JOGOS: Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon | Análise

29.3.23

Hoje centramos atenções no novo título que tivemos acesso, Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon, exclusivo para a Nintendo Switch, que surgiu no mercado pouco tempo depois do tão aguardado Bayonetta 3, mas apenas o nome é comum, pois são completamente antagónicos.

Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon é um jogo de ação-aventura e é uma prequela da série Bayonetta, uma vez que conta a história da bruxa mais famosa da marca nipónica, enquanto jovem, numa altura que o seu nome era Cereza. Desenvolvido pelos estúdios PlatinumGames, responsável por outros títulos da franquia Bayonetta ou Nier: Automata, só para citar alguns exemplos e publicado mundialmente pela própria Nintendo.

Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon é um jogo de ação-aventura e é uma prequela da série Bayonetta

Tal como nos livros, a história de Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon começa por “Era uma vez…” e nada melhor que utilizar as palavras do narrador para introduzir a trama. “Era uma vez… uma aprendiza de feiticeira, chamada Cereza, que sempre sonhou tornar-se forte e confiante. Um dia, acompanhada pelo seu precioso peluche, aventurou-se pela floresta proibida Avalon com a esperança de salvar a sua mãe aprisionada. Consta que estes enigmáticos bosques têm um fraquinho por bruxas perdidas… Que surpresas sinistras esconderá?”. Ou seja, basicamente ficamos a conhecer como foi a juventude de Cereza antes de se tornar Bayonetta e os motivos que a levaram a seguir esse caminho. Convém salientar que o pequeno peluche de Cereza contém um demónio, apelidado de Cheshire, que apesar de relutante, ajuda-a na sua missão.

Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon destaca-se sobretudo de várias formas distintas. Em primeiro lugar, é impossível ficar indiferente a uma direção de arte belíssima, uma vez que tudo se assemelha a um quadro pintado à mão, em aguarelas, sempre com tons não muito vívidos e garridos. E o mais incrível, é que em determinados momentos, particularmente quando avançamos calmamente na aventura, temos a sensação que o “quadro” está a ser pintado mesmo nesse preciso momento, ficando até um pouco difícil descreve-lo por palavras.

Em primeiro lugar é impossível ficar indiferente a uma direção de arte belíssima, uma vez que tudo se assemelha a um quadro pintado à mão, em aguarelas

Por outro lado, destaque também para o modo como a PlatinumGames desenvolveu o jogo, apresentando-o como se tratasse de uma espécie de conto infantil, virando cada página, avançando cada capítulo, descobrindo cada momento, tudo acompanhado por uma voz elegante e graciosa de uma narradora, complementando toda a história de uma forma tremendamente assertiva e categórica.

No que concerne à jogabilidade, mais uma vez, o estúdio de desenvolvimento apostou forte e apresentou algo efetivamente diferente do trivial. De forma a sobreviver a uma floresta e caminhos tenebrosos, Cereza e Cheshire, necessitam de unir forças para ultrapassar os díspares obstáculos, sejam eles em forma de inimigos ou em enigmáticos quebra-cabeças. Para tal, o jogador controla com o Joy-Con esquerdo a movimentação de Cereza, lançando pequenos feitiços que transformam a natureza que a rodeia, sempre numa perspetiva que pode ser considerada passiva ou defensiva. E com o Joy-Com direito, controla Cheshire, fazendo uso da força bruta, num plano mais virado para o ataque e o confronto. Sem dúvida, algo sui generis, que obrigam o jogador a coordenar movimentos e habilidades, de modo a alcançar o objetivo.

De forma a sobreviver a uma floresta e caminhos tenebrosos, Cereza e Cheshire, necessitam de unir forças para ultrapassar os díspares obstáculos

Confesso, sem qualquer tipo de inquietação, que inicialmente esse sistema causou-me um pouco de estranheza, obrigando-me a pensar antes de movimentar as personagens. Por diversas ocasiões, tinha a intenção de controlar Cereza e movia Cheshire, assim como o inverso. Não é um sistema muito habitual e como tal requer de um período inicial de habituação, no entanto, quando entranhado, torna-se descomplexo e na verdade resulta.

Á medida que progredimos na aventura e exploramos a floresta, claramente um predicado totalmente obrigatório, descobrimos segredos, recolhemos cristais e itens que nos auxiliam na demanda, porém as habilidades elementares são fulcrais, uma que é através delas que conseguimos evoluir os poderes de Cheshire. Por isso, é fundamental perceber qual o ponto fraco do inimigo, de modo a usar a habilidade correta, que variam entre água, fogo, rocha ou vegetação. Ainda nessa vertente e fruto da recolha dos já referidos cristais, conseguimos ir completando uma árvore de habilidades, garantindo poderes a ambas as personagens jogáveis.

Á medida que progredimos na aventura e exploramos a floresta, claramente um predicado totalmente obrigatório, descobrimos segredos, recolhemos cristais e itens

Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon premia aqueles que são fãs de uma exploração ávida e sedenta, pois está repleto de pequenos colecionáveis e segredos, que só serão descobertos pelos mais atentos. Atenção que são obviamente opcionais, mas se se atreverem a iniciarem uma caçada desse género, certamente irão necessitar de mais umas belas horas de jogo. Uma chamada de atenção para os portais, onde encontramos sempre desafios variados e interessantes, uns mais focados na resolução de quebra-cabeças, outros mais intensos no combate, mas todos eles são mais um motivo para revisitarmos Avalon, a floresta amaldiçoada pelas fadas.

Para finalizar, algumas reflexões menos agradáveis. Em primeiro lugar, Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon não irá agradar a todos, muito menos será amor à primeira vista. É completamente imprescindível passar por um período de adaptação e seguramente será um fator primordial para o jogador tomar a decisão final: jogo ou desisto. Depois, tal como referido um pouco mais acima, o sistema de comandos não é o mais comum e tem uma curva de aprendizagem algo acentuada, podendo ser mais uma razão para a desistência. Por fim, ao contrário de outros títulos em que a Nintendo está a apostar no idioma português, desta vez este não está incluso neste título.

Em suma, Bayonetta Origins: Cereza and the Lost Demon possui um carisma bem próprio e particular, sobretudo através de uma direção de arte bastante agradável e uma jogabilidade diferente do habitual. Por outro lado, requer um período de adaptação, o que pode afastar os menos persistentes. Ainda assim, uma aventura interessante.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

  • Share:

Também poderá gostar de

0 comments