JOGOS: Dead Space | Análise

16.2.23

Recentemente tivemos acesso a mais um título, desta vez o Dead Space, na sua versão de PlayStation 5, um jogo que foi claramente embaixador de um género tão apreciado por muito jogadores por esse mundo fora, o survival horror.

Para os mais distraídos, o franchise Dead Space marcou uma geração, tendo obtido um enorme sucesso sobretudo com o seu primeiro jogo, lançado em 2008. Desde essa data até ao ano de 2013, foram disponibilizados outros títulos para as mais diversas plataformas, todos eles com a chancela Dead Space, porém, na minha opinião (que é comum e similar as muitas outras), só o primeiro jogo conseguiu ser verdadeiramente unanime e deixar bem patente um legado que dura ano após ano. Agora, passados aproximadamente 15 anos, Dead Space renasce, completamente restruturado e otimizado para as consolas da geração atual, pelas mãos dos estúdios de desenvolvimento Motive Studio.

Dead Space renasce, completamente restruturado e otimizado para as consolas da geração atual

A trama de Dead Space principia de uma forma bastante semelhante e comum a muitos filmes de ficção científica, onde uma equipa de elementos liderada pelo engenheiro espacial Isaac Clarke, é enviada numa missão espacial, de modo a investigar o estranho silencio da gigantesca nave mineira USG Ishimura. A preocupação de Isaac ainda é maior, uma vez que o corte das comunicações surge logo após receber uma mensagem de Nicole, a sua namorada e membro da tripulação da USG Ishimura. Logo após atracarem de uma forma violenta e desgovernada na nave de mineração, rapidamente concluem que algo de suspeito se passa, uma vez que tudo parece ao abandono e não existem sinais de vida da inúmera tripulação. De imediato, os membros da equipa tentam restabelecer todos os serviços da nave, porém são confrontados com a presença de ferozes seres, os Necromorphs.

Violentamente atacados, a equipa de resgate separa-se e Isaac Clarke decide investigar os taciturnos e labirínticos caminhos da USG Ishimura, em busca de Nicole, porém com a nave repleta de Necromorphs, entre outras mórbidas criaturas, e sem grande equipamento, apenas recorrendo a ferramentas e vestuários especiais de mineração, o protagonista (e o próprio jogador que comanda os destinos da personagem) começa rapidamente a perceber que a sua tarefa não se afigurada propriamente muito simples. E ficamos por aqui, em termos de enredo, mas acreditem, a trama vai dar umas voltas valentes e certamente surpreender muitos jogadores.

uma equipa de elementos liderada pelo engenheiro espacial Isaac Clarke, é enviada numa missão espacial, de modo a investigar o estranho silencio da gigantesca nave mineira USG Ishimura

Dead Space, como já foi referido algumas ocasiões acima, é um survival horror de ação, com perspetiva na terceira pessoa, num ambiente de ficção científica, com elementos de sobrevivência e terror, muito terror! Confusos? Certamente que não. O sucesso granjeado pela franquia no passado, conferiu a Dead Space um lugar de destaque no seu segmento, tendo inclusive inspirado outros títulos a tentar replicar a fórmula. Assim de repente, é inevitável recordar o recente The Callisto Protocol, um exemplo perfeito dessa situação.

Convém não esquecer que estamos perante um remake. Porém, não se trata de apenas uma roupagem nova ou melhoramentos meramente cosméticos, pois acreditem que é impossível comparar o Dead Space original com esta nova versão. Ainda assim e sendo o mais justo possível, o jogo é o mesmo, obviamente, no entanto, está agora melhor do que nunca, uma vez que a evolução do hardware permitiu atingir outros patamares, que anteriormente isso era limitativo.

o jogo é o mesmo, obviamente, no entanto, está agora melhor do que nunca, uma vez que a evolução do hardware permitiu atingir outros patamares

Começando pela jogabilidade, que aliás nem é o maior exemplo daquilo que escrevi nas linhas anteriores, pois o estúdio de desenvolvimento preocupou-se em preservar o que de bom existia anteriormente, fazendo sim circunstanciais, mas essenciais modificações, especialmente adaptando a um estilo de jogo mais moderno e de acordo com aquilo que a geração atual é capaz de proporcionar. Sendo assim, esperem por muita carnificina, muitos Necromorphs e afins totalmente desmembrados e trucidados, pois irão passar por momentos verdadeiramente intensos e horripilantes.

