JOGOS: The Eternal Cylinder | Análise

5.11.21

Recentemente tivemos acesso à versão de PlayStation 4 do curioso e fora do normal jogo, The Eternal Cylinder, produzido pela Ace Team e publicado pela Good Shepherd Entertainment.

Certamente que se virem algumas imagens de The Eternal Cylinder ficaram no mínimo com um misto de sentimentos, ou seja primeiro pensam, afinal o que é isto que acabei de ver, mas depois de absorverem essa estranheza, começam a querer colocar mãos à obra e explorar um mundo vasto em peculiaridades e singularidades.

Mas comecemos pela história, que nos é introduzida de uma forma bem sucinta, sem grandes delongas, atirando-nos sem demoras para a ação. A nossa criatura, um pequeno e pouco ortodoxo ser apelidado de Trebhum, nasce e sem tempo a perder é atirado para um planeta completamente desconhecido, também ele inabitual e com traços bem vincados de surrealismo. Nesse planeta, existe um enorme cilindro que vai rebolando, destruindo e esmagando tudo por onde passa. Inicialmente a nossa missão parece ser simples, ou seja, apenas temos que fugir o mais rápido possível, porém com o desenrolar da ação, percebemos que o cilindro pode ser parado, se ativarmos umas torres, também elas imponentes.

No tempo em que o cilindro está parado, podemos e devemos explorar o mapa, de forma a perceber como podemos evoluir a nossa criatura, adaptando-a aos novos e cada vez mais exigentes objetivos. Pelo caminho, recrutamos mais Trebhums, que são necessários para ultrapassar determinadas situações, cujo traço fisionómico em comum são as desproporcionais trombas. E é recorrendo a essas trombas que as criaturas conseguem sugar uma espécie de frutos que permitem evoluir, adicionando capacidades como saltar mais alto, assustar outras criaturas ou mudar de forma.

A jogabilidade não requer um grande período de habituação e o comum jogador consegue com alguma facilidade comandar os Trebhums, desde a deslocar-se no mapa a andar ou a rebolar, a saltar para locais de difícil acesso, porém em determinadas ocasiões são evidentes algumas incoerências, uma vez que os controlos deixam de ter a precisão necessária, levando a repetir o processo. Tudo isto numa visão de terceira pessoa, o que vem sendo um padrão neste tipo de títulos. Ainda nesse campo, outro aspeto menos positivo que encontrei foi o facto de por algumas ocasiões, sentir-me ligeiramente perdido no mapa, sem saber muito bem para onde ir e o que fazer.

Graficamente, The Eternal Cylinder é vistoso, sem nunca deslumbrar, no entanto, temos que assinalar com uma nota bastante positiva, a imaginação que o estúdio de desenvolvimento teve ao criar criaturas tão peculiares e especiais. Aliás a criatividade está bem patente, quer nas criaturas, quer no incrível e particular mundo, assim como na história em si, uma vez que não é de todo expectável que seja um cilindro gigantesco a destruir toda a vida de um planeta. 

A sonoplastia não é nada de muito transcendente, porém cumpre o seu propósito e apesar de as criaturas não terem voz própria, apenas emitem uns engraçados grunhidos, são proferidas algumas frases pelo narrador durante momentos chaves da trama, contando a parca e sucinta história. Uma nota positiva para a presença do idioma Português, no menus do jogo e nas legendas, o que é sempre um motivo de assinalar com regozijo.

Em suma, The Eternal Cylinder não é seguramente uma experiência de amor à primeira vista, uma vez que é um título com uma premissa bastante peculiar, sobretudo indicado para quem procura algo diferente do habitual. No entanto, se conseguir ter em mente esse insólito aspeto, poderá disfrutar de uma opção singular e com traços de surrealismo.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas

 

 

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