No seguimento da Temporada #02 hoje deixo aqui registado tudo o que ocorreu na minha terceira temporada ao serviço do Deportivo da Corunha.
Como sempre acontece no arranque
das temporadas, as movimentações de entradas e saídas no Depor foram diversas. No
mercado de verão, chegaram ao clube a custo zero, Angeliño, jovem defesa
esquerdo, formado no Depor, que pertencia aos quadros Man
City, para lutar por um lugar no onze, David Raya jovem guarda
redes, proveniente dos ingleses do Blackburn Rovers com o objetivo de
ser a sombra do habitual titular Przemyslaw Tyton, Marcos
Llorente médio defensivo dos quadros do Real Madrid, para
aumentar a quantidade de opções do meio campo, Vincenzo Grifo extremo
italiano do Freiburg com a particularidade de ser opção para ambos os
corredores e Mahmoud Dahoud médio centro alemão do Borussia Monchengladbach,
claramente para titular nessa zona do terreno. Nicolás Kippes e Joaquín
Pavón dois jovens com muito potencial, também chegaram a custo zero,
mas para numa primeira instância reforçarem o Depor B. No entanto as
entradas não ficaram por aqui, uma vez que ainda foram contratados, Wesley
Hoedt defesa central da Juventus a troco de uma verba de 5.5
milhões de euros (podendo chegar aos 6 milhões), Cristian Pavón extremo
argentino do Boca Juniors por 6.5 milhões de euros, Borja
San Emeterio defesa direito com largo futuro, adquirido por 3
milhões de euros (podendo chegar aos 3.3 milhões) e por fim, Michy
Batshuayi por 5.5 milhões de euros proveniente do Chelsea.
No total foram gastos cerca de 20.5 milhões de euros.
Por outro lado, abandonaram o
clube cerca de 15 atletas, dos quais se destacam Sídnei, um elemento que
vinha sendo titular absoluto da equipa, mas demonstrou interesse em sair para uma
equipa de maior dimensão e fruto da sua idade, permiti a sua venda, ao AS
Monaco por uma verba de 13.5 milhões de euros. Borja
Valle elemento com utilização intermitente, saiu para o Osasuna
por 3
milhões de euros, Fede Cartabia outro elemento nem
sempre titular, saiu para o Koln por 3.5 milhões de euros, Robert
Bauer elemento adquirido na época anterior por 2.8 milhões de euros (podendo
chegar aos 3.1 milhões euros) aos alemães do Werder Bremen e depois de
uma época com utilização regular, foi transferido por 5.75 milhões de euros
para o Leverkusen porque a oferta era boa e tinha outras opções. No
entanto a grande transferência estava reservada para Florin Andone, elemento
fundamental em todas as temporadas, mas perante uma oferta 39 milhões de euros por
parte dos milionários do Man City era impossível dizer não.
No mercado de inverno, saíram ainda José Ángel e Juan Domínguez, que
apesar de terem alguma utilização, face a outras opções no plantel, optei pela
venda, rendendo 1 milhão de euros e 1.4 milhões, respetivamente. No
total foram arrecadados 67 milhões de euros.
Depois de uma pré-época 100%
vitoriosa, onde o mérito vai inteiro para o meu treinador adjunto, uma vez que
é ele que orienta a equipa nessa fase, o primeiro jogo oficial foi frente ao
Bicampeão, Real Madrid, num desafio a contar para a primeira mão da Supertaça
de Espanha. Foi um encontro absolutamente épico e surreal, onde
estivemos a vencer por 3-0 aos 5 minutos de jogo, mas uma absurda reação dos
madrilenos permitiu uma incrível recuperação, mantendo o resultado parcial em
4-3. Na segunda metade, o Real Madrid foi mais forte e acabou
por vencer por 4-5, num encontro marcado pelos pokers de Maximilian Philipp e
claro, CR7. Vida difícil para a segunda mão, disputada no Santiago
Bernabéu, onde acabamos por ser derrotados por 2-0. Primeiro troféu
perdido, mas onde fiquei com a sensação que poderíamos ter feito mais.
Se na época passada alcançamos um
inesperado 2º lugar, este ano por incrível que pareça conseguimos não só
repetir a façanha, mas melhorando em todas as estatísticas, mais vitórias,
menos derrotas, mais golos marcados, menos golos sofridos e mais pontos, no
entanto o Real Madrid conseguiu também fazer melhor do que na época
transata, sagrando-se assim tricampeão. Obtivemos algumas vitórias categóricas,
por exemplo, 5-0 ao Sevilha e 1-0 ao Atlético
de Madrid, em alturas complicadas, com jogos exigentes da Liga
dos Campeões pelo meio. Não conseguimos garantir o título, mas fica o
sentimento que estamos próximos de o alcançar, valendo de consolo, mais uma
entrada direta na prova milionária.
Na Liga dos Campeões, quis a
sorte que calhássemos num grupo deveras complicado, frente a equipas
fortíssimas onde poucas ou nenhumas hipóteses tivemos. Man City, Bayern de Munique e
Inter
de Milão, impuseram-se e nem as vitórias frente ao Bayern fora e a caseira
frente ao Inter, permitiram qualquer tipo de sonho no apuramento, apesar
de termos ficado a apenas 1 ponto de distância, do 2º e 3º lugar.
Na Taça do Rei, falhamos o
objetivo a que nos propusemos, que seria alcançar os Quartos de final. A
caminhada foi curta e depois de eliminarmos sem dificuldade o CD
Toledo dos escalões inferiores de Espanha, caímos frente ao Real
Oviedo, um clube que acabaria por ser despromovido. Depois de vencer
confortavelmente no Riazor por 2-0, as responsabilidades da derrota
têm que me ser atribuídas, pois escalonei para a segunda mão, um onze de
jogadores constituído por muitos jogadores com poucos minutos de competição,
perdendo por igual resultado, sendo eliminados na lotaria das grandes
penalidades. Ficou um amargo de boca, pois poderíamos e devíamos ter ido um
pouco mais longe, uma vez que tínhamos equipa mais do que suficiente para isso.
Pelo terceiro ano consecutivo que
não conseguimos conquistar qualquer troféu, mas cumprimos os objetivos
acordados com a direção, com exceção da Taça do Rei. Na La Liga a expetativa era
atingir a qualificação para a Liga Europa e ficamos em 2º
lugar, com entrada direta na Liga dos Campeões, se na prova
milionária a exigência era alcançar a fase de grupos, tendo automaticamente
alcançado esse objetivo com o apuramento direto no ano anterior, apesar do
último lugar do grupo. Na Taça do Rei, objetivo falhado pois a
expectativa era os Quartos de final, mas fomos eliminados na Quinta Eliminatória. Na Supertaça
de Espanha, a direção não tinha qualquer expectativa pelo que não foi
contabilizado.
A nível pessoal, desta vez fui o
3º melhor treinador da temporada, mas o que me encheu verdadeiramente de
orgulho foi o saneamento da situação financeira do clube. Para além disso, fui
novamente alvo de diversos convites, rejeitados, mas fica na retina o convite
do multimilionário presidente do Inter de Milão.
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