JOGOS: Gran Turismo 7 | Análise

17.3.22

A comemorar 25 anos de vida, a saga Gran Turismo está mais forte, rápida e afinada do que nunca, por isso nada melhor que essa data festiva para lançar o novo Gran Turismo 7. Pelas mãos da icónica Polyphony Digital e distribuído diretamente pela Sony Interactive Entertainment, Gran Turismo 7 é muito mais do que apenas um simples jogo.

Apesar de não ser um título sazonal, desde 1997 já saíram sete jogos com a chancela de Gran Turismo, todos eles com sucesso de vendas, mas no meio de tantos lançamentos e num jogo de corrida/simulação o que se pode inovar de modo a cativar os amantes de género de corridas? Pois bem, já o seu antecessor, GT Sport deu passos largos na modernização da saga, começando a incluir as competições online, apostando no crescente e muito aclamado mundo do desporto virtual. Obviamente que para além de novos modos de jogo, a inclusão de outros carros que ainda não tinham oportunidade de fazer parte desta autêntica enciclopédia automóvel e a sua enorme personalização, são os maiores destaques.

Gran Turismo 7, tal como referi acima, é muito mais do que um simples título de corridas, onde o jogador escolhe normalmente o carro mais veloz e arranca desalmado pelas pistas, com o objetivo de ficar sempre em primeiro lugar. Em GT7, o jogador é inundado por uma panóplia de informações, de detalhes, de histórias, de afinações e personalizações sobre a estrela da companhia, que é o automóvel. No fundo, o título pode ser utilizado com uma espécie de catálogo detalhadíssimo sobre o apaixonante mundo automobilístico, que tantas emoções proporciona a todos.

muito mais do que um simples título de corridas

No campo das novidades e logo após uma longa, completa e introdutória cutscene onde mais uma vez o automóvel é elevado a um estatuto de estrela, somos convidados a participar numa prova, que faz parte do inovador modo apelidado de Music Rally. Tal como a próprias palavras assim o indicam, o jogador assume desde logo o volante de um veículo e pilota numa pista ao som de um famoso trecho musical, onde o objetivo é passar dentro do tempo limite, vários checkpoints até à meta final. Realmente é uma forma mais relaxada de começar nas altas velocidades e se o jogador assim o quiser pode continuar a fazer carreira nesse modo.

Depois de completar a primeira prova em Music Rally, finalmente podemos dar inicio ao jogo propriamente dito. O novo menu tem agora o formato em forma de cidade (onde já vimos isso!) e inclui breves guias, extremamente úteis, sobretudo para os elementos que estão a começar a acelerar em Gran Turismo. Tudo tem a sua razão de existir e realmente encontra-se bem documentado, por isso não se espantem o número de horas que certamente irão despender antes propriamente de partir para a condução.

O novo menu tem agora o formato em forma de cidade

O ponto inicial e essencial é a aquisição de um carro, que pode ser feito recorrendo a lojas espalhadas pela cidade, porém o dinheiro é evidentemente limitado, forçando o jogador a optar por um carro mais em conta e consequentemente mais lento. Vencendo competições, aumentamos os lucros e em mesmo algumas ocasiões, somos presenteados com novas viaturas. O nível ou ranking vai subindo, consoante o número de carros que conseguimos obter, na prática, vestimos o fato de colecionador, sendo realmente esse o objetivo primordial do título. É deveras importante ter veículos pertencentes às dispares classes, pois só assim conseguimos competir nas distintas competições. Resta-me referir que a personalização da viatura também assume a sua importância, permitindo ao jogador instalar novas peças, que atribuem um cunho mais pessoal ao carro.

