No seguimento da Temporada #01 comandando os destinos do Deportivo da Corunha, estou de volta para mostrar todas as incidências que ocorreram no segundo ano.
Depois de na época anterior as
entradas se terem resumido a apenas um jogador e por empréstimo, desta feita o
mercado, quer de entradas, quer de saídas, foi deveras movimentado. No verão,
chegaram ao clube 10 jogadores, dos quais 5 a custo zero e os restantes 5 com
valor de transferência pouco exorbitantes, uma vez que era necessário cumprir
os apertados orçamentos. Dos livres destaco Rachid Ghezzal extremo
direito do Olympique Lyon, Maximilian Philipp jovem alemão,
avançado móvel do Freiburg que vieram para ser opção no onze, ao passo que Gerard
Gumbau e Sergio Reguilón foram contratados numa perspetiva de evolução e
utilização futura. Fede Cartabia já tinha sido contratado pela direção, antes de
eu assumir funções e apesar de não ser uma escolha minha, foi utilizado no
plantel principal com alguma regularidade. Relativamente às outras entradas, Adrián
Ortolà foi adquirido ao FC Barcelona por 350
mil euros (podendo chegar aos 400 mil euros) mas tal como outros
jogadores já referidos, foi numa perspetiva de evolução e utilização futura, no
entanto, neste mesmo mercado foi emprestado aos alemães do Wolfsburg. José
Ángel veio para ser o titular do lado esquerdo da defesa, sendo
comprado ao FC Porto por 400 mil euros (podendo chegar aos 450
mil euros), Robert Bauer para dar concorrência a Juanfran no lado direito
da defesa, adquirido por 2.8 milhões de euros (podendo chegar
aos 3.1 milhões euros) aos alemães do Werder Bremen, Danilo para ser o trinco
titular, adquirido por 2.1 milhões de euros ao SC
Braga e a maior transferência foi Cristian Tello, extremo para jogar
sobretudo do lado esquerdo do ataque, comprado ao FC Barcelona por 3.8
milhões de euros. No mercado de inverno, em janeiro apenas um retoque,
a chegada por empréstimo de Reiss Nelson proveniente do Arsenal
para dar maior profundidade ao plantel. No total, foram investidos 9.5
milhões de euros.
No plano inverso, deixaram o
clube muitos elementos, destacando Álex Bergantiños para os romenos do Astra
Giurgiu por 350 mil euros, que apesar de não ser um jogador fundamental era
dos mais experientes e formado no Deportivo, pelo que não queria
abdicar da sua utilidade, no entanto, fui sensível ao seu pedido para sair. Fernando
Navarro, experiente defesa esquerdo que foi utilizado com frequência na
temporada passada, no entanto decidiu reformar-se, Laure defesa direito
experiente e com utilização regular, mas face à entrada de outro jogador para a
sua posição, decidi avançar para a sua venda aos ingleses do Middlesbrough
por 600 mil euros, Fayçal Fajr, que foi pouco utilizado
e vinha constantemente a reclamar minutos no onze titular, foi transferido para
os franceses do Lille por 4 milhões de euros numa excelente
operação financeira, Oriol Riera que não fazia parte das
minhas contas para o plantel, vendido por 550 mil euros ao Getafe,
Manu
Molina que tinha sido promovido do Deportivo B em janeiro da época
anterior, no entanto sem grandes oportunidades, decidi avançar para a sua venda
ao turcos do Alanyaspor por 850 mil euros (podendo chegar aos 1.2
milhões euros), Luisinho titular no lado esquerdo da defesa na temporada
transata, mas face às aquisições e à sua idade, foi transferido para os turcos
do Mersin
por 300
mil euros, Bruno Gama, que apesar de ter jogado muitos minutos nunca me
convenceu e foi vendido aos franceses do Montpellier por 500 mil euros, Raúl
Albentosa um defesa central diversas vezes utilizado saiu por
empréstimo para os franceses do Bordéus, que acionaram a clausula de
compra em janeiro por 1.8 milhões de euros. No mercado de
inverno, saiu por empréstimo Borja Valle para o Las
Palmas, pois queria jogar com frequência e não estava a ser escolha
principal no Deportivo. No total, foi arrecadado cerca de 9
milhões de euros.
Depois de uma pré-temporada 100%
vitoriosa, onde a equipa foi orientada pelo meu treinador adjunto, o arranque
de época não se avizinhava nada fácil, já que num período de 8 dias tínhamos
que enfrentar o AC Milan no play-off de acesso à Liga dos Campeões,
intercalado com a visita ao Santiago Bernabéu para defrontar o Real
Madrid referente à primeira jornada da La Liga. Estreamo-nos na
competição com uma derrota por 3-1 frente ao Real Madrid, numa prova
onde mais uma vez, excedemos todas as expectativas, ficando num incrível e
impensável 2º lugar, logo atrás do Real Madrid campeão, mas à frente de
equipas poderosas como FC Barcelona, Atlético de Madrid 9º
classificado e desilusão da prova, Sevilla 10º classificado e Valencia
11º classificado. Foi uma caminhada difícil e complicada, mas o bom
trabalho de todos permitiu alcançar um lugar de entrada direta na próxima
edição da Liga dos Campeões. No total, 38 jogos, 23
vitórias. 9 empates e apenas 6 derrotas, tendo marcado 72
golos e sofrido 44, perfazendo 78 pontos. De salientar a
vitória épica por 4-3 frente ao Atlético de Madrid no Vicente
Calderón, com um fantástico hat-trick de Maximilian Philipp em
apenas 3 minutos.
