JOGOS: Trident's Tale | Análise

23.5.25

O mais recente título que tivemos a oportunidade de testar, em acesso antecipado, foi o Trident's Tale, uma aventura baseada no universo popular e fantástico dos Piratas, que ao longo de tantos anos proporcionou incríveis histórias e contos fantasiosos.

INTRODUÇÃO

Criado e publicado pelos estúdios italianos 3DClouds, fundado em 2016, mas com alguns projetos interessantes já disponibilizados no mercado internacional, como Paw Patrol, HotWheels, Transformers e Fast & Furious Spy Racers, sendo que desta vez o estúdio virou-se para o mundo dos Piratas, algo que é sempre bem recebido pela maioria dos amantes dos videojogos.

Trident's Tale está disponível para as plataformas PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series X|S, PC, mas também para a Nintendo Switch, sendo esta última a que recebemos e que serviu de base para este artigo de opinião.

Caso nunca tenham ouvido falar desta experiência de pirataria, Trident's Tale é uma aventura singleplayer que ocorre num mundo vibrante e colorido, repleto de magia, onde a protagonista principal é aspirante a pirata Ocean, que imediatamente embarca numa viagem épica para descobrir riquezas e fortuna.

NARRATIVA

Tal como é amiúde na maioria das histórias sobre Piratas, a jovem protagonista e personagem principal de nome Ocean Tern, tem um sonho, tornar-se a Rainha dos oceanos e consequentemente a Pirata mais temida de todos os mares! Para tal, necessita de encontrar um artefacto mágico e bastante poderoso, o Tridente da Tempestade, que lhe concederá um poder especial e místico, precisamente, governar os mares.

Só que tal feito não é propriamente uma brincadeira de crianças. Em tempos longínquos, o Tridente da Tempestade pertencia a um espírito dos mares, denominado de Thaloq, contudo, pelas suas façanhas odiosas para com os humanos, foi banido dos mares e aprisionado para sempre em Hoctal. Como isso não bastasse, o poderoso tridente foi partido em seis pedaços distintos e enviados para diferentes e remotos locais, de modo a que mais ninguém o conseguisse reconstruir.

Contudo, a jovem Ocean não era a única com a mesma ideia! Assim que ela encontra, ao acaso, uma parte do Tridente, precisamente no local onde ela habita é desencadeada uma estranha reação que acaba por atrair outros Piratas que anseiam, incessantemente, pela descoberta do poderoso artefacto. Um dos principais adversários é a Pirata Cornélia, que procura a todo o custo e por todos os meios, granjear o objeto, obrigando Ocean a fugir, com dois objetivos bem delineados em mente, encontrar os restantes fragmentos do Tridente e simultaneamente, impedir que Cornélia e, eventualmente, o próprio Thaloq, o consigam fazer!

...Ocean Tern, tem um sonho, tornar-se a Rainha dos oceanos e consequentemente a Pirata mais temida de todos os mares!

JOGABILIDADE

Trident's Tale apresenta uma jogabilidade bem simples e descomplexada, contudo longe da fluidez que os títulos da geração atual, habitualmente, proporcionam. Essa situação desagradável é perfeitamente visível no movimento de salto, onde a personagem, parece não conseguir saltar para a frente, mas sim, apenas, para cima. Um detalhe interessante é facto de Ocean conseguir nadar, nomeadamente em zonas superficiais, pois se tentar afastar-se para locais de maior profundidade, morre afogada.

Relativamente ao combate, tal como o restante, é simples, o que neste caso, o torna, algo, repetitivo. As funções resumem-se, do início ao fim da aventura, a ataques rápidos, ataque fortes com espada ou pistola e algumas habilidades especiais, mas de variedade muito reduzida. Ocean pode usar a sua espada para atacar os inimigos e cada golpe parece pesado. No entanto, por vezes, pode ser um pouco frustrante bloquear e tentar esquivar-se. Os ataques dos inimigos nem sempre são óbvios e podem ser difíceis de evitar. O movimento da espada não é rápido e pode levar algum tempo a habituarmo-nos à sua falta de firmeza.

O que consegue quebrar um pouco da monotonia, são os confrontos frente aos inimigos mais poderosos, vulgarmente conhecidos por bosses, que são realmente uma lufada de ar fresco. Apesar de serem poucos em quantidade, cada um deles possuem pontos fracos e apresentam mecânicas distintas, o que nos obrigam a ser estudiosos e criteriosos, antes de os atacarmos. Porém, não são propriamente complicados, apenas necessitamos de perceber o padrão de ataque e defesa, para depois sermos bem-sucedidos.