O ponto inicial e essencial é a aquisição de um carro

Como não podia deixar de ser, e tal como aconteceu nos seus antecessores, antes de partir para as corridas mais intensas e acérrimas, é necessário tirar a carta de condução! Essa questão é de todo relevante uma vez que não só premeia o condutor em caso de completar com sucesso determinadas manobras, recompensando o esforço e dedicação com dinheiro e até mesmo viaturas novas, como também é uma forma de praticar a condução de modo a estar preparado para as exigentes provas que iremos ter pela frente. 

uma frase tipo slogan que acompanhou o título, “the real driving simulator”

Centrando atenções na jogabilidade propriamente dita, vou repetir algo que tinha escrito quando analisei o Gran Turismo Sport (link). “Durante todos estes anos em que a saga Gran Turismo esteve presente nas nossas vidas, houve uma frase tipo slogan que acompanhou o título, “the real driving simulator” e Gran Turismo Sport tenta ser o mais próximo possível de um simulador, mas sem nunca perder algumas das características de um jogo de corridas de carros mais “arcade”. Em GT Sport não basta acelerar e travar, mais sim acelerar e travar no momento certo, não é suficiente fazer a curva, é necessário curvar de acordo com as regras da aerodinâmica, não se deve ultrapassar a todo o custo, mas sim esperar pelo momento oportuno, tudo em favor de gastar o menos tempo possível, pois os milésimos de segundo são preciosos.”

Em parte, não mudou muito desde 2017, ainda que para os menos dedicados e fãs da série, é possível utilizar ajudas com travagem automática, curvagem assistida, entre outros cenários, tornando o jogo mais acessível e com uma componente mais arcade. De salientar que não está disponível nesta versão a opção de voltar alguns segundos atrás, permitindo que se corrija um eventual erro que se possa cometer. Agora, uma vez cometido o erro, só temos uma hipótese, reiniciar a corrida, por isso devemos abordar todas as provas com cuidado e respeito pelos ouros pilotos, uma vez que o mínimo deslize pode ser fatal.

recompensando o esforço e dedicação com dinheiro e até mesmo viaturas novas

Obviamente não vão faltar carros de todos os tipos e géneros, desde aos híbridos, compactos, velozes, passando até pelos todo o terreno. Assim como pistas, desde as mais famosas e idolatradas, recriadas até ao ínfimo pormenor, mas também algumas fictícias, fazendo as delicias de qualquer um. No meu caso, apenas utilizei o comando DualSense da PlayStation 5 e apesar de cumprir com perfeição todos os aspetos da condução, para vivenciar uma experiencia mais perto da realidade, deverão utilizar um volante e pedais.

Nos modos de jogo, estão novamente incluídos todos os já conhecidos do público, onde o destaque é sem dúvida o modo online competitivo, onde é possível participar em eventos oficiais, porém, em Gran Turismo 7 está de volta o modo multijogador local, com ecrã dividido, possibilitando uma disputa salutar (ou não) entre familiares e/ou amigos.

Para finalizar, graficamente Gran Turismo 7 está surreal, atingindo mesmo patamares surpreendentes. Caso tenham a possibilidade de utilizar os 4K de resolução com o HDR, certamente ficarão boquiabertos, pois roça mesmo o realismo. A experiência é complementada com efeitos sonoros e componentes musicais de alto gabarito, fazendo sentido utilizar um bom sistema de som, pois o ruído dos motores é incrivelmente perfeito.

É como muito orgulho e prazer que vejo a contínua aposta da PlayStation em fazer a dobragem para PT-PT dos seus exclusivos, dando-lhes uma vertente bem nacional e muito nossa, não ficando nada aquém da versão original, ainda que desta vez não exista diálogos, ainda assim todos os menus e informações estão na nossa língua materna.

graficamente Gran Turismo 7 está surreal, atingindo mesmo patamares surpreendentes

Resumindo, Gran Turismo 7 é muito mais do que apenas um jogo. A marca Gran Turismo é já um marco neste género de títulos, acrescentando cada vez mais qualidade ao seu segmento. Não se limita a ser apenas mais um jogo de corridas, pois desperta em todos a verdadeira paixão pelo automóvel, tratando-o com respeito e emoção.  Obrigatório.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.


 
 

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