JOGOS: Mario & Luigi: Brothership | Análise

22.11.24

De volta a mais um artigo de opinião, desta vez sobre o exclusivo jogo da Nintendo Switch, Mario & Luigi: Brothership, um RPG (Role-playing game) baseado no interminável universo de Mario, Luigi e companhia.

Trazido ao mundo pelas mãos dos estúdios de desenvolvimento nipónicos Acquire, responsáveis por títulos de sucesso como Octopath Traveler, Octopath Traveler II, estes dois apenas como coprodutores, Akiba's Beat e Rain, entre outros, e publicado mundialmente pela própria Nintendo, Mario & Luigi: Brothership é o sexto título da franquia Mario & Luigi, sucedendo a Mario & Luigi: Paper Jam lançado no ano de 2015 para a saudosa consola portátil, Nintendo 3DS.

NARRATIVA

Quando tudo apontava para mais um dia normal no incrível Reino dos Cogumelos, eis que a dupla de canalizadores mais famosa do universo dos videojogos, involuntariamente, despoleta um misterioso portal que teletransporta, não só Mario e Luigi, mas também os outros habitantes do reino, como a Princesa Peach, Bowser, Bowser Junior, entre outros, para um novo local, apelidado de Concordia.

Quando despertam em Concordia, rapidamente se apercebem que algo não está como deveria estar, uma vez que a normalidade era mantida devido ao poder de uma enorme árvore conhecida por Uni-Tree e pelo fluxo constante da energia Connectar, contudo, uma força maligna destruiu a majestosa árvore e dividiu toda a terra em diminutas ilhas flutuantes. Ora, como seria de esperar, Mario e Luigi vão ter que trabalhar em conjunto para resolver a questão e para tal vão ter que reconectar os faróis de cada ilha, com a Shipshape Island, a ilha principal.

Ao longo da demanda, a dupla vai encontrado e salvando os habitantes do Reino dos Cogumelos que também foram teletransportados para Concordia, sendo que alguns vão mesmo auxiliar Mario e Luigi a concluir os seus intentos. Simultaneamente, descobrem que a Uni-Tree foi arruinada pelo enigmático e desprezível Zokket, um novo vilão, que procura converter a energia Connectar em algo sinistro, de nome Glohm, infetando os normais habitantes, tornando-os em seres solitários e tristes, afastando-se de toda a gente.

...um misterioso portal que teletransporta, não só Mario e Luigi, mas também os outros habitantes do reino...

JOGABILIDADE

Mario & Luigi: Brothership é um puro RPG e apresenta um formato de jogo semelhante ao existente nos títulos precedentes da saga Mario & Luigi, todavia este recente título permite ao jogador comandar simultaneamente ambos os irmãos. O objetivo da irmandade passa por explorar as díspares ilhas flutuantes, resolver puzzles e quebra-cabeças, completar missões e em algumas é mesmo necessário recorrer ao combate.

Combate esse, tal como mencionado um pouco acima, é por turnos. Pessoalmente não sou grande adepto desse estilo e confesso que deixei passar vários jogos, potencialmente interessantes, só por usarem mecânicas análogas (gostos são gostos!). Contudo, talvez por ser um admirador confesso destes canalizadores, optei por dar uma chance ao jogo. Assim que enfrentamos um inimigo, podemos selecionar facilmente diferentes ações, desde atacar, usar itens de dano ou de cura, desviar de ataques e/ou até optar, simplesmente, por fugir da batalha! Tudo isto de uma forma simples e assertiva, bastando premir os botões indicados e no momento certo. Também é possível realizar combinações de ataque coordenadas entre os irmãos, causando mais dano ao incauto que enfrentamos. A este movimento específico, juntam outros que vão sendo alcançados durante a progressão na aventura e que são especiais e bastante úteis.

Todavia, Mario & Luigi: Brothership disponibilizada uma mecânica inovadora, apelidada de “Luigi Logic” e que permite ao jogador dar indicações específicas ao Luigi, para que este se movimente para determinados locais, para recolher itens e até para interagir com personagens e objetos, de modo a superar obstáculos e resolver puzzles.

