JOGOS: MediEvil | Análise

10.12.19


Aproximadamente 20 anos depois do seu lançamento original, no já longínquo ano de 1998 para a PlayStation 1, chegou até nós recentemente MediEvil, um aclamado e carismático título que marcou afirmativamente a geração de gamers mais experientes.

Sinceramente, sempre ouvi falar de MediEvil mas muito honestamente esta versão melhorada foi a única que joguei e foi de facto cativante e aliciante, comandar o destino da personagem principal e poder comprovar em primeira mão, tudo aquilo de positivo que ouvi/li sobre o jogo original.


A trama desta aventura coloca-nos na pele de Sir Daniel Fortesque, um destemido guerreiro que na tentativa de impedir que Zarok, o incauto feiticeiro, conquiste à força o reino de Gallowmere, tem a infelicidade de ser o primeiro a falecer logo nos primeiros momentos da batalha. 100 anos mais tarde e na repetição da tentativa da mesma conquista, agora apetrechado de um autêntico exército de mortos-vivos, Zarok equivoca-se e faz renascer também Sir Daniel, permitindo que este, agora sob a forma de esqueleto e imortal, possa ter finalmente a sua tão ambicionada vingança.

Comparando ambos os títulos, o original e esta versão melhorada, é claramente visível sobretudo as melhorias gráficas criadas pelo estúdio de desenvolvimento Other Ocean Interactive. Um meritório trabalho, que conseguiu na perfeição adequar um título com tantos anos de existência ao grafismo mais atual, mantendo a atmosfera, estilo e encanto do MediEvil original. Os cenários são deliciosos, todos eles detalhados e repletos de criaturas que têm tanto de assombroso e terrorífico, como que despertam em nós um ligeiro sentimento de carinho e muita nostalgia.


No entanto, a tentativa de se manterem o mais próximo possível do original, provocou algumas situações estranhas e menos próprias no capitulo da jogabilidade. Movimentos impróprios da personagem, onde o plano de visão é afetado, chegando a por vezes não perceber em que zona se encontrava o inimigo, ocorreram e na minha opinião em demasiado número situações e locais. O sistema de combate é outro exemplo de alguma frustração que senti, uma vez que em determinadas lutas com os inimigos, utilizando a mesma forma de os enfrentar, resultava em sortes diferente, ou seja, uma vez conseguia acabar com o hostil, outra vez sofria enormes quantidades de dano. Dir-me-ão que era assim nos jogos de antigamente. Certo, mas não deveriam ter sido revistos neste remake?

Para além de seguir o fio condutor da história, que passa pela passagem por inúmeros locais até chegarmos ao imprudente feiticeiro Zarok e num claro convite apelando à longevidade, podemos e devemos ser cuidadosos e meticulosos quando passamos pelas díspares zonas que constituem o mapa de Gallowmere. Nelas podemos encontrar segredos, colecionáveis e baús contendo itens que fortalecem Sir Daniel, tornando-o mais capaz de cumprir os seus intentos.


A nível da sonoplastia, os efeitos sonoros e sons produzidos pelas infames criaturas estão na medida e proporção certa, mas o que realmente me impressionou foi a fantástica banda sonora que ajuda a dar vida à atmosfera taciturna e sombria dos locais fantasmagóricos por onde passamos. O idioma português está presente e bem quer na linguagem dos menus como é narrado em determinadas situações, o que faz de MediEvil ainda mais valioso.

Atualmente, alguns títulos estão a ser alvo de remasterizações ou remakes, estou-me a lembrar por exemplo de Crash Bandicoot e Spyro, apesar de recolherem opiniões plurais e nem sempre unanimes, na minha opinião a de MediEvil merece um reconhecimento bastante positivo. Eu não sou 100% apologista de serem melhorados a totalidade dos jogos do passado, mas se o fizerem de uma forma semelhante como construíram em MediEvil, sobretudo a títulos emblemáticos de uma geração anterior, então tomem-no com bom um exemplo a seguir.

Em suma, MediEvil é obrigatório por várias razões, mas sobretudo porque permite à geração que já o jogou no passado, revivê-lo num grafismo adequado à atualidade e também, aos mais novos, viver as aventuras de Sir Daniel num ambiente muito próprio e enfrentando inimigos fantasmagóricos.

Esta análise foi realizada através de uma cópia cedida pelo representante de relações públicas da PlayStation Portugal.

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