JOGOS: The Plucky Squire | Análise

8.11.24

Recentemente, foi-nos disponibilizado mais um título, desta vez o sui generis e peculiar, The Plucky Squire, uma mágica aventura jogada como se estivéssemos dentro das páginas de um livro de histórias.

Trazido ao mundo pelas mãos do estúdio de desenvolvimento indie All Possible Futures e publicado mundialmente pela Devolver Digital, The Plucky Squire é um jogo de ação-aventura com elementos de plataformas, cuja trama ocorre num reino extraordinário de fantasia e criatividade. O que de imediato captou a atenção dos potenciais jogadores, foi a originalidade, uma vez que a aventura se desenrola como se estivéssemos a ler um livro ou uma banda desenhada, sendo que a ação muda de forma e aspeto, passando de 2D para 3D e vice-versa. Aliás, as personagens principais foram criadas para uma banda desenhada online antes mesmo de serem utilizadas no jogo.

O que de imediato captou a atenção dos potenciais jogadores, foi a originalidade, uma vez que a aventura se desenrola como se estivéssemos a ler um livro...

Depois de alguns adiamentos, The Plucky Squire foi finalmente lançado no final de setembro de 2024, para a plataformas atuais, PC, Xbox Series X/S, Nintendo Switch e PlayStation 5, esta última que serviu de base para este artigo de opinião/review.

NARRATIVA

The Plucky Squire tem uma história bastante curiosa e centra-se, essencialmente, nas andanças do escudeiro Jot. Num local distante, apelidado de Land of Mojo, um reino extremamente colorido, governado pela Queen Chroma, Jot é adorado pelos habitantes, devido às suas histórias de coragem e bravura. Mas, tal como acontece frequentemente nestas histórias, um mal-intencionado vilão está à espreita. O terrível Humgrump, quando se apercebe que as forças da justiça, lideradas pelo destemido Jot, o iam derrotar, este consegue expulsá-lo, literalmente, para fora da história (leia-se para fora do livro!), mudando definitivamente o epílogo da trama (pelo menos pensava ele!).

...literalmente, para fora da história (leia-se para fora do livro!), mudando definitivamente o epílogo da trama (pelo menos pensava ele!).

No entanto, os livros (normalmente) têm um final feliz e o valente escudeiro, não se conforma com a transtornante situação e de imediato, começa a pensar numa maneira de voltar à narrativa. Para tal, Jot vê-se obrigado enfrentar desafios fora do comum, superar vários enigmas e quebra-cabeças e resolver alguns mistérios, com o intuito de regressar à aventura para salvar os aldeões da tirania de Humgrump e, claro está, garantir um final feliz!

Muito sinceramente, achei a história agradável e manteve-me interessado com suas as distintas reviravoltas, contudo, temos que ter em mente que é o jogo com uma classificação etária PEGI 7, por isso não esperem por situações muito complexas. Ainda assim alguns plot twist eram bastante expetáveis, enquanto outros me surpreenderam positivamente.

Ainda assim alguns plot twist eram bastante expetáveis, enquanto outros me surpreenderam positivamente.

JOGABILIDADE

The Plucky Squire também surpreende na sua jogabilidade, aliás, se calhar é o aspeto que mais o diferencia de outros títulos, isto porque mistura vários géneros. Em primeiro lugar, a maneira como transita de uma jogabilidade 2D, bem linear, para algo 3D de “quase” de livre exploração, é realmente interessante e bastante peculiar. Depois, os aspetos relacionados com a ação e o combate, onde recorremos ao manuseamento de uma espada, enfrentando e aniquilando os inimigos que nos vão aparecendo pelo caminho e onde necessitamos de explorar os cantos do mapa em busca de objetos e itens importantes para solucionar determinado quebra-cabeça.

