JOGOS: Detective Pikachu Returns | Análise

14.11.23

Recentemente tivemos acesso a mais um título, desta vez o Detective Pikachu Returns, um exclusivo para a Nintendo Switch.

Desenvolvido pelos estúdios Creatures Inc., responsáveis por tantos títulos com a marca Pokémon e publicado mundialmente pela própria Nintendo, Detective Pikachu Returns é a sequela direta do Detective Pikachu lançado em 2019 para a Nintendo 3DS.

A trama ocorre precisamente dois anos após os incidentes do primeiro jogo e novamente em Ryme City, onde Pikachu e o seu parceiro de investigação Tim Goodman, tentam resolver mistérios que assolam a localidade, mas principalmente o desaparecimento de Harry Goodman, pai do próprio Tim. Apesar Detetive Pikachu Returns ser o seguimento natural do Detetive Pikachu original, os jogadores não são obrigados a jogar o primeiro jogo (ou a ver o filme Detetive Pikachu no qual o jogo foi buscar inspiração) para poderem jogar Detetive Pikachu Returns, no entanto é recomendado que o façam, caso tenham essa oportunidade. Para aqueles que não o consigam fazer, o jogo apresenta uma recapitulação e informações sobre o que aconteceu no seu antecessor.

Detective Pikachu Returns é um jogo que se foca essencialmente na narrativa, como seria expetável, onde o jogador tem que obrigatoriamente investigar mistérios, trocando muitas impressões com os demais cidadãos, sejam eles humanos ou Pokemon. Para tal, existe uma dinâmica interessante, uma vez que Tim recolhe informações conversando com os humanos, Pikachu fala com os Pokemons e sendo Tim um dos poucos humanos que conseguem compreender o Pikachu, trabalham perfeitamente em conjunto, formando assim uma dupla interessante para resolver todos os mistérios. Durante a aventura, a dupla de investigadores ainda poderá contar com a ajuda de outros Pokemons, com características bem particulares, que auxiliam a demanda e a solução dos mistérios.

Pikachu e o seu parceiro de investigação Tim Goodman, tentam resolver mistérios...

A jogabilidade é bastante simples e está diretamente relacionada com a fase de investigação. Assim que nos aproximamos de um local onde tenha ocorrido algum caso, o jogador é alertado para dar início à investigação, tendo que abordar os díspares intervenientes, de modo a recolher informações, sendo as provas mais importantes anotadas diretamente num caderno. Assim que tivermos em posse o conjunto de todas as pistas mais importantes, uma mensagem como “Begin Deducing”, onde podemos começar a tirar as devidas ilações, resolvendo o mistério, parte por parte.

Em Detective Pikachu Returns a exigência não é muito elevada, mesmo que não se consiga resolver um caso á primeira, apenas temos que tentar novamente e selecionar outra conclusão. Também existem missões secundárias, bastante semelhantes às principais, mas mais curtas, porém pouco ou nada premeiam o jogador pela sua conclusão, mas também não o penalizam se não as completar. Apenas existem para aumentar um pouco a longevidade! É um ponto bastante claro que o jogo é mais focado na história e narrativa, sendo esse desígnio completamente privilegiado em relação a tudo resto, por isso, se procuram um título com muita ação, então Detective Pikachu Returns definitivamente não é a escolha. O máximo que irá ocorrer é uma espécie de QTE (quick time event) onde temos que pressionar rapidamente os botões ou pressionar o botão certo à medida que vai aparecendo no ecrã.

Assim que tivermos em posse o conjunto de todas as pistas mais importantes, uma mensagem como “Begin Deducing”...

Face a isto, Detective Pikachu Returns não irá seguramente agradar a todos, atrevendo-me mesmo a escrever que irá apenas deliciar uma pequena parte dos fãs mais acérrimos de Pokemon. O ritmo é demasiado lento, requer muita paciência e determinação por parte de quem o está a jogar, o que certamente irá afastar aquele tipo de jogador que procurar diversão e ação instantânea. Pelo seu turno, a trama é razoavelmente interessante, mas por vezes é demasiado extensa, obrigando sobretudo a largos períodos de leitura dos textos que vão aparecendo. E é com profunda amargura que, mais uma vez, lamento que a Nintendo não inclua a linguagem portuguesa em todos os seus títulos, ao contrário de muitos exclusivos da concorrência. É também um facto que, atualmente, já se encontra o idioma Português em títulos da Nintendo, como é o caso do mais recente Super Mario Bros. Wonder, porém o ideal seria a sua existência em todos e sobretudo naqueles em que a narrativa assume papéis primordiais, como é o caso.

Graficamente Detective Pikachu Returns é simplesmente o esperado, sempre muito colorido e assente em visuais cartoonescos, bem ao estilo de desenhos animados e de outros títulos com a marca Pokemon. Não surpreende, nem tem pouco apresenta algo que nos deixe espantados, limitando-se a cumprir assertivamente a sua proposta. O mesmo pode ser escrito sobre a sonoplastia, ou seja, nada transcendente, aliás o jogo só tem uma representação de voz parcial, sendo necessário ler o texto na íntegra para ser perceber determinadas situações. Na minha opinião, o estúdio poderia e deveria ter ido um pouco mais longe nessa vertente.

Graficamente Detective Pikachu Returns é simplesmente o esperado, sempre muito colorido e assente em visuais cartoonescos...

Em suma, Detective Pikachu Returns é um story-driven com uma narrativa razoavelmente interessante, porém demasiado massiva e extensa, tendo poucos momentos de verdadeira jogabilidade. Sem o idioma português, o que pode afastar muitos dos interessados.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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