JOGOS: Until Dawn | Análise

18.10.24

Numa altura pródiga em novos lançamentos, eis que tivemos acesso a mais um título, desta vez o Until Dawn. Para ser mais preciso, não é propriamente um novo jogo, mas sim um remake de um título que foi lançado para a consola PlayStation 4 a quase 10 anos atrás. Resta saber se este remake tem razão de existir ou se será apenas uma tentativa de reavivar as memórias dos jogadores sobre um jogo do passado, até porque estar no ar a possibilidade de uma sequela, assim como dar início a uma preparação da audiência para o filme já anunciado.

Em jeito introdutório, Until Dawn foi inicialmente projetado para a consola PlayStation 3 e com suporte para o comando PlayStation Move, contudo acabou por ser disponibilizado em exclusivo para a PlayStation 4 e foi, dentro do seu segmento, uma interessante surpresa agradando aos fãs do terror, mas simultaneamente conseguindo granjear mais público. Agora, tanto tempo depois, sob a forma de uma versão reconstruída, modernizada e melhorada, para a plataforma PlayStation 5, Until Dawn faz o jogador regressar (ou estrear, para aqueles que nunca jogaram a versão original) a uma história de terror, bem ao tipo Holywoodesco, onde as decisões que tomarmos, influenciam diretamente o desenrolar da trama e podem fazer a diferença entre a vida e a morte.

NARRATIVA

A história é um verdadeiro cliché dos filmes de terror da sétima arte, aliás até existe uma espécie de subgénero, algo como Slasher Film, onde envolve um assassino (ou mais do que um) que persegue e mata um grupo de pessoas jovens, normalmente recorrendo a ferramentas de corte e afiadas. No fundo, um típico filme de terror para adolescentes.

Em Until Dawn, um grupo de oito jovens amigos regressam à cabana nas montanhas, onde no passado recente, dois dos seus elementos acabaram por sinistramente desaparecer. Como já seria de esperar, o perigo volta a assombrar o grupo e todos vão ter que enfrentar os seus medos e talvez os seus piores pesadelos. Obviamente, que tinha que existir um tresloucado com intentos pouco idóneos e que inicia uma verdadeira caça ao jovem, com o objetivo sanguinário de os matar a todos.

Em Until Dawn, um grupo de oito jovens amigos regressam à cabana nas montanhas...

Until Dawn tem uma particularidade bastante especial e que confere mais qualidade ao jogo, uma vez que várias personagens são superiormente interpretadas por atores famosos, como por exemplo Rami Malek (Bohemian Rhapsody ou Papillon), Hayden Panettiere (Heroes ou Gritos 4), Jordan Fisher (The Flash ou Turning Red), Brett Dalton (Os Agentes S.H.I.E.L.D.), Meaghan Jette Martin (10 Things I Hate About You), entre outros.

JOGABILIDADE

Como já se aperceberam, estamos perante uma aventura sobretudo narrativa, por isso não esperem grandes manobras exigentes no comando, uma vez que passamos muito tempo, especialmente a assistir sequencias cinematográficas. As intervenções do jogador, na sua maioria, resumem-se a clicar em determinados botões na altura certa (numa linguagem gaming, Quick Time Events) ou a movimentar a personagem pelo mapa.

O objetivo do jogador passa por tentar chegar ao fim da noite, com o maior número de sobreviventes, por isso é imperativo optar pela escolha certa ou pelo menos por aquelas que pensamos que serão as mais adequadas. Para tal, o jogador tem que descobrir várias pistas que nos vão colocando a par da história que está por detrás desta situação macabra ou até outras que nos transmitem uma espécie de visão do evento que irá ocorrer. Com base nas informações recolhidas, o jogador tem que tomar decisões, algumas em frações de segundos, que irã ditar o destino das personagens.

O objetivo do jogador passa por tentar chegar ao fim da noite, com o maior número de sobreviventes...

Não existe uma ação intensa e frenética, Until Dawn não é, claramente, esse tipo de jogo. O seu estilo é algo como um survival horror cinematográfico, onde salta à vista o sistema “efeito borboleta”, uma vez que as escolhas feitas têm a devida consequência e são importantes para o desenrolar da história.

LONGEVIDADE

Until Dawn foi desenvolvido para ser jogado várias vezes. Aliás, é mesmo imperativo que isso aconteça, se quisermos ficar a perceber realmente as razões por detrás desta dramática trama. Tal como indicado um pouco acima, devido ao “efeito borboleta” é possível existir diversos finais, dependendo das escolhas que façamos. Inclusive, é exequível que todos os amigos sobrevivam, assim como todos sejam assassinados, originando caminhos e cenários distintos.

Num rápido exercício de memória, lembro-me de um título parecido, o Detroit: Become Human, que apesar da trama ser completamente antagónica, as mecânicas do jogo eram bastante análogas. Esse facto aumenta a longevidade, porque “obriga” o jogador a repetir o jogo, tomando decisões díspares, no entanto, a meu ver, também poderá ser ligeiramente entediante repetir determinadas situações só para optar por uma dissemelhante decisão, sobretudo aquelas que são similares à primeira vez que que o concluímos.

Until Dawn foi desenvolvido para ser jogado várias vezes. Aliás, é mesmo imperativo que isso aconteça...

GRAFISMO E SONOPLASTIA

A nível gráfico, Until Dawn sofreu significativas melhorias, sendo totalmente reconstruído para a PlayStation 5 e agora a funcionar no motor gráfico Unreal Engine 5. Nesse campo, não existe comparação com a versão anterior, porque efetivamente o jogo deu um salto qualitativo e que na minha opinião faz todo o sentido, uma vez que estamos perante uma aventura cinematográfica, agora com imagem em alta qualidade. Realmente o título está muito bem polido com destaque para as interpretações faciais das personagens, que estão com um nível de detalhe impressionante.

A banda sonora e os efeitos especiais, também foram igualmente remasterizados, adicionando ainda mais intensidade, emoção e, claro está, elevando o terror! Tudo combinado, resulta numa experiência de terror com todos os ingredientes necessários para apanharmos uns valentes sustos e colocar o coração a bater a um ritmo intenso.

A nível gráfico, Until Dawn sofreu significativas melhorias, sendo totalmente reconstruído para a PlayStation 5 e agora a funcionar no motor gráfico Unreal Engine 5.

CONCLUSÃO

No geral, Until Dawn não é unanime. E escrevo isto com bastante sinceridade. Para quem já passou por esta experiência no passado na PlayStation 4, na minha opinião, não compensa pagar €69,99 por uma modernização essencialmente gráfica, ainda que este se encontre num nível alto. Por outro lado, sobretudo para quem nunca se aventurou nas montanhas de Blackwood Pines, esta versão melhorada e modernizada, acaba por ser a escolha ideal.

Until Dawn é uma excelente escolha sobretudo para os que nunca passaram por esta experiência, essencialmente cinematográfica. Para os restantes e especialmente face ao elevado preço praticado, não compensa.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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