JOGOS: Horizon Forbidden West | Análise

2.3.22

Num momento de grandes lançamentos, chegou até nós o novo Horizon Forbidden West, desenvolvido pela Guerrilla Games e publicado pela própria Sony Interactive Entertainment.

Horizon Forbidden West é a sequela direta de Horizon Zero Dawn, um título que impressionou em 2017 aquando do seu lançamento, deixando um legado, uma marca e que foi de extrema importância para a consola antecessora da geração atual. Fazendo um pequeno parêntesis antes de avançar diretamente para a minha opinião sobre o Forbidden West, atrevo-me a afirmar que Zero Dawn foi um perfeito exemplo de como todos os títulos deveriam ser desenvolvidos, uma vez que mescla sabiamente como poucos todas as componentes principais de um jogo, narrativa, jogabilidade, longevidade e grafismo, por isso para Forbidden West a fasquia encontrava-se bastante elevada, restando saber se conseguiu manter a mesma bitola ou eventualmente até superar esse desígnio.

Voltando atenções propriamente para a análise, a narrativa de Horizon Forbidden West enquadra-se exatamente no final dos eventos ocorridos no seu predecessor e o jogador controla novamente a protagonista Aloy, a pária que ficou eternizada pelas suas ações no primeiro título. Depois de ter impedido que Zero Dawn, o programa que tinha intentos de destruir a humanidade, Aloy é novamente confrontada com mais ameaças, procurando a todo o custo respostas para os mais recentes flagelos. Uma situação pertinente e que recebe de imediato a atenção de Aloy é o facto da vegetação, as plantações e os produtos que o solo fornece, estarem a ser devastados por uma estranha praga, que ao mesmo tempo influencia o comportamento das máquinas. Sendo assim e como bem sabemos que a protagonista não é de ficar de braços cruzados, Aloy parte em busca de perceber o que se está a passar, rumando até ao Oeste Proibido.

Em termos de história, Forbidden West continua o que aconteceu no primeiro título e apesar de não ser uma exigência absoluta é obviamente aconselhado a quem não jogou o Zero Dawn a começar a sua aventura por aí. Quem não quiser, tem ao dispor imensa informação numa secção especifica do jogo, que descreve de forma detalhada e minuciosa os eventos que ocorreram, no entanto, a quantidade de esclarecimentos é de tal ordem dantesca e massiva, que facilmente nos aborrecemos.

Com o avançar da demanda e apesar de pisarmos algum território bem conhecido do primeiro título, paulatinamente conseguimos ser francamente surpreendidos com novas personagens pertencentes a tribos nunca avistadas e máquinas com argumentos verdadeiramente díspares. Sinceramente nota-se claramente o esforço do estúdio de desenvolvimento em querer proporcionar ao jogador motivos extra para encarar o título como uma nova aventura, baseada no mesmo universo, mas sem ser uma repetição. Não nos podemos desviar das comparações com o seu antecessor, até porque elas estão bem patentes, ou não se trataria de uma sequela, no entanto, posso garantir que o jogador irá ser amiudamente surpreendido.

Em termos de jogabilidade, Forbidden West não se desvia muito de Zero Dawn, introduzindo algumas pequenas mecânicas que se traduzem em mais mobilidade para Aloy. A protagonista nos primeiros momentos constrói um pequeno utensílio, uma corda com um gancho, que possibilita alcançar pontos de subida mais elevados, como abrir caminhos obstruídos. Para além disso, Aloy consegue agora movimentar-se por baixo da água graças a outro equipamento, uma espécie de máscara, mas também descer de montanhas mais altas para outros locais do mapa, usando um planador. Ainda no campo das novidades, existem nova armas com capacidades de destruição diferentes, sendo necessário um pequeno estudo ou planeamento, antes de as usar, selecionando-as quando os perigos assim exigirem. O restante é essencialmente similar a Zero Dawn, pelo que não existirão grandes dificuldades no controlo da personagem, sobretudo para aqueles que já dominaram todas as mecânicas no título anterior.

Horizon Forbidden West é descrito como um RPG de ação em mundo aberto, pelo que a exploração em busca de materiais que possibilitem a evolução das características e capacidades da personagem, é uma constante do início ao fim. Esse desígnio afeta proporcionalmente a longevidade, uma vez que existem realmente inúmeras missões, extra ou secundárias, para além de outro tipo de situações, como ofensivas a fortalezas inimigas, caçadas a máquinas selvagens e até mesmo uma espécie de corridas, sobretudo direcionadas para os que procurem completar o título a 100%.

Graficamente, Forbidden West é imponente, grandioso e majestoso! Para ser o mais correto possível, Zero Dawn na consola antecessora já o era, mas a alta fasquia foi claramente ultrapassada, muito fruto da maior capacidade e qualidade do hardware da PlayStation 5. O cenário é incrivelmente detalhado, com diversidade de biomas e climas, tudo sabiamente otimizado, resultando numa experiência sem paralelo. É realmente necessário assinalar esse louvável trabalho dos estúdios de desenvolvimento, que mais uma vez superaram as expectativas, apresentando um produto final onde a qualidade impera, sendo um exemplo para a concorrência.

A complementar toda a experiência, uma sonoplastia fantástica, acrescentando tensão em momentos de confronto, como proporcionando calmaria e conforto em situações mais tranquilas e de exploração. Tudo em porções certas e assertivas, sem doses exacerbadas e/ou exageradas. Uma palavra muito especial para a versão portuguesa, pois é como muito orgulho e prazer que vejo a contínua aposta da PlayStation em fazer a dobragem para PT-PT dos seus exclusivos, dando-lhes uma vertente bem nacional e muito nossa, não ficando nada aquém da versão original. 

Resumindo, Horizon Forbidden West mantem tudo o que de bom nos proporcionou Horizon Zero Dawn, introduzindo circunstanciais inovações que superam o elevado nível deixado. Uma experiência completa, rica em todos os aspetos de um jogo e com um visual sublime, deixando-nos mesmo boquiabertos em algumas situações. Obrigatório.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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