JOGOS: God of War Ragnarok | Análise

18.11.22

Na altura do ano pródiga em lançamentos, tivemos acesso a mais um título, desta vez o tão aguardado God of War Ragnarok, um exclusivo (eventualmente temporário) PlayStation, desenvolvido pelos Santa Monica Studios e publicado em todo o mundo pela Sony Interactive Entertainment.

A saga God of War é seguramente uma das mais famosas e conhecidas à escala global, tendo criado marcos históricos importantes, marcado gerações e influenciado a venda plataformas ao longos de muitos anos. Até eventualmente posso ir um pouco mais longe, atrevendo a afirmar que poucos são aqueles que nunca ouviram algo sobre God of War ou como é mencionado na nossa língua materna, o Deus da Guerra.

Para nos situarmos cronologicamente, God of War Ragnarok é o nono título com a chancela God of War, uma saga que teve o seu início no distante ano de 2005 para a consola PlayStation 2, garantindo de imediato inúmeras menções honrosas, reconhecimentos públicos, prémios e vendendo milhões de unidades em todo o mundo. Desde essa altura até aos dias de hoje, com os subsequentes títulos a serem lançados, a legião de fãs foi aumentando exponencialmente, colecionando admiradores em todas as partes do planeta, chegando inclusive a serem aclamados como alguns dos melhores jogos de todos os tempos.

God of War Ragnarok é a sequência direta do seu perecedor, God of War lançado em 2018, sendo aclamado universalmente por todos os meios especializados na matéria, recebendo elogios e distinções nos mais variados aspetos que compõem um jogo, desde a fantástica história, passando pelo aprimorado grafismo, banda sonora, sistema de combate e mesmo até por ter conseguido revitalizado uma série de enorme sucesso sem perder a sua identidade, o que nem sempre é muito fácil.

God of War Ragnarok é a sequência direta do seu perecedor, God of War lançado em 2018, sendo aclamado universalmente por todos os meios especializados

Por questões mais do que óbvias, apesar de não ser totalmente obrigatório ter jogado o título anterior, até porque no menu inicial de God of War Ragnarok é possível visualizar um resumo dos acontecimentos do seu antecessor, é tremendamente aconselhado ter vivenciado essa experiência antes de partir para esta nova aventura. Aliás, podem sempre relembrar o que foi escrito por mim no link.

Precisamente três anos após os acontecimentos de God of War, Kratos e o seu filho Ateus, tentam levar uma vida normal em Midgard, treinando para a inevitável batalha que os espera, mas para além dos perigos dessa era, também passam por dificuldades devido ao Fimbulwinter, um inverno com duração de três anos que principiou após a conclusão do jogo anterior e que tornou todo o local num enorme deserto gelado. Kratos vive angustiado, tentando lidar com a triste sina de um passado recente, que incluiu a morte de Faye, mãe de Atreus. Por outro lado, a responsabilidade paternal é outro dos seus fardos, uma vez que Atreus tem legítimas perguntas que devem ser esclarecidas. Talvez a melhor forma de definir o jovem, seja mencionar que ele é algo como meio gigante, um quarto deus e outro quarto mortal, sendo também apelidado de Loki, o seu nome no reino de Jötunheim, a terra dos gigantes.

Por outro lado, a responsabilidade paternal é outro dos seus fardos, uma vez que Atreus tem legítimas perguntas que devem ser esclarecidas

Ao contrário do título de 2018, desta vez é o jogador vai mesmo viajar pelos nove reinos pertencentes à mitologia nórdica, todos eles com as suas particulares características. Midgard, Muspelheim, Niflheim, Alfheim, Helheim, Svartalfheim, Vanaheim, Asgard e Jötunheim, são os seus nomes. Ao avançar pela trama somos confrontados pelo principal antagonista, Odin Rei de Asgard e mestre de todos os reinos e por Thor, o Deus do Trovão, que propõem uma espécie de tréguas, ou seja, deixam a família Kratos em paz, caso Atreus cesse a sua busca incessante à procura de respostas e de encontrar o paradeiro de Týr, o deus nórdico da guerra, que se pensava ter sido morto por Odin. Kratos obviamente recusa e a partir desse momento começam a ser desenrolados os verdadeiros acontecimentos jogo, mas prefiro parar de escrever por aqui, para evitar spoilers, no entanto posso adiantar é realmente uma história incrível e um enredo digno de muitos louvores.

