JOGOS: The Callisto Protocol | Análise

19.1.23

The Callisto Protocol é o mais título a chegar à nossa redação, um jogo Sci-Fi Horror desenvolvido pela Striking Distance Studios e publicado mundialmente pela Krafton.

Assim que começaram a ser disponibilizadas imagens e vídeos sobre o título The Callisto Protocol, rapidamente a ansiedade ou o hype (como as gerações mais recentes apelidam) foi sendo exponencialmente gerado, uma vez que prometia e muito. As semelhanças com a série Dead Space eram por demais evidentes, obviamente enquadradas com a geração de equipamentos atuais, por isso a expetativa era muito elevada. A equipa responsável pelo seu desenvolvimento é formada por antigos elementos que colaboraram na franquia Dead Space, que tantos fãs angariou ao longo destes anos e que ainda hoje consegue cativar muito, sobretudo aqueles que deixaram esse jogo um pouco de lado.

Voltando atenções propriamente para The Callisto Protocol, a sua trama ocorre no distante ano de 2320, numa colónia prisional apelidada de Black Iron. Jacob Lee, a personagem principal e o seu parceiro, trazem a bordo da sua nave, uma carga de alto valor, porém, ao aproximarem-se de Callisto, um satélite de Júpiter e onde se localiza Black Iron, são abordados por estranhos incautos, liderados pela antagonista Dani Nakamura. Rapidamente o caos instala-se e a nave acaba mesmo por despenhar-se, sobrevivendo apenas Jacob e Dani. Quando pensavam que iam ser resgatados, eis que surge o Capitão Leon Farris, que os declara prisoneiros de Black Iron. No entanto, essa colónia prisional está longe de ser um trivial presídio, pois para além dos sempre perigosos e hostis encarcerados, uma sombria e peculiar doença assola determinados detidos, causando profundas e tenebrosas mutações. O objetivo passa por, claro está, escapar da prisão, mas ao mesmo tempo perceber o que realmente se passa em Black Iron.

Uma pequena nota para a presença de atores bastante famosos que elevam The Callisto Protocol a outro patamar, como Josh Duhamel (Transformers), Karen Fukuhara (The Boys) e de Sam Witwer (Star Wars: The Force Unleashed).

Josh Duhamel (Transformers), Karen Fukuhara (The Boys) e de Sam Witwer (Star Wars: The Force Unleashed).

Tal como referido acima, The Callisto Protocol é um Sci-Fi Horror e desde bem cedo que o jogador se apercebe que está imerso em algo verdadeiramente assombroso e horrendo. A atmosfera é completamente sinistra e intensa, transmitindo desde logo sensações de medo e claustrofobia. Os cenários são imensamente detalhados e minuciosos, sendo plenamente visível o cuidado dos estúdios de desenvolvimento nessa vertente, na tentativa de proporcionar ao jogador, aquilo que haviam prometido aquando o anúncio do título. Visualmente, The Callisto Protocol é realmente de um nível bastante alto, em tudo o que o constitui, sendo a Black Iron um dos seus pontos mais altos, onde a escuridão é dominante e o terror paira em cada esquina.

No entanto, também desde bem cedo que o jogador começa a experienciar alguns problemas de jogabilidade. Em primeiro lugar, o sistema de câmaras pareceu-me muito contraditório, mas não sei se foi intencional por parte do estúdio de desenvolvimento, uma vez que na minha opinião, a personagem está demasiada desenvolta, ocupando muito espaço do ecrã, causando algumas dificuldades em perceber o que se vai passando em redor. Por um lado, torna o jogo mais claustrofóbico, por outro impede de termos uma visão mais abrangente dos perigos que nos assolam. Particularmente, não foi do meu agrado e até julgo que estragou um pouco a demanda. Em segundo lugar, também considero que a jogabilidade poderia ser um pouco mais veloz, uma vez que chega a ser desesperante tentar a todo o custo fugir e a nossa personagem ser continuamente lenta.

o sistema de câmaras pareceu-me muito contraditório, mas não sei se foi intencional por parte do estúdio de desenvolvimento

Os comandos também apresentam algumas mecânicas pouco comuns, sobretudo no combate corpo a corpo ou de proximidade. A nossa personagem pode abordar um inimigo, esperar pelo confronto e no momento certo, pode optar por se desviar do golpe adversário, para contra-atacar de uma forma mais violenta e mortífera. Inicialmente pode parecer interessante, mas na prática torna, uma vez mais, a experiência demasiada lenta e pouco profícua. É claro que no desenrolar da história, iremos ter acesso a armas leves e pesadas, artefactos e até luvas que nos permitem arremessar objetos, ainda assim, o foco principal é o confronto mais próximo ou até mesmo furtivo.

De assinalar mais duas situações pertinentes. Existem muitos momentos relativamente calmos, no sentido de por largos períodos não nos depararmos com nenhum incauto, porém, de um momento para o outro, somos completamente inundados de aberrações, vindos de todos os lados. A sensação de pavor é realmente intensa, uma vez que sabemos que eles vão aparecer a qualquer instante, mas de local desconhecido. Por fim, as finalizações ou os desmembramentos de alguns monstros, estão objetivamente bem-feitas e são impressionantes, aumentando o nível de horribilidade do jogo.

A nossa personagem pode abordar um inimigo, esperar pelo confronto e no momento certo, pode optar por se desviar do golpe adversário, para contra-atacar de uma forma mais violenta e mortífera.

A longevidade pode ser outro problema, ainda que bem menos preocupante. Não existem grandes motivos, para não escrever nenhuns, para voltar a repetir a experiência. The Callisto Protocol garante ao jogador momentos tremendamente assustadores, tenebrosos e pavorosos, mas a ausência de colecionáveis (ou algo semelhante), não justificam uma nova aventura pela Black Iron. Para agravar um pouco mais a questão da longevidade, The Callisto Protocol, na minha opinião é demasiado curto, sendo perfeitamente concluído em pouco mais de 10 a 12 horas. Não sei se é intenção da Striking Distance Studios acrescentar mais conteúdo em forma de DLCs num futuro próximo, ainda assim penso que era mais justo se estendessem a trama original.

A sonoplastia também contribui decisivamente para o ambiente sombrio e tenso, existente na totalidade da trama. As vozes das personagens e até mesmo os dos robots guardas estão num patamar elevado de qualidade. Os efeitos especiais, como os grunhidos e sons emitidos pelos mutantes, assustam e de que maneira, fazendo com que o jogador permaneça atento a todos os ruídos em redor. Uma palavra especial para a presença do idioma Português, ainda que na sua versão do Brasil, no etanto, é sempre um motivo a assinalar.

The Callisto Protocol, na minha opinião é demasiado curto, sendo perfeitamente concluído em pouco mais de 10 a 12 horas

Em suma, The Callisto Protocol apresenta ideias e conceitos interessantes, com alguma qualidade, sobretudo a nível gráfico e de trabalho de atores, porém a jogabilidade confusa e demasiado lenta, impede o título de atingir um patamar mais alto.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

  • Share:

Também poderá gostar de

0 comments