Por sua vez, a jogabilidade a bordo do navio pirata, para além simples e descomplexada, funciona de uma forma bastante assertiva e interessante. É extremamente prazeroso navegar pelos misteriosos mares, explorando as ilhas que nos vão aparecendo pela frente, em busca de tesouros e recursos. Os confrontos são divertidos, práticos e precisos, despertando um sentimento incrível quando conseguimos afundar o navio do adversário.

No que concerne à personalização, Trident's Tale permite várias opções ao jogador. Desde mudar a aparência de Ocean, com roupas, chapéus, mas também novas espadas e armas, melhorando os atributos ofensivos e defensivos. O mesmo se verifica para o navio, onde conseguimos aumentar diversas características e capacidades, como velocidade, dano causado e proteção, através sobretudo de itens, novos canhões, velas e até mesmo novas partes do navio.

Por fim, tenho que salientar que Trident's Tale tem uma classificação etária PEGI 3, pelo que é claramente direcionado para um publico mais jovem, portanto, era completamente expetável que a simplicidade fosse um ponto chave da aventura.

Trident's Tale apresenta uma jogabilidade bem simples e descomplexada, contudo longe da fluidez que os títulos da geração atual, habitualmente, proporcionam.

LONGEVIDADE

Tal como mencionado um pouco acima, Trident's Tale é uma aventura para os mais jovens e, normalmente, esses jogadores são cativados não pelas narrativas emaranhadas ou pelos grafismos realísticos ou até mesmo pelos itens colecionáveis, que geralmente são responsáveis pelo aumento da longevidade de alguns títulos. Esse tipo de jogador prefere partir para a ação imediata, rápida e direta ao assunto, e Trident's Tale, em parte, pode ser considerado um bom exemplo desse desígnio.

Não é efetivamente um jogo longo e demorado, sendo perfeitamente concluído pelos jogadores mais experientes nestas andanças em apenas algumas horas, contudo existem situações que podem aumentar a longevidade e consequentemente o tempo que o jogador passa a guiar os destinos da jovem pirata Ocean. Estou a falar dos templos, onde o jogador precisa de resolver alguns puzzles e quebra-cabeças, nada complexos, de modo a descobrir relíquias e artefactos que auxiliam no decorrer da aventura. Por outro lado, existem algumas missões secundárias que nos permitem afastar da campanha principal e fazer algo um pouco diferente.

Contudo, depois de concluirmos a aventura, não existem grandes motivos para voltarmos a vestir a pele de pirata, a não ser os combates marítimos, que se revelou agradável e simpático. Todavia, se a vontade do momento for jogar um título desse género, não faltam no mercado diversas outras opções especializadas nessa temática de jogo.

...não existem grandes motivos para voltarmos a vestir a pele de pirata, a não ser os combates marítimos...

GRAFISMO E SONOPLASTIA

Trident's Tale utiliza uma palete de cores garridas e intensas, muito no estilo de desenhos animados ou cartoonesco, porém e escrevo isto de uma forma tremendamente sincera, parecem um pouco datados e completamente fora do contexto atual que os equipamentos conseguem proporcionar. Não é, seguramente, do pior que existe, contudo, penso que o estúdio de desenvolvimento poderia ter caprichado um pouco mais no polimento do grafismo, elevando-o a um outro patamar. Outro detalhe preocupante que necessito de mencionar, são as cutscenes, onde as expressões faciais algo dessincronizadas com as falas, diminuem qualidade geral da experiência.

Os cenários até são mediocremente atrativos, transmitindo uma vontade instantânea de os querer explorar, no entanto, assim que começamos as nossas tarefas, concluímos rapidamente que afinal são todos tremendamente semelhantes entre si e repetitivos, despidos de vida e onde as personagens secundárias apenas estão lá por estar.

A nível musical, podemos recorrer ao que já foi escrito acima, ou seja, a experiência a bordo do navio é mais enriquecedora do que quando nos aventuramos a pé! Em combate naval ou até mesmo durante a navegação de um local para o outro, a musicalidade é agradável e divertida, bastante conotadas com o universo dos piratas. Quando estamos a caminhar, o inverso é rapidamente verificado, desde momentos sem qualquer tipo de sonoplastia ou quando existe, não é empolgante e animada como deveria ser.

Trident's Tale utiliza uma palete de cores garridas e intensas, muito no estilo de desenhos animados ou cartoonesco...

CONCLUSÃO

Em suma, Trident's Tale acabou por ser ligeiramente dececionante, muito em parte por causa de uma jogabilidade sem fluidez e grafismo algo datados, mais condizentes com os títulos da geração passada. Indicado, especialmente, para uma faixa etária mais jovem, onde o objetivo é só um, jogar!

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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