Mais de 10 anos depois, a Codemasters brinda-nos novamente com GRID, agora totalmente otimizado e adaptado para os equipamentos da geração atual, mas mantendo a jogabilidade bem própria e muito característica dos seus antecessores da saga TOCA, que desde 1997 já reúne mais de dez títulos na sua lista de jogos.
Como devem estar recordados dos
títulos anteriores, GRID não faz da simulação da condução automóvel o seu ponto
chave. Os mais exigentes, sobretudo aqueles que possam esperar que GRID
seja uma tentativa de se assemelhar ao realismo da condução, poderão ver-se
frustrados ao experimentar este jogo, pois apesar possuir alguns pormenores
dessa vertente, o seu objetivo não é de todo esse. Em GRID, o fulcral é a diversão
de uma condução mais casual, bem ao estilo das arcadas, mas com a mesma
exigência de todas as corridas, ficar em primeiro lugar no final da prova.
O jogador terá ao dispor inúmeras
provas, onde poderá competir recorrendo a veículos das mais distintas classes,
como por exemplo, carros atuais e/ou clássicos de Gran Turismo, potentes bólides
de fórmula 1 ou até Minis que deixaram saudades nos seus tempos áureos, só para
citar alguns. Depois de escolhida a viatura é só acelerar no asfalto e tentar
chegar ao fim da prova no lugar mais desejado. Volto a referir, sem querer
estar a ser repetitivo e aborrecido que apesar de ser necessário alguma
destreza na condução, este título não pode ser comparado com os simuladores de
corridas mais recentes e apesar de ser possível desativar algumas ajudas na
condução que estão ativas por defeito assim que iniciamos o jogo, a sua
condução é bastante intuitiva e fácil, onde apenas nos temos que preocupar com
as acelerações ou travagens nas alturas certas.
Ao longo da condução, um detalhe
importante que salta à vista e que foi recuperado de versões mais antigas, é a
possibilidade de voltar ligeiramente atrás no tempo, permitindo sobretudo
corrigir uma curva mal efetuada ou um azarado despiste. Na verdade, tudo
funciona premindo um botão do comando e como por magia o carro retrocede até a
altura que desejamos, continuando a partir desse ponto, permitindo emendar o
que fizemos de errado. Outro aspeto interessante é o sistema de colisão entre
as viaturas, que apesar proporcionarem alguns momentos espetaculares durante as
provas, só causam estragos a nível visual, pois mecanicamente os veículos
prosseguem a bom ritmo.
Na vertente da jogabilidade, a Codemasters
tem vindo a mencionar com algum orgulho o sistema de IA implementado em
GRID,
onde, segundo a equipa de desenvolvedores, existem vários tipos de conduções
por parte dos nossos adversários. Tudo dependente de como decidirmos abordar a
prova, ou seja, se formos imprudentes em pista, os pilotos adversários poderão
adotar a mesma estratégia e serem mais agressivos contra nós, resultando num
número mais elevado de colisões. Sinceramente e depois de algumas horas de
jogo, não posso ser hipócrita ao ponto de afirmar que essa situação não é
visível durante a competição, no entanto é tão leviano que os mais desatentos
nem se aperceberão.
No aspeto visual, a qualidade
apresentada está ao nível do que existe atualmente no mercado, onde sobretudo a
forma quase perfeita como os carros foram recriados, repletos de detalhes e
minuciosos pormenores, elevando de sobremaneira a experiência da condução. Os
cenários envolventes nas pistas também coadjuvam a beleza, mas como passamos
por eles a altas velocidades, nem sempre conseguimos apreciar com muita
atenção.
Na sonoplastia, nada de muito especial
ou inovador existe a referir, apenas que tal como noutros títulos do mesmo
género ou segmento, os efeitos sonoros deste desporto motorizado estão a um
nível bastante aceitável. De qualquer modo, sem querer estar a ser repetitivo,
mas é uma luta que irei ter até que o problema seja definitivamente resolvido,
é com algum desagrado que refiro que o idioma Português não está presente nos
menus e informações do jogo, o que para mim é incompreensível nos tempos que
correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados.
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