JOGOS: XEL | Análise

10.5.23

Recebemos recentemente mais um título indie, com o nome XEL na sua versão de PlayStation 5, um jogo 3D em visão isométrica de ação-aventura num cenário de fantasia de ficção científica.

Desenvolvido pelos estúdios Tiny Roar e publicado mundialmente pela Assemble Entertainment, XEL oferece aos jogadores um misterioso e desafiante mundo, com o mesmo nome do título, onde o objetivo passa por ajudar Reid, a protagonista principal, a descobrir mais sobre o seu enigmático passado.

Como referido acima, Reid despenhou-se num desconhecido e pouco convencional planeta, denominado de XEL, que mistura um pouco de natureza selvagem com restos de tecnologia avançada. Completamente atónita e sem memória do passado, Reid vai pouco a pouco, desvendando lembranças e memórias, que lhe permitem angariar conhecimento, mas para isso terá que superar diversos obstáculos. Ela é acompanhada por Chap, um companheiro robot, flutuante e estranhamente silencioso, ainda assim algo expressivo, que na verdade não contribui muito para a jogabilidade. Fazendo usufruto da sua espada e escudo, Reid percorre masmorras recheadas de perigos, inimigos e quebra-cabeças, que depois de suplantados, disponibilizam informações que permitem entender o sucedido. Uma nota, para aquilo que na minha opinião é uma crítica à humanidade, ou seja, o planeta contém muito lixo espalhado, áreas completamente desoladas, devastadas e destruídas, claramente a servir de chamada de atenção para não repetirmos o mesmo no nosso planeta. Detalhes, apenas detalhes!

Ela é acompanhada por Chap, um companheiro robot, flutuante e estranhamente silencioso, ainda assim algo expressivo

Num jogo deste género, é fundamental que o combate seja simples e fluído, no fundo funcional, o que se verifica em XEL, porém os comandos não seguem o padrão habitual, acabando por confundir em determinadas alturas, sobretudo as mais tensas e onde é necessária uma decisão mais célere. Para dar um exemplo, é muito amiúde o jogo necessitar que ambos os gatilhos do comando estejam pressionados, o que ao fim de algum tempo pode ser bastante cansativo. No entanto, depois do necessário período de habituação ao esquema de botões diferente do habitual, a movimentação e o combate é o esperado neste tipo de jogo.

Pelo meio da aventura, Reid necessita de resolver com sucesso diversos puzzles e/ou quebra-cabeças, uns mais complexos e interessantes, outros demasiado simples e descomplexados, ainda assim, no geral, formam um conjunto agradável e desafiantes, obviamente sem aquele exagero de dificuldade. Ainda assim, o estúdio de desenvolvimento optou por colocar em prática, algo que se verifica em diversos jogos, de modo a aumentar um pouco a longevidade, que é a questão da necessidade de revisitar locais por onde já passamos. Passo a explicar. A nossa protagonista encontra um puzzle para resolver, no entanto só o consegue ultrapassar com sucesso se possuir determinada habilidade ou capacidade, que por sua vez só é possível encontra-la ou obtê-la numa parte mais avançada da trama. Está assim originada a necessidade de voltar ao local inicial do puzzle. Porém, o mapa é relativamente generoso e a opção de fast travel não fica imediatamente disponível, nem tão pouco existem muitos pontos para onde podemos viajar, obrigando longos períodos de movimentação pelo mapa.

Pelo meio da aventura, Reid necessita de resolver com sucesso diversos puzzles e/ou quebra-cabeças, uns mais complexos e interessantes

Graficamente, XEL fica um pouco aquém do esperado, mantendo tudo muito genérico, apesar de algum carisma e charme transmitido no primeiro olhar. Os cenários, assim como os próprios inimigos ou incautos, sofrem de alguma repetibilidade e pouca variedade, mantendo as semelhanças apesar de circunstanciais alterações, especialmente cosméticas. Por outro lado, alguns ângulos de visão da camara ficam obstruídos por pedaços do cenário, impedindo de visualizar a nossa personagem, o que é demasiado frustrante. O que sinceramente penso é que o título não foi suficientemente polido, pois mercearia um pouco mais de atenção, nesta vertente, por parte da equipa de desenvolvimento.

A sonoplastia está razoável, mas tal como quase todos os restantes aspetos deixa um pouco a desejar. Mais uma vez é claramente visível que o estúdio devia ter dedicado mais algum tempo em questões especificas, como os efeitos especiais, que apesar de serem detalhes ou pormenores, conferiram outro nível ao título. Percebo que se trata de uma produção independente e de uma pequena equipa, mas na minha opinião era preferível ser uma produção menos ambiciosa, mas que proporcionasse uma experiência divertida aos jogadores, o que sinceramente poucas vezes acontece no decorrer desta aventura. Uma nota sempre agradável e de destaque, para a presença do idioma Português, ainda que na sua versão do brasil.

Percebo que se trata de uma produção independente e de uma pequena equipa, mas na minha opinião era preferível ser uma produção menos ambiciosa, mas que proporcionasse uma experiência divertida

Em suma, XEL proporciona alguns desafios interessantes sobretudo através de determinados quebra-cabeças, num ambiente de ficção científica com potencial, mas limitado por falta de polimento. Diversas dificuldades técnicas, entre jogabilidade, grafismo e sonoplastia, que impedem o título de chegar a outro nível que não o medíocre.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas

 

 

  • Share:

Também poderá gostar de

0 comments