Chegou a vez de escrever o meu artigo de opinião sobre o título Immortals of Aveum, um surpreendente jogo com uma proposta fora do habitual, na sua versão para a PlayStation 5.
Pelas mãos do recente estúdio de desenvolvimento Ascendant Studios e publicado mundialmente pela sobejamente famosa Electronic Arts, Immortals of Aveum é um título com visão na primeira pessoa, mas ao invés de ser um comum shooter, onde o jogador controla uma personagem repleta de armamento e disparando sem dó nem piedade contra qualquer inimigo que apareça pela frente, em Immortals of Aveum as armas e as balas foram substituídas por magias e feitiços. Surpreendidos? Então leiam com atenção as linhas que se seguem!
A história de Immortals of Aveum é complexa. Para não defraudar as expetativas daqueles que procuram descobrir todos os detalhes por eles mesmo, vou tentar resumir as incidências da trama de uma forma bem sucinta. A ação ocorre num mundo apelidado de Aveum, que se encontra dividido em cinco grandes reinos, rodeados de fendas de um abismo profundo para o centro do mundo. The Wound (A Ferida) consume lentamente Aveum, enquanto uma estátua misteriosa denominada de "The Pentaçade” se eleva sobre a terra. Durante milénios, os reinos lutaram desesperadamente pelo controlo da magia que flui por Avelum, porém apenas dois resistiram ao passar dos anos, Lucium e Rasharn. Este último, é liderado pelo tirano Sandrakk que se encontra a um pequeno passo de conquistar o derradeiro reino, Lucium, terra natal do protagonista principal, Jak.
Como já se aperceberam, Jak é a personagem controlável pelos jogadores e tem uma história no mínimo curiosa. Ele e os seus amigos, vão cometendo pequenos furtos e delitos, para sobreviverem aos tempos complicados. Jak possui alguns poderes mágicos e recorre a eles para ser alguém nas ruas de Seren, porém, longe de perceber o que o destino tinha reservado para ele. As forças do mal de Sandrakk, invadem a sua localidade e Jak, tenta a todo o custo salvar o seu povo. No derradeiro momento do conflito, Jak liberta todo o seu potencial e consegue aniquilar todos os incautos. Esse momento heroico, desperta a atenção de Grand Magnus Kirkan que o recruta para integrar a Order of the Immortals, que têm como objetivo, destruir de uma vez por todas Sandrakk e conquistar o reino de Rasharn.
No derradeiro momento do conflito, Jak liberta todo o seu potencial e consegue aniquilar todos os incautos. |
Com o avançar da trama, descobrimos que Jak pertence a uma classe apelidada de Triarch Magnus, composta apenas por feiticeiros extremamente raros. Só eles possuem a capacidade de controlar as três cores das magias dominantes no mundo de Avenum. Force (cor azul) corresponde a uma magia mais precisa e de longo alcance, algo comparado com um tiro de uma arma de um sniper, Life (cor verde) é uma magia composta por ataques de média distância, mas muito rápidos e por fim, Chaos (cor vermelha) onde predominam os ataques de curto alcance, sendo devastadores quando os inimigos estão em grande número e a distâncias muito curtas. No total, Jak terá acesso a aproximadamente 25 feitiços diferentes, que variam entre magias ofensivas e defensivas. Todas estas magias são alimentadas através de uns cristais da mesma cor que se encontram espalhados pelo mapa e necessitam de ser recolhidos pelo jogador.
Só eles possuem a capacidade de controlar as três cores das magias dominantes no mundo de Avenum. |
Pelo meio, existe a tradicional árvore de habilidades, que também ela possui o seu nível de complexidade. Para se ter uma pequena ideia, no total poderão ter oitenta (sim, leu bem) opções para melhorar as habilidades e capacidades da personagem. Aqui podem esperar um pouco de tudo, desde a evolução normal dos ataques, para serem mais devastadores, aos tempos de recargas das magias, até aos movimentos especiais, como por exemplo o abrandar do tempo de reação dos inimigos e mesmo até fazer Jak flutuar! Uma pequena nota, apenas conseguimos evoluir um poder de cada vez, o que me parece um pouco limitador.
Aqui podem esperar um pouco de tudo, desde a evolução normal dos ataques, para serem mais devastadores... |
Sendo o mais sincero possível, com o avançar da trama comecei a experienciar sensações completamente díspares. Se num plano inicial, fiquei empolgado em perceber o que se iria passar, que poderes especiais Jak iria possuir, entre outras questões, com o desenrolar da aventura essas sensações cativantes deram lugar a momentos menos positivos. Em primeiro lugar a velha questão da repetibilidade. Realmente os confrontos são muitos e em lugares distintos, porém os inimigos são quase sempre os mesmos, mudando aqui e ali, um incauto mais poderoso ou o boss final. Em segundo lugar, o caos! Nas batalhas mais intensas, o caos no ecrã é de tal ordem que é praticamente impossível estar com a devida atenção, sendo amiúdes vezes atingido porque não se percebe de onde veio o ataque. Por diversas ocasiões, optei pelo disparo continuado, apertando sem critério o botão do comando referente ao ataque, o que não faz muito sentido, mas foi a única forma que encontrei para fazer face ao que se sucedia.
Graficamente Immortals of Aveum é realmente um festim para os nossos olhos! Todos os cenários do mágico mundo de Avenum estão bem desenvolvidos, sendo rico em detalhes e mesmo com o caótico ambiente das batalhas mais intensas, o jogo flui assertivamente. Os efeitos especiais das magias estão num nível muito alto e por diversas ocasiões fazem lembrar os poderes existentes no filme Doctor Strange. A palavra muito especial para a equipa de atores que deram o seu cunho pessoal essencialmente à parte cinematográfica do jogo, composta por alguns bem conhecidos de filmes e séries, como Darren Barnett (de Never Have I Ever ou Love Hard), Gina Torres (de The Matrix Revolutions ou 9-1-1: Lone Star), Antonio Aakeel (Tomb Raider ou Slow Horses) e Lily Cowels (Antebellum – A Escolhida ou BrainDead), só para citar alguns.
A palavra muito especial para a equipa de atores que deram o seu cunho pessoal essencialmente à parte cinematográfica do jogo, composta por alguns bem conhecidos de filmes e séries... |
A sonoplastia de Immortals of Aveum é realmente bastante completa e misturas géneros como Chill, Electronic, Hip-Hop e Classic, complementando na perfeição momentos mais intensos ou simplesmente outros de exploração mais tranquila. No geral, uma banda sonora cativante e que desperta a imaginação, toda ela composta por originais realizada por músicos com muito talento.
Resumindo, Immortals of Aveum apresenta uma proposta diferente, arrojada e com bastante potencial, alicerçada num grafismo que impressiona. Porém, jogabilidade confusa e demasiados momentos onde a repetibilidade é uma constante, não permitem que o título atinja outros patamares.
Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas
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