JOGOS: Trifox | Análise

25.1.23

Trifox foi o mais recente título indie a que tivemos acesso, um divertido e colorido jogo trazido à vida pelos estúdios da Glowfish Interactive e publicado mundialmente por Pirate PR e Big Sugar.

O jogo é descrito pela generalidade como um título de ação e aventura, inspirado em outros clássicos de plataformas, cujo protagonista é uma fenomenal raposa com uma infinidade de talentos! Só com essa descrição é impossível não ficar com vontade de jogar! Será que vai corresponder às expetativas? A versão que tivemos acesso foi a da PlayStation 5 e serviu de base para este artigo de opinião.

Confesso que ao contrário de outros títulos, Trifox não motivou expetativas elevadas, talvez porque não teve o marketing que habitualmente os jogos de maior dimensão ostentam, porém até pode ter sido benéfico, pois acabou por ser uma agradável e divertida surpresa, adequada para todas as idades e públicos.

Sem grandes delongas, rapidamente partimos para a ação, porém a história que é quase 100% acessória, resume-se em poucas linhas de palavras. Uma arrojada raposa, apelidada de Trifox, sofre um terrível infortúnio. Enquanto via televisão, na comodidade do seu lar, um estranho estrondo interrompe o seu período de relaxamento. Alarmada, mas decidida a perceber a origem do barulho, ela sai de casa e rapidamente se apercebe que um pequeno larápio, aproveitou a ocasião, para lhe roubar o comando da TV! Sim, leu bem! Isso não se faz a ninguém! Trifox enche-se de coragem e inicia uma autêntica demanda, de modo a apanhar o responsável pelo hediondo delito.

Trifox enche-se de coragem e inicia uma autêntica demanda, de modo a apanhar o responsável pelo hediondo delito

Assim que começa a aventura e assumimos o controlo da personagem, passamos por um sucinto tutorial, onde nos são explicadas as mecânicas do jogo e a movimentação da raposa. Passado esse curto período, temos que optar por uma de três classes, Engenheiro, Guerreiro ou Mago, todas elas com características distintas. Os engenheiros privilegiam os equipamentos e dispositivos, como um planador, armadilhas e até metralhadoras, ou seja, tudo material para os ataques à distância. Os Magos, tal como era previsto, fazem da magia e feitiços as suas virtudes, sendo apropriados para quem pretende uma abordagem ainda mais distante que os engenheiros. Por fim, os Guerreiros, possuem um martelo massivo e devastador, sendo claramente a escolha certa para quem procurar o combate próximo e corpo a corpo.

Passado esse curto período, temos que optar por uma de três classes, Engenheiro, Guerreiro ou Mago

Ainda assim, ao longo do percurso, o jogador pode coletar moedas de modo a trocar por novas habilidades, sendo possível utilizar as que pertencem a outra classe diferente da escolhida. É um processo interessante, que confere à nossa personagem um estilo personalizado e bem próprio, não ficando limitado às características de cada classe. De salientar que apenas temos acesso a essa personalização no início de cada nível, não sendo possível editar as slots de habilidades durante a demanda.

A jogabilidade está razoável e os controlos são simples, proporcionando diversão a todos os públicos, sejam eles os mais novos, como os mais experientes. De referir apenas, que enfrentei alguns pequenos percalços com a movimentação da câmara em determinados momentos, sobretudo em trechos de combate, mas também em situações onde tive dificuldades em compreender o local para onde me dirigir, de modo a atingir o objetivo.

A exploração do colorido mapa é um requisito obrigatório em Trifox, uma vez que existem segredos e mistérios espalhados por determinadas zonas. Os mais complicados requerem uma exploração bastante cuidada, pois estão realmente bem escondidos e outros necessitam mesmo de resoluções de quebra-cabeças. Por si só, isso já é um motivo para voltar a repetir a experiência depois de a concluir, uma vez que eventualmente irão deixar para trás, algum colecionável. Por outro lado, como se trata de um título muito divertido, com mecânicas variadas e diversas, certamente quererão voltar a aventurar-se, por exemplo, com uma personagem pertencente a outra classe. Ainda assim, segundo o site especialista em matéria de longevidade, HowLongToBeat, podem contar com cerca de 7 horas e meia, para completar Trifox na integra, o que para um jogo indie é perfeitamente aceitável.

A exploração do colorido mapa é um requisito obrigatório em Trifox, uma vez que existem segredos e mistérios espalhados por determinadas zonas

Graficamente, Trifox cumpre, sem deslumbrar. O seu estilo de arte cartoonesco é realmente colorido, mas não tão vibrante como em outros títulos semelhantes. Ainda assim, penso que tantos os díspares cenários, como o ambiente que rodeia a aventura, poderiam ter sido melhor polidos, na prática ficando mais intensos e nítidos. Ainda assim, nada que afete diretamente a experiência. Voltando atenções para o aspeto sonoro, Trifox também cumpre, apesar de introduzir um engenho que tem tanto de curioso como de estranho, ou seja, as personagens e NPCs não possuírem voz própria, apenas emitem um dialeto bem característico. A contrapor, a banda sonora e os efeitos especiais, conferem emoção à nossa aventura e na dose certa. Uma palavra especial para a presença do idioma Português, ainda que na sua versão do Brasil, no entanto, é sempre um motivo a assinalar.

Resumindo, Trifox é um título promissor, com uma premissa interessante, porém necessita de rever algumas situações, sobretudo a nível gráfico e de funcionamento da câmara. Ainda assim, no geral é uma experiência divertida, bem-disposta e gratificante, vocacionada essencialmente para os mais novos.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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