Centrando atenções na jogabilidade, God of War Ragnarok mantêm tudo o que de bom foi introduzido no título anterior, sendo que inicialmente e sublinho, apenas numa fase inicial da aventura, fiquei um pouco receoso que estivesse perante algo muito análogo, mudando eventualmente circunstanciais detalhes. Na realidade, é apenas um reflexo memorial, uma vez que com o avançar da trama, vão sendo introduzidas novas mecânicas, quer de combate, quer de movimentação, que nos conseguem surpreender e maravilhar. É com regozijo que afirmo, que várias foram as ocasiões que fiquei boquiaberto com determinadas situações, levando a pensar como foi possível melhorar uma jogabilidade que já era qualquer coisa de fenomenal. Nutro algum carinho especial pela movimentação terreste através de um trenó, puxado vigorosamente pelas duas lobas, Speki e Svanna.

No combate, o duo mantém-se fiel, ou seja, controlamos apenas Kratos mas simultaneamente indicamos a altura concreta que necessitamos da ajuda colaborativa de Atreus, que dispara flechas poderosas através do seu arco, que em determinadas ocasiões são de extrema importância. Kratos utiliza novamente as suas armas prediletas, o machado Leviathan e as icónicas The Blades of Chaos, mas também o escudo, que é fundamental tanto para nos defendermos dos ataques dos incautos, mas também para executar alguns movimentos de ataque, repelindo os desavindos.

A complexa árvore de habilidades também está presente, permitindo evoluir as capacidades das personagens. Ainda no campo evolutivo, inúmeras possibilidades de melhoramentos estão ao nosso dispor, desde armaduras para ambos os personagens aperfeiçoando os atributos, novos e mais poderosos golpes, runas que adicionadas aos equipamentos fortalecem o dano causado, encantamentos para fortalecer ou restaurar a energia, entre outras. Tudo isto às custas de pontos de experiência que são conquistados ao derrotar inimigos, peças de prata que são recolhidas depois de destruir elementos do cenário, missões secundárias que fornecem itens raros e outros tipo de recursos que podem ser encontrados em arcas, possibilitando o aumentar nível de Kratos e permitindo-lhe enfrentar os inimigos mais poderosos. Por isso é fundamental e de extrema importância, vasculhar todos os locais do mapa e realizar algumas missões paralelas antes de avançar na história principal.

Por isso é fundamental e de extrema importância, vasculhar todos os locais do mapa e realizar algumas missões paralelas antes de avançar na história principal.

Uma nota de destaque para uma nova funcionalidade, ativada através do botão triângulo, que quando pressionado sem largar, atribui uma propriedade ao nosso armamento. Por exemplo, o machado congela e quando arremessado passa a sua propriedade para os inimigos, o mesmo acontece com as laminas, só que em vez de gelo, ficam em chamas, queimando os adversários ou locais estratégicos do cenário. Não me canso de frisar, God of War Ragnarok conseguiu claramente melhorar ou evoluir, aquilo que já era de excelente nível no seu antecessor.

Confesso que fui rever o que escrevi na minha opinião do God of War de 2018 sobre o grafismo. Passo a citar: “Graficamente, God of War é daqueles títulos que quase não existem palavras para descrever aquilo que os nossos olhos conseguem captar enquanto jogamos. Roça claramente a perfeição, onde quer que a aventura se desenrole e acreditem, viajamos por muitos locais, todos eles bem dissemelhantes, desde florestas com complexos tipos de vegetação até às montanhas glaciais, passando por minas turvadas e lagos repletos de cascatas, tudo isto com uma fluidez que confere ainda mais fascínio ao título.” Realmente, foi um marco na consola da geração passada, porém God of War Ragnarok, obviamente desenvolvido de origem para o hardware superior da PlayStation 5, foi ainda mais longe e evoluiu aquilo que já era realmente incrível, levando-o a um patamar de eleição.

...é daqueles títulos que quase não existem palavras para descrever aquilo que os nossos olhos conseguem captar enquanto jogamos.

A sonoplastia também emana qualidade, aliás a banda sonora composta por Bear McCreary, proporciona momentos épicos e incríveis. Uma palavra final para a presença do idioma Português em todos os componentes do jogo, algo que já tem sido habitual nos exclusivos da Sony Interactive Entertainment, no entanto é sempre de assinalar. Ainda nessa área, o consagrado ator português Ricardo Carriço é, mais uma vez, a voz portuguesa de Kratos, enquanto os conceituados atores Diogo Morgado e Virgílio Castelo emprestam a voz a Týr e Odin, respetivamente.

Resumindo, God of War Ragnarok será com toda a certeza o jogo do ano e com toda a justiça. Evoluiu claramente uma experiência que já era de grande nível no seu antecessor, sendo evidentemente um título obrigatório para qualquer amante do universo dos videojogos.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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