JOGOS: Football Manager 2022 | Análise

16.11.21

Tal como nos anos anteriores, escrevi e volto a fazê-lo que o Football Manager e mesmo anteriormente o Championship Manager, fizeram parte do meu processo de crescimento enquanto pessoa e acompanharam-me desde que comecei a gostar de jogos de computador. Quem me conhece pessoalmente e faz parte da minha vida mais íntima, sabe bem os longos períodos de tempo que passei (e ainda passo, apesar de agora o tempo ser cada vez mais diminuto) em frente a um monitor onde, na grande maioria das vezes, só o CM/FM tinha lugar.

É imperativo em jogos sazonais que a equipa de produção introduza novos desenvolvimentos, de modo a cativar os seus seguidores, mesmo quando o seu título é o campeão num campeonato sem concorrência. Football Manager 2022 compete sozinho e o seu maior adversário é sem sombra de dúvidas o seu histórico que foi sabiamente adquirido ao longos de todos estes anos.

Atualmente e face a fidedignidade da sua extremamente coerente base de dados, Football Manager pode ser encarado como mais do que um jogo, ou seja, até pode ser considerado uma útil ferramenta de trabalho, sobretudo para aqueles que são profissionais numa área que movimentos milhões e paixões. Muitos são os relatos que este ou aquele clube recorreu ao jogo para avaliar com maior precisão determinado jogador, antes de avançar para a sua aquisição. Para comprovar esse facto, basta uma curta pesquisa no internet, surgindo diversos casos de sucesso e outros nem tanto.

Na edição de este ano, Football Manager 2022 consegue agregar tudo o que de bom foi produzido sobretudo nas versões mais recentes, introduzindo subtis, mas importantes adições, presenteando o jogador com mais informações, detalhes e pormenores, que o auxiliam a tomar a melhores decisões em prol do seu objetivo, seja ela não descer de divisão ou conquistar o título. Como certamente saberão, a função do treinador não se resume apenas a escolher a tática e os jogadores que a constituem, apesar de ser possível parametrizar o jogo dessa forma. A função do treinador é mais abrangente, ou seja, tem que tomar decisões de gestão, desde a questões financeiras, de staff e até administrativas.

Tal como no mundo real, a motivação dos atletas assume uma parte de extrema importância quando estamos a gerir um grupo de elementos, por isso é realmente essencial ter um cuidado especial nessa vertente. A chave do sucesso pode estar num grupo motivado e unido em torno de único objetivo. Porém nem sempre isso é possível, uma vez que são tantas questões que podem e certamente irão influir essa situação, começando pelo ego egocêntrico de alguns jogadores, passando pelos vencimentos e prémios de jogo, acabando em amuos de atletas que não jogam o que pensam que deviam jogar.

Centrando atenções no novo conteúdo introduzido na edição deste ano, salta à vista o novo Centro de Dados, onde a estatística governa. Aqui entram em campo os amantes dos números, uma vez que a panóplia de informação é tão vasta que despenderam umas largas horas a perceber quais os pontos positivos da equipa ou aquilo que vai mal no jogo jogado. Inúmeras tabelas, relatórios e gráficos, auxiliam a tomada de decisão do treinador, porém nem sempre é de fácil interpretação, ficando a pairar no ar uma ideia, será que temos a capacidade de tomar as decisões certas em torno de toda a informação recolhida.

Outro melhoramento que vai de encontro ao que atualmente se passa no futebol do mundo real é o processo de transferências do último dia do mercado. Essa questão teve uma especial atenção pela equipa de desenvolvimento e agora proporcionamos uma imprevisibilidade maior nesse dia. Situações como empresários a oferecer a colocação dos seus atletas ou propostas irrecusáveis de última hora pelos nossos jogadores, são agora mais intensas e comuns no fecho do mercado. 


As reuniões entre os díspares membros da direção também sofreram estruturais alterações, podendo ser agora agendadas com a periocidade que pretendemos e onde podemos abordar os assuntos mais pertinentes para o clube, desde a ajustes no treino individual dos atletas, a sugestões de eventuais posições a melhorar na equipa, entre outros, no fundo, introduzindo mais realismo e aproximando daquilo que se passa no seio dos clubes quando geridos na vida real.

O motor gráfico 3D também foi alterado e modernizado, colocando as animações dos jogos a um nível alto, mais afinado, mais polido e sem dúvidas mais apurado, ainda assim não pode, nem deve ser comparado com os simuladores de futebol como FIFA ou PES, uma vez que o seu propósito nem é esse. Ainda assim, as movimentações dos jogadores já não são demasiado robotizadas, conseguindo perceber em alguns lances a capacidade técnica dos atletas mais dotados ou a realização de jogadas coletivas, delineadas com critério e passes bem medidos. Ainda no campo de jogo, ao contrário do que acontecia nas versões anteriores, o VAR tem agora a capacidade de validar um golo, uma vez que anteriormente quando era chamado a intervir, era apenas para anular ou não marcar uma grande penalidade.

Voltando a recorrer a palavras escritas na análise do título do ano passado, os aspetos que considero menos positivos voltam a ser precisamente os mesmos. Ou seja, a não existência de uma versão mais clara ou branca da skin original e as liga e equipas não licenciadas. Dir-me-ão que tudo se resolve recorrendo a inúmeros sites espalhados pela internet fora e que com maior ou menor dificuldade repomos a realidade, no entanto, na minha opinião, se pagamos o jogo, não deveríamos ter a experiência completa e totalmente oficial? Eu percebo que atualmente, não só o Football Manager mas como outros jogos desportivos, passam pelo mesmo, ou seja o licenciamento nem sempre é fácil de gerir, mas num título onde não existe a concorrência, deveria ter o monopólio.

Resumindo, Football Manager 2022 continua a ser ímpar no seu género, atrevendo-me mesmo a afirmar que é muito mais do que apenas um simples jogo. Estruturais melhoramentos, introdução do Centro de Dados e um motor gráfico mais detalhado, elevam o título a um patamar bem elevado e atualmente sem concorrência.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

  • Share:

Também poderá gostar de

0 comments