Isaac Clarke, o protagonista, inicia a sua tenebrosa demanda recorrendo a um armamento peculiar, uma vez apenas dispõe de ferramentas de mineração, convertidas em armas que podem ser utilizadas para devastar as criaturas. No entanto, com o desenrolar da história, iremos encontrar armamento mais robusto e eficaz, todos eles com um poder de destruição mais elevado. Neste capítulo existe uma ligeira inovação, sendo que desta vez, as armas possuem um tiro secundário, o que as torna mais dinâmicas e ainda mais arrasadoras. O combate, foi outro aspeto que foi aperfeiçoado, uma vez que ao invés da versão original, onde o tiro desenfreado, gastando todas as munições em direção do inimigo, era a opção mais certeira. Porém, neste remake o jogador pode (e bem) optar por fazer pontaria aos diversos membros do corpo dos Necromorphs, desmembrando-os e imobilizando-os (ainda que parcialmente, uma vez que mesmo assim eles tentam avançar), para conseguir elimina-los de uma forma menos complexa.

Isaac Clarke, o protagonista, inicia a sua tenebrosa demanda recorrendo a um armamento peculiar, uma vez apenas dispõe de ferramentas de mineração

Ainda no campo das novidades, Isaac tem agora a capacidade de utilizar telecinesia, de modo a movimentar objetos do mapa e até mesmo bloquear os monstros. É uma funcionalidade extremamente útil, pois para além de servir como uma espécie de arma, arremessando objetos da nave contra as criaturas, também é um aspeto importante para desbloquear caminhos e passagens obstruídas ou até mesmo resolver alguns enigmas. No entanto, tal como as armas que requerem munição, a telecinesia gasta energia que necessita de ser recarregada, por isso deve ser utilizada com bastante critério. Em ambos os casos, quer as munições, quer os módulos de energia, podem ser encontrados no mapa, mas na maior parte das ocasiões, a sua busca coincide com encontros indesejados, por isso, pensem duas vezes antes de as gastar de forma descontrolada.

No decorrer da ação e como esta vai ficando cada vez mais complexa e desafiante, Isaac necessita de realizar upgrades, tanto nas armas como no próprio fato. Para tal, precisa de encontrar recursos, consumíveis e os nodes, que são peças raras, especialmente uteis para questões de proteção e causar maio dano no inimigo.

No decorrer da ação e como esta vai ficando cada vez mais complexa e desafiante, Isaac necessita de realizar upgrades

A nível gráfico e como não poderia deixar de ser, Dead Space deu um enorme salto qualitativo. A reformulação é muito completa e nada é deixado de lado. Texturas, sombras, efeitos, díspares e minuciosos detalhes, tudo foi elevado a um patamar de eleição. A atmosfera é completamente sinistra e intensa, transmitindo desde logo sensações de medo e claustrofobia. Esse terror visual é sobejamente complementado com uma sonoplastia de excelente nível. O ambiente tenebroso fica mais pesado, quando começamos a ouvir uma música mais intensa. Pequenos detalhes como gritos, vozes sinistras ou até mesmo a respiração de Isaac a aumentar de exponencialmente de tom, é sinal que os perigos estão ao virar de uma esquina. Tudo somado, acreditem, o nervosismo e a pulsão acelerada, vão tomar conta do vosso organismo.

Em suma, Dead Space é um excelente exemplo daquilo que os jogadores esperam de um remake, ou seja, manter a essência do jogo original, ajustando-o ao nível que o hardware atual permite, introduzindo algumas mecânicas modernas e essencialmente proporcionar altos níveis de tensão e horror.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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