JOGOS: Death’s Door | Análise

3.12.21

Recentemente tivemos acesso ao jogo Death’s Door, um título galardoado na última edição dos Golden Joystick Awards 2021, vencendo na categoria de Melhor Jogo Indie, o que por si só já diz muito do que esperar nesta aventura.

Death’s Door é um jogo de ação-aventura, criado pelos estúdios de desenvolvimento Acid Nerve e publicado mundialmente pela Devolver Digital. Inicialmente lançado para os sistemas Xbox One, Xbox Series X/S e Windows, mais concretamente em julho transato, chega agora às restantes plataformas, PlayStation 4/5 e Nintendo Switch. Death’s Door é também a sequela direta de Titan Souls, datado de abril de 2015, também do mesmo estúdio.

Neste tipo de títulos, o jogador é convidado a iniciar logo a ação e a história é relatada pouco a pouco e no decorrer da mesma. O jogador assume um papel pouco comum, ou seja, dá a vida a um pequeno corvo, que tem como obrigação coletar as almas daqueles que não querem deixar o mundo a bem, enviando-as para Reaping Commission Headquarters. Resumindo, assumimos claramente o papel da morte e onde os nossos problemas começam bem cedo. Logo na primeira missão, depois de conseguirmos os nossos intentos sobre um curioso personagem, somos intercedidos por um velho corvo que nos rouba a alma e nos encaminha para um destino mais perigoso, onde temos como objetivo coletar três almas gigantes, indispensáveis para abrir a Death’s Door!

Death’s Door é um jogo de ação-aventura em 3D, com uma visão isométrica, onde a simplicidade e eficiência da jogabilidade é sem dúvida o seu maior trunfo. A nossa personagem, o corvo, inicia a sua demanda munido apenas com uma pequena espada e um arco, que devem ser utilizados para ataques curtos e distantes, respetivamente. O nosso sucesso irá passar muito pela capacidade de gerir bem a alternância entre esses dois tipos de ataques, ou seja, diria mesmo que é vital mesclar entre esses dois estilos diferentes. Depois de dominada essa mecânica, temos que ter atenção sobretudo ao processo de recuperação da vida, que ao contrário de outros títulos análogos, aqui temos que coletar pequenas sementes que apenas nos proporcionam o restauro completo da energia, depois de semeadas em locais próprios, germinadas e recolhidas.

A exploração do mapa também tem a sua importância capital, pois é através desse processo que conseguimos encontrar novas armas, umas dedicadas aos ataques de curta distância, outras mais apropriadas para combates à distancia, ficando ao critério do jogador utilizar as que mais lhe são adequadas. Para além das armas, a exploração minuciosa origina a descoberta de locais recônditos, onde conseguimos aumentar as capacidades do nosso corvo e que vão ser fundamentais para os nossos objetivos a longo prazo. Ainda no campo das melhorias da personagem, conseguimos evoluir determinados atributos como destreza, velocidade, força e magia, através de pequenos fragmentos de alma de determinados inimigos.

A direção de arte de Death’s Door é realmente um dos aspetos que merece claramente um destaque bem positivo. Sabemos que por norma a morte é associada inevitavelmente a cores negras e sombrias, como preto e cinzentos escuros. Aqui a palete de cores que predomina não é essa, mas existem locais muito bem gizados e conotados com esses tons. Aliás o que impressiona mesmo é a transição entre os tons escuros e os mais claros e coloridos, os cenários cuidadosamente criados, as personagens e os inimigos. Salta imediatamente à vista o trabalho dedicado pelo estúdio de desenvolvimento nessa vertente e muito mais quando isso ocorreu através de uma equipa de apenas dois elementos. Sim, leu bem!

A sonoplastia não apresenta grande inovações, mas confesso que senti a falta das vozes das personagens, porém o brilho do jogo não é afetado por esse aspeto. Os efeitos sonoros e a banda sonora, acrescentam emoção e complementam de forma assertiva aquilo que vemos a acontecer no ecrã. Nota para a presença do idioma português, ainda que na sua versão do brasil, nos menus e nas falas das personagens, o que é sempre de salientar e destacar.

Para concluir, Death’s Door é realmente um dos melhores jogos indie deste ano, por tudo o que nos proporciona. Equilibrado em todos as componentes, com uma jogabilidade desafiante e não exageradamente complexa, uma direção de arte irrepreensível e extremamente cuidada. Tudo isto sobe de patamar quando aferirmos que Mark Foster e David Fenn, foram os únicos responsáveis por parâmetros como programação, design, animação, narrativa, produção, composição musical e efeitos sonoros.

Resumindo, Death’s Door é sem dúvida um dos títulos mais surpreendentes deste ano de 2021, ainda para mais se tivermos em conta que foi desenvolvido por um estúdio composto apenas por duas pessoas. Direção de arte muito acima da média e uma jogabilidade equilibrada são os trunfos deste título.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

 

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