Wizard with a Gun foi o mais recente título a chegar às nossas mãos, um jogo do género shot ‘em up, ou um roguelike, ou talvez sendo mais preciso um twin-stick shooter, ou melhor um multidirectional shooter em que a personagem é controlada com dois joysticks, onde o um é usado para o movimento e o outro para disparar na direção em que o joystick é empurrado. Confusos? Leiam o artigo de opinião para todos os esclarecimentos.
Desenvolvido pelos estúdios Galvanic Games e publicado pela Devolver Digital, Wizard with a Gun é um título onde o jogador controla um feiticeiro, que tenta a todo o custo, impedir que as forças do mal destruam o mundo onde habita. Todos os níveis são gerados processualmente e onde os jogadores necessitam de recolher recursos para construir e melhorar a sua torre. Mas já lá vamos!
Começando pela narrativa, (ou talvez pela falta dela!), aquilo que percebemos é que o fantasioso mundo onde nos encontramos está a caminhar para o seu termo. A nossa personagem, um feiticeiro, é o único que pode impedir o trágico final, porém o tempo é bastante limitado, uma vez que o mago apenas dispõe de 5 minutos (sim, leu bem!). A debater-se contra uma indubitável luta contra o tempo, o feiticeiro ainda tem que (obviamente) aniquilar todas as forças malignas que vão aparecendo, desde o mais simples incauto, até ao mais temível dos inimigos. Assim que o tempo termina, o caos rapidamente toma conta da ação, restando ao mago apenas e só uma hipótese, a fuga para a sua torre, de forma a restruturar e repensar o seu próximo ciclo de 5 minutos!
Aliás, algo que assume contornos essenciais e fundamentais, são sem dúvidas duas vertentes distintas. Em primeiro lugar, durante as batalhas, para além de aniquilar os variados inimigos, também é importante recolher recursos, itens e peças de equipamento. Depois, todo o espólio recolhido pode e deve ser analisado e empregue criando novas estruturas que permitem fabricar as munições mais potentes e com capacidades particulares, que nos proporcionam maior capacidade para enfrentar quem nos aparece pela frente, nas batalhas seguintes. Por outro lado, algo que é amiúde estar presente neste segmento de jogos é a personalização da personagem. Em Wizard with a Gun é possível dar contornos pessoais ao feiticeiro, alterando diversas características, que vão desde o formato e cor dos olhos, chapéus, luvas, máscaras, sapatos e muito mais.
A nossa personagem, um feiticeiro, é o único que pode impedir o trágico final, porém o tempo é bastante limitado, uma vez que o mago apenas dispõe de 5 minutos (sim, leu bem!) |
Uma chamada de atenção para todos aqueles que se decidirem aventurar em Wizard with a Gun. Este é um título que requer bastante paciência e muita dedicação do jogador, algo que pode afastar jogadores ocasionais, que procuram ser bem-sucedidos logo à primeira tentativa. O jogo está envolto num ciclo perseverante, algo como partir para a aventura, coletar recursos, usar esses recursos para fabricar novos equipamentos, que podem para desbloquear acesso a novos locais e repetir a dose.
A jogabilidade é a habitual neste tipo de jogos, ou seja, temos que enfrentar um grande número inimigos, mas ao contrário do que seria expetável, a nossa personagem, apesar de ser um feiticeiro não recorre a magias e encantamentos para atacar os opositores. O Mago utiliza armas, dos mais variados estilos, algumas com um poder bélico bastante assinalável. Para além das triviais armas que disparam balas de fogo, gelo e de eletricidade, existem outras mais inusitadas, como por exemplo balas que atiram pedras e rochas ou até mesmo outras que apenas afoguentam os incautos! Ainda nesse campo e algo que me agradou de sobremaneira, foi a possibilidade de utilizar modificadores nas balas, fazendo curiosas combinações. Desde a balas teleguiadas, passando por transformar inimigos em blocos de gelo, até mesmo combinar água com balas elétricas para dar choques, são alguns bons exemplos daquilo que o jogador pode esperar em Wizard with a Gun.
O Mago utiliza armas, dos mais variados estilos, algumas com um poder bélico bastante assinalável |
Os inimigos são bastante variados, mas uma situação bastante comum a todos é a facilidade em perceber os seus movimentos e ataques. Ao fim de pouco tempo, já sabemos como os enfrentar, obtendo sucesso de uma forma relativamente fácil. Esse desígnio é ainda mais visível quando recorremos ao modo cooperativo, uma vez que dois magos, bem equipados e coordenados, são quase impossíveis de parar, aumentando exponencialmente a diversão e simultaneamente a longevidade, pois momentos divertidos são sempre mais fáceis de repetir. Contudo, a simplicidade de Wizard with a Gun pode ser uma vista de duas formas distintas. Se por um lado pode chegar a ser viciante, sobretudo jogando a dois, sempre na tentativa de cumprir objetivos utilizando estratégias dispares, por outro lado, pode afastar aqueles jogadores mais exigentes que necessitam de desafios mais intensos e complexos.
A nível gráfico, Wizard with a Gun foi efetivamente uma surpresa, uma vez que a sua direção de arte é realmente cativante e agradável. Todos os diferentes ecossistemas e faunas estão muito completos e com alguns detalhes bastante impressivos. O mesmo pode ser escrito dos inimigos, que apresentam um design cuidado e em linha com o bioma a que pertencem. Obviamente que não pode ser comparado com o grafismo existente em outros títulos de outro patamar, porém, dentro do seu segmento, apresentam distintivamente um grafismo bem assertivo e bem delineado. Quanto à sonoplastia, uma banda sonora com toques de western e efeitos sonoros divertidos, complementam a aventura.
A nível gráfico, Wizard with a Gun foi efetivamente uma surpresa, uma vez que a sua direção de arte é realmente cativante e agradável. |
Resumindo, Wizard with a Gun é uma divertida aventura, que faz da simplicidade a sua maior virtude, garantindo momentos bastante agradáveis sobretudo no modo cooperativo. A jogabilidade requer algum período de adaptação, mas é facilmente assimilada. Por outro lado, a exigência não é muito elevada, o que diminui o desafio e a longevidade.
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas
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