Agora que terminou a época desportiva 2023/24 é a altura ideal para realizar um pequeno balanço sobre a temporada realizada pelo FC Porto.

Na temporada de 2023/24, o FC Porto realizou 52 jogos oficiais, tendo alcançado 35 vitórias, 6 empates e 11 derrotas, marcando 100 golos e sofrendo 45. Números que permitiram conquistar um troféu nacional, a Taça de Portugal.

Em termos de transferências, os dragões perderam alguns elementos bastantes influentes, como por exemplo Otávio e Matheus Uribe. Para além de outros com menor destaque na manobra da equipa.

Em sentindo inverso, entraram na equipa jogadores que ao longo da temporada contribuíram de forma importante, como por exemplo, Francisco Conceição, Alan Varela, Nico González e Otávio Ataíde, este último no mercado de janeiro. De todos e na obrigatoriedade de escolher quem foi o mais decisivo e influente, optaria por Francisco Conceição, uma vez que desequilibrou como mais ninguém o conseguiu fazer.

Em termos individuais, houve jogadores que realmente se destacaram mais que os outros, apesar de uma temporada muito atribulada. Começando pelo guarda-redes, Diogo Costa, na minha opinião não esteve ao nível que nos habituou nos últimos anos, talvez muito por culpa da sua defesa, realizando, ainda assim, uma temporada aceitável. Na defesa, muitas adversidades, desde logo a lesão grave de Marcano e de Zaidu que os afastaram grande parte da temporada, depois os muitos jogos falhados por Pepe, também por lesão e castigo, a inconsistência exibicional de João Mário e Fábio Cardoso, a promoção de Zé Pedro à equipa A, ou seja, tudo junto foram realmente muitas contrariedades.

A minha escolha para o jogador em destaque da zona defensiva, foi sem dúvida Wendell, outrora muito contestado, conseguiu este ano ser bastante regular e com boas exibições, sobretudo na Liga dos Campeões, que inclusive lhe valeram a chamada à seleção brasileira.

No meio campo, uma zona do terreno que ficou privada de Uribe, um elemento muito importante e até mesmo Otávio, que diversas ocasiões também deu o seu contributo nessa área, foi até bem parte da época, uma zona do campo que passou por momentos conturbados, pelo menos até Sérgio Conceição ter acertado na dupla, Alan Varela e Nico González, que foram naturalmente os melhores. Eustaquio esteve abaixo do demonstrado na temporada transata, Grujic mais uma vez não conseguiu apresentar qualidade para jogar, André Franco que até jogou diversas partidas, foi desaparecendo aos poucos, Romário Baró pouco ou nada acrescentou nas raras aparições e Iván Jaime foi talvez a maior desilusão, acabando por ser afastado do plantel, juntamente com outros elementos.

A minha escolha para o jogador em destaque da zona intermediária, foi Alan Varela, que apesar de não fazer esquecer totalmente Uribe, jogou um número bastante elevado de jogos e a um nível bastante razoável, o que para a sua primeira temporada na europa, não foi um mau cartão de visita.

Na zona atacante, Taremi e Toni Martínez foram as maiores desilusões, por motivos distintos, mas não corresponderam aquilo que era esperado, Danny Namaso e Gonçalo Borges, apesar de jogarem mais jogos não conseguiram afirmarem-se como opções válidas, o reforço Fran Navarro teve poucas (ou nenhumas) oportunidades, acabando mesmo por ser emprestado no mercado de inverno. Evanilson, Pepê, Galeno e Francisco Conceição foram aqueles que estiveram a um nível mais alto, tendo inclusive sido chamados às respetivas seleções nacionais.

A minha escolha para o jogador em destaque da zona atacante, foi Francisco Conceição, uma vez que na grande maioria dos desafios, nunca virou a cara à luta, correndo, batalhando, assistindo e marcando golos.

Na Supertaça, o FC Porto foi derrotado pelo rival SL Benfica por 2-0, numa partida em que os dragões até foram melhores na primeira parte, contundo na segunda metade a eficácia do adversário ditou o resultado final.

Na Liga Portugal Betclic, os portistas foram sempre muito inconsistentes, perdendo muitos pontos no Estádio do Dragão, o que não costuma acontecer muito frequentemente e frente a adversários teoricamente acessíveis, alcançando talvez o pior registo da era Sérgio Conceição. Ainda assim, os azuis e brancos conseguiram ser a melhor defesa da prova, com 27 golos sofridos, o que face a tantas oscilações e fragilidades, acabando por ser um dado interessante. O oposto aconteceu nos golos marcados, terminando a competição com 63, apenas o 4º melhor ataque, atrás de SC Braga (+8), SL Benfica (+14) e Sporting CP (+33).

Na Liga dos Campeões, o FC Porto teve um percurso aceitável, dentro do esperado, conseguindo o apuramento para os Oitavos de Final em 2º ugar com os mesmos pontos do 1º, o Barcelona, mas tendo perdido ambos os confrontos. Nos restantes jogos da fase de grupos, os dragões bateram em ambas as partidas o Shakhtar Donetsk e o Royal Antwerp. Nos oitavos de final, os azuis e brancos ainda sonharam com a passagem da eliminatória, mas acabaram por ser derrotados nas grandes penalidades frente ao Arsenal.

Na Taça de Portugal, uma grande prestação só com vitórias permitiu, mais uma vez, conquistar o único troféu da temporada. Os portistas eliminaram adversários como Vilar de Perdizes, CDC Montalegre, Estoril Praia, Santa Clara e Vitória SC, batendo na final o Sporting CP, após prolongamento.

Na Taça da Liga, os dragões não passaram da fase de grupos, não atingindo a Final Four da competição, num grupo composto por Estoril Praia e Leixões, sendo uma prestação abaixo do esperado.

Em jeito de balanço, o FC Porto conquistou um troféu, a Taça de Portugal, mas deixou uma imagem muito abaixo do exigível, sobretudo na Liga Portugal Betclic, ficando em 3º lugar e falhando o apuramento para a Liga dos Campeões.