Foi um jogo completamente impróprio para cardíacos, carregado de emoção e resolvido apenas no último suspiro do prolongamento.

Depois do empate 1-1 na Suécia, os bracarenses estavam na frente da eliminatória através do golo fora obtido na 1ª mão, mas uma entrada surpreendente dos nórdicos, com muita posse de bola e sempre assertivos na procura da baliza adversária, quase deitou tudo a perder. Aos 13 minutos Chinedu Obasi, um experiente avançado possante que no passado jogou em clubes como Schalke 04 e TSG Hoffenheim, conseguiu fugir à marcação dos defesas bracarenses e com classe fez passar a bola sobre Matheus, abrindo o ativo e colocando o AIK na frente da eliminatória. O SC Braga se já não estava tranquilo com a forte e inesperada entrada dos suecos, pior ficou e seguiram-se momentos de completo desnorte, tendo acusado em demasia o golo sofrido. Poucas ou nenhumas vezes se conseguiram acercar da baliza adversária e a falta de ritmo frente a um oponente com mais andamento (23º jogo oficial) era por demais evidente.

O intervalo fez bem à equipa de Abel Ferreira, que apareceu transfigurada na segunda parte e para isso muito contribuiu Bruno Xadas. Com apenas 19 anos de idade, mas com um talento enorme, o esquerdino dinamizou o jogo ofensivo e foi um dos responsáveis por alguns dos melhores momentos do SC Braga até final. Claramente a correr atrás do prejuízo, o SC Braga remeteu os suecos para o último terço do terreno e apesar de ameaçar por muitas vezes, o golo não aparecia. A ansiedade era visível nos rostos dos jogadores, que nunca deixaram de correr e lutar, até que ao minuto 74, Oscar Linnér, jovem guarda redes de apenas 20 anos com 1,98m de altura, decidiu dar uma autentica prenda aos avançados do SC Braga, largando uma bola que aparentemente era fácil de defender, permitindo a Rui Fonte encostar para o golo de empate. Até final da segunda parte, e durante todo o tempo do prolongamento, os bracarenses pressionaram e tiveram claras oportunidades para acabar com a partida, mas só conseguiram o tento de ouro no último suspiro (121 minutos). Com bastante crença, mas também com muita sorte a mistura, Raúl Silva, o central goleador (ex-Marítimo) que também já tinha marcado na primeira mão, desviou de forma pouco ortodoxa, uma tentativa de remate de Nikola Vukcevic, enganando o guarda redes adversário, levando a loucura os adeptos presentes na pedreira.

Destaque individual para Ricardo Esgaio que esteve sempre abnegado e inconformado nas loucas subidas pelo lado direito do terreno, Raúl Silva não só pelo crucial golo marcado, mas também pela forma impetuosa que ganhou a maioria dos lances ajudando a recuperar a bola rapidamente e para as entradas em campo de Nikola Vukcevic e Bruno Xadas, transmitindo objetividade, clarividência e magia ao meio campo arsenalista. No AIK, Krisoffer Olsson, médio de apenas 22 anos, com passagens pelas camadas jovens do Arsenal e já internacional A pela seleção da Suécia, foi dos mais incansáveis e com uma assertiva capacidade de passe. Os possantes avançados Chinedu Obasi e Henok Goitom foram, sobretudo na primeira parte, autênticos quebras cabeças.