustadora e descobrir os mistérios.

Out of Sight está disponível nas plataformas PlayStation 5, Xbox Series X|S, PC e Steam VR. As versões para a Nintendo Switch, Meta Quest e PlayStation VR2, chegarão num futuro próximo. No entanto, a versão de PlayStation 5 foi a que serviu de base para este artigo de opinião.

NARRATIVA

Quando a narrativa de começa, os pormenores da situação da protagonista permanecem desconhecidos para o jogador. A personagem principal é uma jovem menina de nome Sophie, que infelizmente é cega, está sozinha e completamente perdida numa mansão. É uma criança indefesa que está a ser perseguida por adultos implacáveis e estas pessoas não são nada boas. Para piorar ainda mais a situação tenebrosa, uma presença sombria perturba ativamente as tentativas de fuga de Sophie, sem se saber o porquê.

No meio deste cenário, Sophie recorre ao seu melhor amigo é Teddy, um urso de peluche que funciona como um guia para que a jovem consiga superar os obstáculos. A maior particularidade é que ela consegue ver o mundo através dos olhos de Teddy e em conjunto, necessitam de cooperar para descobrir por que razão eles se encontram na medonha e assustadora mansão, bem como perceber o que aconteceu à visão de Sophie, para além de desvendar os mistérios que assolam e inquietam o local.

Sophie recorre ao seu melhor amigo é Teddy, um urso de peluche que funciona como um guia para que a jovem conseguia superar os obstáculos.

JOGABILIDADE

Out of Sight apresenta uma jogabilidade interessante e refrescante, uma vez que mistura assertivamente duas perspetivas distintas, em primeira e segunda pessoa. Inicialmente pode parecer um pouco estranho, mas consoante avançamos na aventura, acabamos por perceber que é um sistema agradável e, acima de tudo, modelarmente funcional. É sem dúvida um conceito inteligente apresentado pelos estúdios de desenvolvimento, que através de um tema sensível como a cegueira, conseguiram encontrar uma forma de um encaixar no título que merece ser experimentado por todos.

O objetivo do jogo é escapar! Em certas zonas, Sophie necessita de colocar Teddy num determinado local e a visão passa de imediato para segunda pessoa, possibilitando que a solução do quebra-cabeça ou puzzle seja encontrada e consequentemente ultrapassado. Assim que o objetivo seja cumprido, a jovem pega no urso de peluche e a visão passa novamente para primeira pessoa, dando seguimento à aventura e assim sucessivamente.

Por norma, a dificuldade não é intricada, nem tão pouco inultrapassável, normalmente bastando alguma atenção mais veemente aos elementos do cenário. Premir num botão, mover alguns objetos, puxar alavancas e por aí fora, são algumas (muitas) das mecânicas que iremos enfrentar. Todavia, o tempo de execução aliada a ansiedade em sair dali o mais rapidamente possível, provoca alguns contratempos e falhas, aumentando um pouco a dificuldade e consequentemente o sistema nervoso do jogador.

É realmente de louvar o trabalho da equipa de desenvolvimento no aprimorar da jogabilidade, não se limitando a “jogar” com os ângulos da camara. O estúdio criou mecânicas interessantes, para obrigar o jogador a usar com assertividade ambas a perspetivas, de modo a ultrapassar os obstáculos e resolver os enigmas.

Out of Sight apresenta uma jogabilidade interessante e refrescante, uma vez que mistura assertivamente duas perspetivas distintas, em primeira e segunda pessoa.

LONGEVIDADE

Out of Sight é um jogo curto, muito curto! Os jogadores mais experientes, apenas precisarão poucas horas para completar a experiência na sua totalidade, não sobrando grandes motivos para repetir a aventura na mansão assustadora.

Apesar de ser um título de terror, Out of Sight não um jogo verdadeiramente aterrador e/ou violento. Aliás a sua classificação PEGI 7, atesta bem essa situação. É um jogo que cria tensão e deixa uma sensação inquietante e de nervosismo, criando ansiedade sabendo que podemos ser apanhados a qualquer altura.

Apesar de ser um título de terror, Out of Sight não um jogo verdadeiramente aterrador e/ou violento.

GRAFISMO E SONOPLASTIA

O estilo estético sinistro de Out of Sight é um dos seus aspetos que saltam de imediato à vista. Os ambientes claustrofóbicos e cenários misteriosos, sempre em tons escuros, deixam-nos de imediato ligeiramente apreensivos. Não é horripilante, nem é aquele cenário tenebroso e com muito sangue, ou seja, violento a qualquer custo, mas a mansão tem algo que não permite que nos sintamos à vontade nela.

A sonoplastia também tem (e muita) responsabilidade no enriquecimento da experiência. Para se ter uma pequena ideia e a título exemplificativo, os ruídos de fundo e até o som das tábuas do chão ao serem pisadas, criam perturbação e fazem acelerar o batimento cardíaco. A interpretação de voz é bastante sólida, quer da protagonista principal, mas essencialmente das personagens que estamos a fugir, mais uma vez, contribuindo de uma forma decisiva para o escalar do medo.

Por fim, a musicalidade também se apresenta num nível alto, transmitindo as sensações corretas na devida altura. É um trabalho bastante similar ao existente em filmes de terror, onde simplesmente ao ouvirmos a música a aumentar de intensidade, pressentimos de imediato que algo de errado vai acontecer.

Os ambientes claustrofóbicos e cenários misteriosos, sempre em tons escuros, deixam-nos de imediato ligeiramente apreensivos.

CONCLUSÃO

Resumindo, Out of Sight acaba por ser uma experiência singular especialmente pela mudança da perspetiva entre primeira e segunda pessoa. Não é um terror esmagador, aliás a sua classificação etária é PEGI 7, mas cria tensão e deixa uma sensação inquietante e de nervosismo. Grafismo muito bem idealizado e uma sonoplastia bastante competente, contudo é uma experiência demasiado curta.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas

 


 
 

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