Agora que terminou a época desportiva 2024/25 é a altura ideal para realizar um pequeno balanço sobre a temporada realizada pelo FC Porto.

NOTA: Para este balanço, os números do próximo Mundial de Clubes não vão entrar para a estatística.

Na temporada de 2024/25, o FC Porto realizou 49 jogos oficiais, tendo alcançado 28 vitórias, 8 empates e 13 derrotas, marcando 91 golos e sofrendo 51. Números que permitiram conquistar um troféu nacional, a Supertaça.

Em termos de transferências, os dragões perderam grande parte da equipa base, saindo elementos como Evanilson, Francisco Conceição, Mehdi Taremi, Wendell, Toni Martínez, para além de outros com menor destaque na manobra da equipa. Contudo, no mercado de janeiro, partiram ainda Nico González, Galeno e Iván Jaime.

Em sentido inverso, entraram bastantes jogadores, uns com mais rendimento do que outros, mas o que mais se destacaram foram, Samu e Francisco Moura. Nota para o regresso por empréstimo de Fábio Vieira apesar de o rendimento ter ficado (um pouco) aquém e de Nehuén Pérez que potencialmente tinha capacidade para muito mais.

Em termos individuais e começando pela baliza, Diogo Costa esteve, basicamente, ao nível dele, apesar de algumas oscilações exibicionais e de ter falhado alguns jogos por lesão, aparecendo Cláudio Ramos em bom plano.

Na defesa, o FC Porto demonstrou inúmeros problema e nunca teve estabilidade e segurança, durante praticamente toda a temporada. Com exceção de Francisco Moura, claramente o melhor da zona defensiva, mas mais por aquilo que consegue produzir no ataque do que propriamente a defender, todos os restantes tiveram momentos bastante abaixo do esperado, apesar de, claro está, também terem realizado exibições razoáveis. João Mário, Martim Fernandes, Iván Marcano e Zé Pedro foram os mais assertivos. Em plano contrário, Tiago Djaló, Otávio, Zaidu (quase nunca foi opção) e Nehuén Pérez, evidenciaram muitas dificuldades e cometeram erros graves, que a este nível é fatal.

A minha escolha para o jogador em destaque da zona defensiva, foi Francisco Moura, muito pelo que acrescentou a nível ofensivo, 43 Jogos, 4 golos e 12 assistências, sendo merecedor de uma chamada à seleção portuguesa.

No meio campo, manteve os elementos chave, pelo menos até janeiro, altura em que partiu Nico González, logo o mais influente na manobra da equipa e a equipa sentiu claramente a sua ausência. Alan Varela desceu ligeiramente de nível, Eustáquio jogou muito tempo, mas em posições com líbero ou defesa central, Fábio Vieira também foi opção, mas não é, claramente, o lugar onde mais rende. Outros, como Grujic praticamente esteve lesionado toda a temporada, Vasco Sousa esteve bem no início da época, mas foi desaparecendo aos poucos, até se lesionar com gravidade, André Franco mais uma vez não se conseguiu impor na equipa e o reforço Tomás Pérez poucas oportunidades teve de mostrar o seu valor.

A minha escolha para o jogador em destaque da zona intermediária foi Nico González que em meia época atingiu números que mais nenhum colega de setor alcançou na temporada toda, 29 jogos, 7 golos e 5 assistências.

Na zona atacante, o FC Porto ficou órfão dos dois melhores jogadores, Taremi e Evanilson, vendo ainda partir Toni Martínez, um elemento muito útil durante momentos específicos da temporada. Francisco Conceição e Galeno, este último apenas em janeiro, dois jogadores muito influentes na zona ofensiva, também saíram o que obrigou a uma total reformulação do ataque azul e branco. Samu agarrou o lugar na equipa e fixou-se de imediato, marcando 25 golos em 42 partidas, Pepê foi uma sombra autêntica, apresentando-se a muita distância daquilo que já foi, Danny Namaso, Iván Jaime (apesar do bom início) e Gonçalo Borges, mais uma vez não conseguiram demonstrar que têm capacidades para se fixarem no onze. Galeno em meia temporada foi muito importante, marcando inúmeros golos. Os reforços Deniz Gul e William Gomes, este último no mercado de inverno, nunca mostraram valor porque jogaram pouco tempo. A agradável surpresa, foi mesmo o prodígio Rodrigo Mora, que aos 17 anos de idade (fez 18 em maio), conseguiu fixar-se na equipa e em muitos momentos levando a equipa ao colo, terminando a época com números impressionante para alguém tão jovem, 37 jogos, 11 golos e 4 assistências.

A minha escolha para o jogador em destaque da zona atacante, foi Rodrigo Mora obviamente o jogador portista que mais mereceu a distinção, atrevendo-me a afirmar que não vai durar muito tempo nesta equipa.

Na Supertaça, o FC Porto conseguiu erguer o troféu, num desafio épico, vencendo o Sporting CP por 4-3 no prolongamento.

Na Liga Portugal Betclic, os portistas foram mais uma vez muito incoerentes, apresentando muitos erros estranhos que resultaram em perdas de pontos. 5 empates e 7 derrotas em 34 jogos é muito mau para quem pretende ser campeão nacional. Mais uma vez, o registo de golos marcados e sofridos foi abaixo do desejado, 30 golos sofridos, apenas menos 2 que o Santa Clara! Relativamente aos golos marcados, num total de 65, bem abaixo dos 88 do Sporting e 84 do SL Benfica.

Na Liga Europa, mais uma prestação abaixo das expetativas, uma vez que os dragões tiveram muitas dificuldades em conseguir o apuramento para a fase seguinte, terminando em 18º de 36 equipas, mas apenas com mais um ponto do 25º lugar que não dava apuramento. No Playoff de acesso aos Oitavos de Final, o FC Porto foi eliminado pela Roma, uma equipa perfeitamente ao alcance dos dragões.

Na Taça de Portugal, mais uma vez, os dragões não estiveram ao nível dos seus pergaminhos, sendo eliminados na 4ª Eliminatória, perdendo por 2-1 frente ao Moreirense. Até esse jogo, os portistas eliminaram apenas o Sintrense.

Na Taça da Liga, os azuis e brancos eliminaram o Moreirense, avançando para a Final-Four, contudo perderam nas meias-finais, frente ao Sporting CP, por 1-0.

Em jeito de balanço, o FC Porto conquistou apenas um troféu e logo o menos valioso, a Supertaça. Foi mais uma temporada abaixo do expetável, com muitas indecisões, problemas e erros, que esperamos que não sejam repetidos na próxima época.