JOGOS: Kirby and the Forgotten Land | Análise

4.4.22

Mesmo que seja difícil de acreditar, Kirby and the Forgotten Land é o nada mais, nada menos que o décimo sétimo título da série Kirby, no entanto, o jogo desenvolvido pelos estúdios HAL Laboratory, é o primeiro a ser totalmente em 3D.

A celebrar 30 anos de vida, Kirby, a icónica puffball cor de rosa da Nintendo, finalmente libertou-se do bom, mas velho 2D, passando a figurar ao lado de personagens em 3D como Super Mario, Link e Donkey Kong, entre outros.

A história em Kirby and the Forgotten Land é simples e de uma forma sucinta resume-se ao aparecimento de um estranho vórtice nos céus do planeta Popstar, que inesperadamente suga quase tudo da pacata Waddle Dee Town, incluindo Kirby. Este acorda meio atarantado, num local inóspito, algo semelhante a um mundo pós-apocalíptico e rapidamente se apercebe que os Waddle Dees, os habitantes da cidade de Popstar, foram raptados por um grupo de marginais, apelidados de The Beast Pack. Repleto de coragem e com a ajuda de Elfilin, uma misteriosa criatura voadora, decidem partir numa emocionante aventura em busca de resgatar os Waddle Dees e fazendo-os regressar são e salvos a Waddle Dee Town.

Quem já se aventurou no passado por qualquer título com a chancela Kirby, sabe perfeitamente que não existem grandes tramas e histórias muito elaboradas, repletas de plot twists. Os diálogos e falas são praticamente inexistentes, sendo substituídos com mestria com expressões faciais extremamente hilariantes e adoráveis, que na verdade, se afiguram substitutos dignos da ocasião, conferindo dotes de muito humor.

Decidem partir numa emocionante aventura em busca de resgatar os Waddle Dees

Apesar de ser uma aventura de plataformas num mundo em 3D e ter sido alvo de comparações com outros títulos como Super Mario Odyssey, Kirby and the Forgotten Land é ligeiramente distinto, sendo talvez mais parecido com o que se pode ver em Yoshi's Crafted World. Eu até diria mesmo que é uma espécie de mescla entre ambos, que na minha opinião resultou em algo extremamente agradável, quer para os mais novos, como também para os mais experientes e consequentemente mais exigentes.

Ao todo existem seis mundos ou níveis para explorar, começando numa cidade coberta por vegetação, bem ao estilo pós-apocalíptico, passando por terras mais desertas, locais cobertos de neve e até mesmo um parque temático. Uma variedade grande de diferentes tipos de design, todos eles extremamente bem recriados, com diversos detalhes curiosos, uma palete impressionante de cores garridas e entusiasmantes surpresas que certaram conseguirão fazer soltar uma sonora gargalhada. Os estúdios HAL Laboratory acertaram em cheio ao optar por um estilo de arte tipo desenho animado, que sem dúvida atrai sobretudo as crianças.

Uma variedade grande de diferentes tipos de design, todos eles extremamente bem recriados, com diversos detalhes curiosos

A jogabilidade é realmente simples e de fácil aprendizagem, onde rapidamente conseguimos dominar todas as competências da personagem, desde o saltar até ao famoso voo flutuante. Por falar em habilidades, é impossível ficar indiferente à capacidade de sugar os adversários, roubando-lhe as aptidões, ou seja, se Kirby sugar um inimigo equipado com uma espada, automaticamente ficamos com essa habilidade para derrotar os restantes incautos. É realmente divertido ver Kirby a sugar por exemplo um cone de sinalização, uma máquina de bebidas e até mesmo um carro, todos eles capazes de conferir um tipo de dano diferente, quer a inimigos, quer a estruturas do mapa.

No decorrer da demanda ainda nos deparamos com alguns quebra-cabeças que na verdade são pouco complexos e realmente simples de resolver, claramente vocacionados para os mais jovens. Não nos podemos esquecer da importância de vasculhar todos os cantos dos níveis, uma vez que alguns Waddle Dees poderão não estar tão visíveis, requerendo um cuidado especial para os encontrar logo na primeira vez que joguem o jogo. Também, caso não consigam, assim que repetirem o nível, o jogador receberá determinadas dicas para não deixar ninguém para trás. Aliás, é importante conseguir um número razoável de Waddle Dees por nível, uma vez que o confronto com o boss de cada área, exige um número definido, por isso correr apressadamente até ao fim poderá não ser uma estratégia compensadora. 

A jogabilidade é realmente simples e de fácil aprendizagem, onde rapidamente conseguimos dominar todas as competências da personagem, desde o saltar até ao famoso voo flutuante.

Para além do modo história, composto por dois tipos de dificuldade, um mais exigente que o outro, existe um divertido modo cooperativo para dois jogadores. Na companhia de familiares ou amigos, partilhando um comando Joy-Com e utilizando o Bandana Waddle Dee, é possível auxiliar Kirby numa aventura a dois. Ainda assim e apesar da diversão obviamente proporcionada com uma experiência cooperativa na mesma consola, é desapontante verificar que o jogador que comandar o Waddle Dee não consiga utilizar as mesmas capacidades de Kirby. Por um lado, faz algum sentido utilizar apenas a lança para atacar os inimigos, uma vez que são personagens diferentes, mas ao mesmo tempo é um pouco frustrante esse jogador, uma vez que assume apenas o papel de apoio ao Kirby.

Ainda no modo cooperativo, outro detalhe que experienciei e que me desiludiu um pouco foi a questão da camara, uma vez que quem determinados momentos, sobretudo quando Kirby progredia muito rápido e o Bandana Waddle Dee se atrasava, a visão era muito dificultada ou era mesmo teletransportado para mais perto da personagem principal. Mais uma vez, fiquei com aquela sensação de impotência ou inferioridade em relação ao Kirby.

Por falar em habilidades, é impossível ficar indiferente à capacidade de sugar os adversários

Kirby and the Forgotten Land possui realmente a sua qualidade e predicados, assente essencialmente em dois pilares principais, uma jogabilidade simples, mas simultaneamente cativante e num grafismo cuidado, repleto de deliciosos pormenores. A conjugação desses dois fatores, faz de Kirby and the Forgotten Land um título extremamente divertido, obviamente direcionado para os mais jovens, ainda que certamente agrade aos mais exigentes, quando procuram um jogo mais casual e descontraído.

Em suma, Kirby and the Forgotten Land é mais um título com a marca Nintendo, bem estruturado e desenvolvido, com uma jogabilidade simples e acessível a todos, um grafismo encantador, resultando numa experiência extremamente divertida.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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