Combate esse, tal como mencionado um pouco acima, é por turnos.

LONGEVIDADE

No que concerne à longevidade, habitualmente os RPGs são jogos completos e demorados, recorrendo (por vezes exageradamente) a um sistema de diálogos exaustivo, por isso, mesmo que o jogador opte apenas por realizar as missões referentes à história principal, Mario & Luigi: Brothership tem muito a oferecer.

Em cada ilha, sempre com diferentes biomas, o jogador necessita de investigar todos os cantos do cenário em busca de moedas e blocos, itens específicos, NPCs para conversar, alguns que nos presenteiam com pequenas recompensas se concluirmos com sucesso determinado objetivo, que normalmente passa por encontrar algo ou alguém. No fundo, nada mais do que missões secundárias, mas que realmente acrescentam pouco, a não ser, claro está, longevidade.

Talvez por não ser propriamente um fã deste género de jogo, em alguns momentos fiquei com aquela sensação de aborrecimento e tédio. Eventualmente pela repetibilidade de situações similares, quer de combate, quer de missões onde basicamente temos de ir do ponto A ao B, apenas para conversar com alguém ou recolher determinado item. Dir-me-ão, mas isso é o que acontece em muitos dos títulos do universo dos videojogos, certo? Sim, é um facto, mas em Mario & Luigi: Brothership, para mim, isso foi por demais evidente.

Em cada ilha, sempre com diferentes biomas, o jogador necessita de investigar todos os cantos do cenário em busca de moedas e blocos...

GRAFISMO E SONOPLASTIA

Os tons coloridos e vistosos são sempre uma constante nos títulos de Mario e mais uma vez esse desidrato se verifica em Mario & Luigi: Brothership. Contudo, o estúdio de desenvolvimento optou por uma espécie de filtro que assemelha o jogo ás séries de desenho animado mais antigas que passavam nas nossas televisões, afastando-o daquela nitidez e alta definição que estamos habituados nos dias de hoje. Obviamente que foi uma decisão refletida e meditada, no entanto a título pessoal, prefiro, claramente, aquele visual polido, intenso e vibrante, comuns nos outros títulos da franquia.

A sonoplastia cumpre satisfatoriamente os seus desígnios, sem ser exuberante (ao contrário do que se verifica nas maiores produções da Nintendo). Ainda assim, a banda sonora, confere encanto a determinadas fases, ajudando a entrar no espírito do nível em que nos encontramos. Por outro lado, os efeitos sonoros deixam um pouco a desejar e são demasiado repetitivos, apesar das personagens principais não terem, propriamente, fala.

Nota de regozijo para a presença do idioma Português, ainda que seja na sua vertente do brasil. Costuma ser sempre um fator menos positivo e que venho constantemente a apontar aos títulos da Nintendo, no entanto, cada vez mais vemos o esforço por parte da marca nipónica em mitigar esse facto.

...o estúdio de desenvolvimento optou por uma espécie de filtro que assemelha o jogo ás séries de desenho animado mais antigas que passavam nas nossas televisões...

CONCLUSÃO

Mario & Luigi: Brothership não é um jogo que irá agradar de imediato a todos os jogadores, aliás, atrevo-me mesmo a afirmar que é direcionado para aqueles que se identificam com este estilo de jogo e sobretudo se já jogaram os seus antecessores. Porém, os jogos do Mario são sempre um garante de momentos bem-dispostos e divertidos, sendo especialmente vocacionados para aqueles momentos em que não temos muito tempo disponível para jogar e queremos aventurámo-nos por algo menos exigente e intenso, mas igualmente divertido.

Mario & Luigi: Brothership é uma escolha válida essencialmente para os amantes dos jogos de RPGs por turnos, contudo, nesse campo, existem variadíssimas e mais completas opções. Ainda assim, a diversão é garantida, apesar da repetibilidade ser uma evidência do início ao fim.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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