Recentemente tivemos acesso a mais um título, na versão Nintendo Switch, desta vez o Chocobo GP, um jogo de corridas de karts, desenvolvido pelos estúdios Arika e publicado pela Square Enix.
Chocobo GP é uma espécie de mescla entre um remake e uma remasterização de um título lançado no saudoso ano de 1999, para a consola PlayStation, denominado Chocobo Racing. Este jogo surge numa altura em que o fantástico universo de Final Fantasy celebra o seu 35 aniversário, homenageando-o de uma forma bastante divertida e salutar.
Neste tipo de jogos, a história tem claramente um papel secundário ou apenas possui a função de tentar aumentar um pouco mais a longevidade e em Chocobo GP isso também se verifica. Sabe-se apenas que Chocobo e os seus amigos irão competir entre si, num torneio de corridas, em busca de um prémio descrito como “a wish for anything their heart desires”, algo como “um desejo por qualquer coisa que o seu coração deseja” traduzido para a nossa língua materna ou como a Nintendo escreve na apresentação do jogo “um único desejo para concretizar os seus sonhos!”
A oferta em jogos de corridas de karts é de tal ordem elevada que as comparações são quase obrigatórias. Tal como em outros títulos do mesmo segmento, Chocobo GP disponibiliza diferentes modos de jogo, desde o tradicional modo história, passando pelo multiplayer online ou local, corridas contra-relógio e torneios personalizados. A premissa acaba sempre por ser basicamente a mesma, ou seja, ser o mais rápido nas diferentes pistas e vencer as corridas. De salientar que o modo multiplayer online, com o mesmo nome do jogo, permite participar em torneios online até 64 jogadores. É um realmente um modo bastante robusto e ambicioso que consegue conjugar da melhor forma a diversão e intensidade.
Chocobo GP disponibiliza diferentes modos de jogo, desde o tradicional modo história, passando pelo multiplayer online ou local, corridas contra-relógio e torneios personalizados |
Inicialmente, os jogadores terão um leque limitado de pilotos, mas com o avançar do modo história, poderão desbloquear novas personagens, pertencentes ao universo Final Fantasy, sendo certamente uma excelente forma de recordar alguns títulos que nos marcaram pela positiva no passado. Cada piloto possui uma habilidade única que quando utilizada com assertividade pode ser o elemento diferenciador entre a vitória ou a derrota.
Tal como as personagens, as próprias pistas estão carregadas de nostalgia, uma vez que são muitas as referências a locais icónicos de Final Fantasy. Todos os pedaços das pistas estão bem desenhados, denotando visuais atraentes e incluem diversos easter eggs, tão apetecíveis para os fãs mais acérrimos. Ainda assim, de lamentar, apenas o número reduzido de pistas, apenas nove, pelo menos atualmente, uma vez que esse número pode eventualmente aumentar através de lançamentos periódicos ou sazonais, sob a forma de DLCs. Mais uma vez, as comparações são inevitáveis e se tivermos em conta o que, por exemplo, Mario Kart 8 Deluxe oferece, Chocobo GP fica desde já a perder.
as próprias pistas estão carregadas de nostalgia, uma vez que são muitas as referências a locais icónicos de Final Fantasy |
Ao longo das corridas e como habitual neste género de jogo, existem diversos itens espalhados nas pistas que podem ser utilizados para nos favorecer ou para prejudicar os adversários. É o uso de esses artefactos que fazem as provas serem tão caóticas como divertidas. Pelo meio e dependendo da nossa prestação na prova, conseguimos recolher magicite, uma matéria prima que depois de acumulada, pode ser utilizada para ajudar ou atrapalhar determinado piloto.
Como não podia deixar de ser, a personalização das viaturas também marca presença, sendo possível alterar cores, aplicar autocolantes, de modo a dar um cunho mais pessoal ao veículo que pilotamos. Nesse aspeto, ao sermos sucedidos nas provas, somos presenteados com tickets que nos permitem adquirir novas opções de personalização. Outra forma é recorrer ao Mythril, se decidirem comprar na eShop da Nintendo.
A jogabilidade está claramente ajustada e coerente com um título desta natureza, ou seja, possui uma curva de aprendizagem relativamente simples, ainda assim podem esperar momentos desafiantes, mesmo para os mais experientes. E o mais admirável é que tudo funciona bem, desde a sensação de incrível velocidade, as artimanhas que podemos utilizar contra os outros elementos da equipa e mesmo as derrapagens nos locais mais propícios.
Nesse aspeto, ao sermos sucedidos nas provas, somos presenteados com tickets que nos permitem adquirir novas opções de personalização |
Falar de longevidade em Chocobo GP é uma questão ambígua, uma vez que terminar o modo história pode ser feito em relativamente pouco tempo, mas, no entanto, considero que é daqueles jogos que devemos ter sempre presentes nas nossas consolas ou prateleiras, uma vez que o prazer que se extrai de uma sessão casual com familiares ou amigos, estejam eles ao nosso lado ou por esse mundo fora, através do multiplayer, é realmente compensador e enriquecedor.
Graficamente Chocobo GP é fiel à formula normalmente presente neste género de jogos, ou seja, a presença de cores vivas e intensas é uma constante do inicio ao fim e sempre com muita coisa a ocorrer em simultâneo no ecrã. A sonoplastia não inova, aliás está apenas a um nível razoável, dando até a sensação que ficou um pouco esquecida pela equipa de desenvolvimento.
Noutro plano, é com tristeza que mais uma vez saliento o facto de não existir a presença do idioma Português (já nem refiro as vozes das personagens a serem dobradas para PT) o que para mim é incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados.
Resumindo, Chocobo apesar de ser demasiado semelhante ao que já existe de oferta no mercado, consegue captar a atenção do jogador sobretudo através da nostalgia, uma vez que é impossível ficar indiferente a personagens carismáticas do universo Final Fantasy. Momentos de diversão e boa disposição estão garantidos, sejam eles a solo ou partilhados com amigos.
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas
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