Para a Liga dos Campeões, tal
como referido acima, enfrentamos o AC Milan no play-off de acesso. Na
1ª mão, a jogar em San Siro, empatamos 1-1 com um importante golo fora
marcado por Florin Andone, no entanto, no jogo a contar para a 2ª mão e
disputado no Riazor quase lotado, vencemos por uns surreais 5-0,
com golos de Florin Andone 2, Cristian Tello, Sidnei e Rachid
Ghezzal, garantindo assim um lugar na fase de grupos. Tivemos a
companhia de equipas como Chelsea, Spartak Moscovo e Celtic,
sendo que teoricamente poderíamos disputar o 2º lugar, uma vez que os ingleses
eram claramente os favoritos, e acabaram por confirmar mesmo essa situação ao
terminar em 1º lugar. Nós, depois de muita luta, conseguimos o apuramento
apenas com diferença de 1 ponto para o 3º lugar e 2 para o 4º lugar, o que é
revelador das dificuldades que enfrentamos. Nos oitavos de final, enfrentamos
os milionários do Paris Saint-Germain e a jogar em casa na 1ª mão, ainda sonhamos
com a vitória, depois de um golo madrugador de Edinson Cavani e já na
segunda parte, Cristian Tello empata e pouco tempo depois, a cambalhota no
marcador podia mesmo ter acontecido, mas Emre Çolak desperdiçou uma grande
penalidade, terminando o encontro empatado e obrigando a marcar no Parque
dos Príncipes para passar a eliminatória. Em frança, apesar de todo o favoritismo
do PSG,
perdemos apenas por 1-0 e apesar da eliminação, deixamos uma boa imagem.
Na Taça do Rei, realizamos
um percurso fantástico, iniciando frente ao Racing Club de Ferrol dos
escalões inferiores de Espanha, vencendo ambas as mãos pelo mesmo resultado, 2-0
e com a particularidade de alinhar com um lote de jogadores menos utilizados.
Seguiu-se o desafio frente ao primodivisionário Real Bétis, onde levamos
de vencido no Riazor por 2-0 e apesar da derrota por 2-1
no Benito
Villamarín, passamos fruto do golo fora. Nos quartos de final,
eliminamos o Málaga sem grandes dificuldades tendo vencido no La
Rosaleda por 1-0 e fechado a eliminatória em casa
com nova vitória por 3-0. Nas meias finais, um jogo
completamente de loucos, onde a vitória nos sorriu por 4-3, escandalizando por
completo o Camp Nou, no entanto sabíamos perfeitamente que a eliminatória
não estava resolvida, mas a jogar em nossa casa e com o apoio dos nossos
adeptos, conseguimos o apuramento para a final, empatando 1-1 frente ao FC
Barcelona. Na final, curiosamente disputada no Camp Nou, frente ao outro
colosso espanhol, Real Madrid, realizamos uma exibição assertiva tendo empatado
no tempo regulamentar e prolongamento, 2-2, levando o jogo para a lotaria
das grandes penalidades, onde acabaríamos por sair derrotados por 9-8.
Os objetivos delineados entre mim
a direção do clube, apesar do fantástico 4º lugar alcançado na temporada
anterior, eram terminar a La Liga na metade superior da
tabela, alcançar a 5ª eliminatória da Taça do Rei e alcançar a fase de grupos
da Liga
dos Campeões, sendo todos superados, por isso e mesmo não tendo
conquistado nenhum título, considero que foi uma época tremendamente positiva.
A nível pessoal, tal como o ano
passado, foi distinguido com o prémio Treinador do Ano, ficando à frente
de Zinedine
Zidane, treinado campeão nacional e de Paco Herrera, treinador
do Granada
que os guiou a um fantástico 7 lugar e possível presença nas competições
europeias.
A minha boa prestação ao serviço
do Deportivo
da Corunha originou alguns convites, mais concretamente da Juventus
e curiosamente 2 vezes pelo Valencia, mas por presidentes
diferentes e em datas distintas, no entanto, as entrevistas foram imediatamente
rejeitadas uma vez que o objetivo passa por vencer a La Liga pelo Deportivo
da Corunha e só depois partir para novos desafios.
No próximo artigo, avançamos para
a terceira temporada ao leme do Deportivo da Corunha e
será que iremos ter sucesso na Liga dos Campeões? Em que
posição terminaremos na La Liga, será possível repetir o
lugar da época transata? Quem deixou o clube e quem entrou? Conquistaremos
algum troféu? Confiram tudo.
2 comments
Que está nova temporada seja uma temporada recheada de belos êxitos.
ResponderEliminarVamos aguardar então, como anteriormente com certo interesse.
Saudações e até breve.
Obrigado pelo comentário. Não é fácil pois o Deportivo não tem o poderio financeiro de outros clubes...
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