JOGOS: Foregone | Análise

11.3.21

Recentemente tivemos acesso ao título Foregone, para a Nintendo Switch, dos estúdios de desenvolvimento BigBlueBubble, um jogo de ação 2D em plataformas, rápido e fluído, repleto de itens lendários e uma pixel art impressionante.

A história de Foregone ocorre anos depois da grande guerra, onde o jogador assume o papel de um super-soldado, que tem que combater uma força maligna conhecida por Harrow, uma ameaça que tem a capacidade de reviver os mortos e corrompê-los para sua causa. Iniciamos a nossa demanda numa parte destruída da cidade de Calagan e avançamos por locais díspares, onde teremos de lutar contra hordas de criaturas e seres horrendos que apenas tem um propósito, acabar com a nossa vida.

 

É perfeitamente percetível desde o seu começo que em Foregone a história é apenas um acessório cosmético que une as diferentes fases, uma vez que a jogabilidade assume o principal papel. Iniciamos a nossa demanda com equipamento simples, uma arma de ataque corpo a corpo, outra de alcance longo e uma armadura rudimentar, porém com o avançar da trama, somos constantemente bombardeados com novos e mais eficazes apetrechos, dos mais variados que podemos pensar. Ainda assim, também é possível otimizar e melhorar as nossas armas e armaduras, através de ouro saqueado aos inimigos, numa variedade enorme de opções de melhoramento.

Durante determinados momentos, podemos recorrer a um Outpost, fazendo uma espécie de pausa na ação linear, teletransportando-nos para atualizar armas e habilidades, assim como vender todas as nossas arma, armaduras e amuletos em excesso, trocando por moedas. É realmente uma quantidade surpreendente de equipamento que vai aparecendo, com diferenças pequenas de valores, o que originam desnecessárias viagem se quisermos vender ou mesmo levando a descartá-lo durante a ação.

A sua jogabilidade é realmente muito sólida e extremamente prazerosa, podendo por vezes comparar Foregone ao tão aclamado e idolatrado Dead Cells. O combate é muito bom, isto se conseguirmos combinar os movimentos corretos nas alturas certas, pois existirão alturas, que sem dúvida o melhor é mesmo esquivar. O combate corpo a corpo normalmente é fatal, para o inimigo, mas também para nós, pois se falharmos o movimento e o nosso adversário não, é certo que perdemos energia. O mais aconselhado é uma sinergia de movimentos e um estudo atento dos inimigos e ambiente que nos rodeia, definindo uma estratégia antes de partir da todo o custo para cima dos incautos. A nossa personagem, para além dos movimentos já referidos, também tem a capacidade de efetuar saltos normais e duplos, mas também escalar plataformas, o que é tremendamente útil na progressão.

A exploração, apesar de não ser um elemento fundamental da ação, também está presente em Foregone, uma vez que se formos cuidadosos e rigorosos ao percorrer os níveis, podemos encontrar locais escondidos e secretos, onde somos presenteados com mais equipamentos para melhorar o nosso arsenal. Todos os puzzles com que nos deparamos ao longo da ação, são normalmente relativamente simples, porém não exageradamente fáceis, e passam sobretudo por abrir portas ou desligar supressores de gás/fumo, onde o comutador de energia está num local distante e repletos de incautos. 

No seu cômputo geral, à primeira vista e desde o seu começo, ficamos com a incrível sensação de que Foregone tem muito para oferecer, com um potencial incrível, mas assim que avançamos ficamos ligeiramente desiludidos, devido à repetibilidade. Com a exceção de poucas novas mecânicas, a descoberta de algumas armas realmente apelativas e o confronto com os bosses, acaba por ser tudo mais do mesmo, mudando essencialmente o aspeto dos níveis e dos inimigos.

Graficamente Foregone é efetivamente um jogo com um aspeto requintado, obviamente assente numa direção de arte onde o pixel é o Rei. É incrível o nível de detalhe presente quer nos cenários, quer na arquitetura existente em cada nível, quer simplesmente na morte de cada inimigo onde uma explosão deslumbrante de moedas pixealizada abrilhanta os nossos movimentos. Tudo isto assente numa palete de corres garridas e majestosas, que são obrigatórias num bom título de este género. A sonoplastia apesar de ser razoavelmente interessante e principalmente cumprindo o seu desígnio, não é propriamente um marco do jogo, apesar de ter alguns efeitos sonoros bastante interessantes, sobretudo nos golpes das espadas. 

Em suma, Foregone é uma experiência consistente e agradável, mas a repetibilidade é uma constante do início ao fim. Ainda assim a sua fluída jogabilidade e seu aspeto gráfico de assinalar, tornam o título apelativo, sendo um excelente cartão de visita.

Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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