Segue-se, os aspetos relacionados com o género RPG, onde recorremos a moeda do jogo, que pode ser encontrada durante a demanda, para conseguirmos potenciar as capacidades, habilidades e atributos do nosso pequeno, mas corajoso escudeiro. Por fim, as questões relacionadas com a resolução de puzzles, envolvendo objetos e até mesmo enigmas de palavras. No computo geral, The Plucky Squire engloba diversos aspetos de vários géneros e estilos de jogos, sem nunca se afirmar definitivamente num só, permitindo dessa forma agradar aos mais variadíssimos e distintos jogadores.

Resta-me afirmar que a jogabilidade é efetivamente sólida e bem estruturada, funcionando equitativamente quer no plano 2D, como no 3D, sendo realmente um motivo de regozijo, até porque foi um dos aspetos que mais me impressionaram quando o título se deu a conhecer aos amantes dos videojogos.

...a maneira como transita de uma jogabilidade 2D, bem linear, para algo 3D de “quase” de livre exploração...

LONGEVIDADE

The Plucky Squire não é um título propriamente enorme, aliás, qualquer coisa como 10 a 12 horas, já com alguma margem para os jogadores menos experientes, é completamente razoável para concluir a história principal, recolhendo todos os colecionáveis e itens especiais. O mapa/cenário de jogo (ou melhor o interior e o exterior do livro) não é propriamente extenso, contudo é completo em detalhes e minuciosidades. Para além de termos a necessidade de coletar algo semelhante a lâmpadas, a moeda do jogo, temos diversos colecionáveis para encontrar, como peças de arte, que permitem ao jogador ficar a conhecer a arte concetual do jogo e os Glitchbirds, o colecionável mais raro do jogo e o que necessita de mais atenção, pois alguns estão mesmo bem escondidos.

Ainda assim, mesmo após concluir tudo o que existe para fazer em The Plucky Squire, a qualidade da experiência revelou ser tão gratificante e compensatória, que fiquei com vontade de repetir a aventura e escrevo estas palavras com muita sinceridade. E quando assim é, está (quase) tudo dito.

...a qualidade da experiência revelou ser tão gratificante e compensatória, que fiquei com vontade de repetir a aventura...

GRAFISMO E SONOPLASTIA

A direção de arte de The Plucky Squire é realmente incrível, rivalizando com as grandes produções de títulos dos melhores estúdios de desenvolvimento com outros orçamentos financeiros. Não nos podemos esquecer que se trata de um título indie, contudo, os visuais são mesmo deslumbrantes e contribuem absolutamente para tornar a experiência inolvidável e de carater obrigatório. Personagens bem estruturadas, cenários coloridos e detalhados, ambientação diversificada, são alguns exemplos daquilo que o jogador pode esperar nesta aventura.

E o que escrever sobre a passagem do 2D para o 3D e vice-versa? Mais uma vez, tenho que parabenizar os responsáveis pelo desenvolvimento, porque efetivamente conseguiram criar algo que funciona assertivamente, sem grandes quebras de ritmo de jogo e que é realmente uma lufada de ar fresco no universo do gaming. Os meus sinceros parabéns.

A sonoplastia contribui positivamente para a enriquecer experiência, tal como esperado, sobretudo a banda sonora, que se vai adequando ao local onde o jogador se encontra, demonstrando ser completa e bastante diversificada. Todavia, tenho que mencionar um pequeno aspeto menos positivo, a ausência de voz das personagens. Eu sei que é situação que ocorre em muitos outros títulos, contudo elevaria a aventura a outro patamar. Ainda assim, talvez de forma compensatória, existe a voz do narrador que vai encaminhando o jogador pela trama.

CONCLUSÃO

The Plucky Squire justificou plenamente as boas indicações dadas quando foi anunciado e revelou ser uma fantástica experiência para qualquer idade. Não me canso de elogiar o esforço e dedicação de uma equipa de desenvolvimento, que entregou aos amantes dos videojogos uma aventura marcante e divertida. E este foi o primeiro título dos criadores (apesar de participarem noutros jogos) por isso, aguardo ansiosamente para saber o que o futuro nos reserva.

The Plucky Squire é uma experiência a todos os níveis gratificante, apresentando uma narrativa interessante e uma jogabilidade assertiva, assente num grafismo fantástico e deslumbrante. Recomendo a todos.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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