JOGOS: Triangle Strategy | Análise

19.4.22

Recentemente tivemos acesso a mais um título, na versão Nintendo Switch, desta vez o RPG tático Triangle Strategy, desenvolvido pela Square Enix e publicado internacionalmente pela Nintendo.

Para ser muito sincero, este não é de todo o tipo de jogo que me fascina e por isso tenho muitas dificuldades em analisa-o, correndo o risco de ser até injusto, por isso, peço desde já desculpas de forma antecipada, se vou ser incongruente ou incoerente na minha opinião, mas vou escrever aquilo que senti ao jogar este título.

Triangle Strategy é um jogo RPG (role-playing game) tático por turnos, ou seja, o jogador movimenta as personagens ao longo do campo de jogo, onde existe uma grelha com locais para onde se pode avançar/recuar e no caso de estarem ocupados por inimigos, existe a possibilidade de os atacar/derrotar. Sucintamente, a base deste tipo de jogo é esta. Cada personagem possui atributos e características próprias, desde habilidade especiais, maior/menor alcance de movimentação, maior/menor capacidade de defesa, ataques superiores a longa distância, entre outros, apenas para citar alguns exemplos.

A história coloca o jogador na localidade fictícia de Norzelia, onde três reinos, Glenbrook, Hyzante e Aesfrost, tentam manter uma trémula aliança, que foi formada após as “Saltiron Wars”, precisamente 30 anos atrás, onde os mesmos reinos lutaram incessantemente pela falta de recursos como o ferro e o sal. Essa aliança está prestes a ser quebrada e o jogador assume o papel do protagonista Serenoa Wolffort, que na companhia que alguns membros como a sua noiva Frederica Aesfrost, o príncipe Roland e o fiel ajudante Benedict, avançam pela localidade enfrentando o conflito.

A história coloca o jogador na localidade fictícia de Norzelia, onde três reinos, Glenbrook, Hyzante e Aesfrost, tentam manter uma trémula aliança

A grande questão de Triangle Strategy é que as nossas escolhas, as estratégias escolhidas, todas as difíceis decisões que temos que tomar, influenciam diretamente o desenrolar e a conclusão da trama, proporcionando diferentes finais. Aqui os desenvolvedores acertaram em cheio, aumentando objetivamente a longevidade, pois obviamente que os fás mais acérrimos, irão certamente repetir a experiência, optando por contornos diferentes. Sem levantar muito a ponta do véu, decisões de vida e de morte terão que ser concretizadas, se queremos ser bem-sucedidos e certamente que numa nova passagem pelo título, eventualmente já faremos díspares sacrifícios, mudando significativamente o epílogo.

Triangle Strategy também é composto por longos períodos e elementos narrativos, que normalmente antecedem batalhas robustas e bem delineadas. Se esperam grandes momentos de jogabilidade, então estão no jogo completamente errado. Aqui impera o sentido estratégico, mantendo o jogador comprometido e focado com o objetivo, influenciado o curso da aventura. O dialogo é uma das maiores armas e as opiniões de todos os membros do grupo deverão ser escutadas antes de tomarmos as decisões, sejam elas as mais corretas ou nem por isso. As batalhas são fundamentais, até para dar mais dinamismo e ação à história, mas não são de todo o fator chave do título.

Triangle Strategy também é composto por longos períodos e elementos narrativos, que normalmente antecedem batalhas robustas e bem delineadas.

Estratégia e mais estratégia, devemos sempre planear com muito cuidado e antecedência os movimentos e ações das personagens, porque são imensos os detalhes que poderão influenciar a vitória e ao invés, a derrota. Desde a ataques em terreno elevado, que causam mais dano, a colocar uma unidade em cada lado do inimigo que instiga a uma ataque duplo ou até mesmo fazer uso das capacidades dos feiticeiros e curandeiros, tudo é uma questão de estratégia. Confesso que me senti um pouco perdido durante a jogabilidade, talvez por ser muito pouco experiente em RPGs tático por turnos, porém o jogo inclui um sistema de ajuda bem delineado e estruturado que não nos deixa totalmente ao abandono, apesar de toda a complexidade que o compõe, repleto de opções e funcionalidades.

Nas restantes componentes, Triangle Strategy cumpre o seu desígnio, exibindo gráficos bastante aceitáveis com um estilo de arte bem característico, numa espécie de HD em 2D, muito semelhante ao que foi possível verificar noutro título como Octopath Traveller. Mesmo optando por jogar no modo portátil da Nintendo Switch, quer as legendas, quer os detalhes das complexas batalhas, são perfeitamente visíveis, sendo de salientar o bom trabalho realizado pelos estúdios de desenvolvimento nessa vertente. A complementar a experiência, a banda sonora acrescenta qualidade e emoção, sendo servida ao jogador na dose e na altura certa, fazendo claramente aumentar os índices de adrenalina nas impetuosas batalhas, passando para decibéis menos intensos nos momentos de calmaria, transmitindo tranquilidade.

Estratégia e mais estratégia, devemos sempre planear com muito cuidado e antecedência os movimentos e ações das personagens

Por fim, é com tristeza que mais uma vez saliento o facto de não existir a presença do idioma Português (já nem refiro as vozes das personagens a serem dobradas para PT) o que para mim é incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados.

Em suma, Triangle Strategy não é claramente para todos os jogadores e sobretudo os menos acostumados com este tipo de jogo, certamente enfrentarão inúmeras dificuldades. Para os mais experientes e fãs mais acérrimos de RPGs táticos por turnos, sem dúvida que terão aqui um dos títulos mais completos dos últimos tempos.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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