BIOMORPH, foi o mais recente título chegou à nossa redação e logo em dose dupla, uma vez que tivemos o privilégio de o experimentar em duas plataformas distintas, a PlayStation 5 e a Nintendo Switch.
Desenvolvido e publicado pelos Canadenses Lucid Dreams Studio, um estúdio independente indie, BIOMORPH é uma aventura em 2D, com uma arte desenhada à mão e proporciona uma mescla entre dois estilos dissemelhantes, soulslike e metroidvania, sendo que talvez a melhor forma de o categorizar seja algo como, um título do género metroidvania com elementos soulslike. Ainda assim, o melhor é mesmo jogarem para conseguirem tirar as vossas próprias ilações, contudo, aqui fica a minha opinião.
NARRATIVA
A história relata as vivências de Harlo, um dos últimos sobreviventes de uma espécie alienígena, que recupera os sentidos ou melhor, desperta do seu estado de estase, num laboratório desconhecido e prestes a ruir. Completamente atónito e desorientado, Harlo, sem qualquer recordação do sucedido, vislumbra um sobrevivente, aparentemente de uma espécie semelhante à sua, que está em perigo na divisão contígua, partindo de imediato para a tentativa desesperada de o socorrer.
Um facto curioso é que Harlo não possuí braços e, em vez disso, tem duas mãos supostamente robóticas que fazem as funções de braços e mãos normais, mas possuem vida própria. Autointitulam-se Zeki e Eny e falam com Harlo como se fossem as suas vozes da razão ou algo semelhante às personagens muitas vezes existentes em histórias e filmes, o anjo e o diabo, onde uma diz para fazer o que está supostamente correto e a outra diz para fazer, precisamente, o oposto.
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A história relata as vivências de Harlo, um dos últimos sobreviventes de uma espécie alienígena... |
JOGABILIDADE
BIOMORPH apresenta uma jogabilidade simples e assertiva, mas igualmente fluída. O sistema de combate é bastante interessante até porque Harlo consegue obter uma diversificação de ações que vão sendo adicionadas através de recolha de Chips, uma espécie de itens equipáveis, descobertos ao longo da aventura. Ataques curtos, mais longo e distantes, campos de força, entre outros que capacidades que certamente terão o prazer de a encontrar ao longo do caminho.
Por ouro lado, existem também outro tipo de itens, apelidados de Mementos, que dotam a personagem com capacidades mais passivas, contudo, igualmente importantes, como por exemplo um aumento do dano infligido aos inimigos ou propriedade de cura mais célere, só para citar alguns exemplos.
Mas a particularidade mais marcante de BIOMORPH é sem dúvida a aptidão de Harlo em se metamorfosear na maioria do incautos que aniquila. Ou seja, depois de enfrentar determinados inimigos, Harlo consegue transformar-se num ser semelhante e é um mecanismo fundamental para sermos bem-sucedidos em determinadas áreas do jogo, desbloqueando caminhos inacessíveis ou alcançando locais de difícil acesso. Quanto mais vezes adotamos a forma de determinado hostil, mais confortáveis e fortes vamos ficando garantindo, ao fim de algumas mudanças, a possibilidade de nos transformarmos sempre que for conveniente e não apenas quando os eliminamos. Mas atenção, à medida que Harlo se torna mais forte numa determinada forma, os monstros correspondentes também se tornam mais fortes. Uma premissa deveras interessante, que obriga a uma gestão cuidada e inteligente.
Todavia, o verdadeiro desafio que BIOMORPH coloca ao jogador são os confrontos com os bosses! Tal como um bom soulslike, os chefes de área são exigentes e determinados, obrigando o jogador a uma análise de movimentos padrão, muita esquiva e defesa, para depois desferir golpes intensos e decisivos. Preparem-se, alguns são mesmo desafiantes e em certas alturas, vão criar em nós, jogadores, aquele sentimento de frustração e impotência.
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Mas a particularidade mais marcante de BIOMORPH é sem dúvida a aptidão de Harlo em se metamorfosear na maioria do incautos que aniquila. |
LONGEVIDADE
BIOMORPH não é um título longo, sendo perfeitamente possível terminar em aproximadamente 20 horas, contudo vai depender muito da destreza do jogador em ultrapassar os adversários mais violentos.
Para além da história principal, BIOMORPH tem algo semelhante a missões secundárias, convidando à exploração de todos os cantos do mapa, que até é razoavelmente extenso, descobrindo projetos ou plantas para edificar/reparar laboratórios, lojas de produtos, ajudando determinados NPCs a cumprir tarefas, no fundo cumprindo objetivos paralelos, que, vão preparando Harlo para enfrentar os inimigos mais poderosos como também é uma forma judiciosa de ampliar, superficialmente, a longevidade.
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Para além da história principal, BIOMORPH tem algo semelhante a missões secundárias, convidando à exploração de todos os cantos do mapa. |
GRAFISMO E SONOPLASTIA
A direção de arte é bastante charmosa e apelativa, sendo realmente um trabalho artístico de louvar. As cutscenes parecem mesmo, sem qualquer tipo de exagero, saídas diretamente de uma série de desenhos animados, que passam pelas televisões ou serviços de streaming.
A banda sonora é intensa e até de certo modo, algo sinistra, contribuindo de uma forma bastante clara para tornar o ambiente do jogo ainda mais misterioso e enigmático. Em termos de efeitos especiais, achei muito redutor, as personagens não terem fala própria, apenas são visíveis as legendas das frases que vão proferindo, contudo é entendível porque se trata de um título indie. Todavia, os restantes sons, quer de movimentação, quer de combate, estão a um nível bastante aceitável.
Uma nota de regozijo para a presença do idioma Português, o que é sempre de salientar.
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A direção de arte é bastante charmosa e apelativa, sendo realmente um trabalho artístico de louvar. |
CONCLUSÃO
Em jeito de conclusão, BIOMORPH é um título indie interessante, com uma direção de arte bastante prometedora e com um sistema de combate simples e assertivo. Não é muito longo e apresenta uma narrativa simpática, mas já repetida, vezes sem conta, em muito outros títulos, filmes, séries e livros.
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas
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