Sensivelmente um ano após o seu lançamento, Ghost of Tsushima regressa, agora com a versão Director’s Cut.
Esta análise/opinião irá centrar-se apenas nas novidades que a versão Director’s Cut introduz, pelo que se quiserem ter uma noção completa de Ghost of Tsushima podem e devem relembrar o que foi escrito aquando do seu lançamento, através deste link.
Ghost of Tsushima Director’s Cut acrescenta ao título original diversas novidades, como por exemplo, a extensão do jogo à consola mais recente da família Sony, a PlayStation 5, o que só isso já é uma situação de louvar. Porém, o estúdio de desenvolvimento, a Sucker Punch, não quis ficar só por isso e decidiu acrescentar uma série de mais valias a esta versão.
Nos tempos mais recentes, a grande maioria dos estúdios fazem uso do poder de transformação de um título que deu boas indicações no passado, melhorando-o para poder ser novamente vendido e jogado nas plataformas atuais. Outro cenário comum é a introdução de pequenas atualizações ou ramificações na história principal (os tão famosos DLCs) para prolongar o tempo de vida de um título. Por fim, existem ainda aqueles que transformam a jogabilidade de um jogo, ajustando-o às condições que a realidade atual permite. Ghost of Tsushima Director’s Cut é realmente diferente, pois engloba todos os aspetos que foram mencionados, atrevendo-me mesmo a afirmar que é um exemplo perfeito de como deveriam ser realizadas todas as atualizações, evoluções, remasterizações, remakes, reedições, de um qualquer jogo.
Mas centrando as atenções na experiência em si mesmo, Jin Sakai regressa, agora para investigar um acontecimento macabro e tenebroso, que nos leva diretamente ao novo ponto de interesse, a ilha de Iki, mas como de seria esperar, as coisas não vão ser fáceis. A ilha de Iki não é grata a samurais, especialmente aos pertencentes ao clã sakai e para piorar ainda mais, o barco onde Jin navegava, acaba por naufragar, deixando-o às portas da ilha com muitas dificuldades. Aos poucos Jin recupera e começa a perceber que quem está por detrás dos horrendos incidentes é uma personagem apelidada de “Águia”, o novo vilão principal, que através de um incógnito e poderoso veneno, consegue entrar na mente das pessoas, levando-os à loucura e forçando-os a cometer impensáveis crimes. E de certo modo e talvez verdadeiramente concito, esta é a trama que nos é apresentada.
A ilha de Iki é efetivamente menor que Tsushima, porém também não seria de esperar outra coisa, uma vez que se trata de uma atualização e não de um jogo novo ou talvez um Ghost of Tsushima 2. No entanto, para sermos precisos e criteriosos, até podia muito bem ser a sequela do primeiro título, obviamente tendo em conta a sua escala, pois para o caso necessitava de ser obrigatoriamente mais longo e com mecânicas revolucionárias das existentes. Os biomas de Iki acompanham os existentes em Tsushima, ainda assim é necessário referir que é claramente percetível que existem mais locais abandonados e sem sinais de população, montanhas e falésias de acesso mais exigente e complexo, zonas mais sinistras, talvez um pouco pelo medo que paira no ar face às ideias da líder mongol “Águia”.
Em termos de jogabilidade, apesar de tudo ser muito semelhante ao que ocorria em Ghost of Tsushima, Jin tem agora a possibilidade de usar o gancho para abrir caminhos vedados ou obstruídos, ou aceder a locais de difícil acesso. Os inimigos são praticamente similares, porém notei que mudaram um pouco em termos de estratégia, enfrentando em maior número incautos mais determinados e poderosos, inclusive mudando de forma de nos atacar no meio do combate. Outro aspeto que salta imediatamente à vista, é a possibilidade de utilizarmos o ataque do nosso cavalo, de modo a enfraquecer hostis que nos aparecem à frente enquanto nos movimentamos pelos caminhos de Iki. De resto, novos colecionáveis, novas minijogos, novas missões secundárias, novos santuários de animais, tudo bem ao estilo inconfundível do título original. Uma nota especial para o uso do comando DualSense, que acrescenta realmente um toque de muita qualidade, sobretudo quando usamos os tão adorados gatilhos adaptativos, ao disparar uma flecha.
Graficamente, vou apenas relembrar o que escrevi quando analisei Ghost of Tsushima, atrevendo-me a dizer que o que já era magnifico, conseguiu ainda ficar muito melhor, pois se tiverem a possibilidade de vivenciar esta experiência em 4K com 60fps, certamente não se irão arrepender em nada.
“A nível visual, Ghost of Tsushima é um autêntico regalo para os nossos olhos, destacando desde logo a natureza, que para além de estar extremamente bela, tem a sua importância no jogo. É claramente percetível que esse foi um dos pontos em que a Sucker Punch mais tempo e trabalho dedicou, detalhando o mapa de todas as formas possíveis e imaginárias. A ilha japonesa Tsushima apresenta-se cheia de montanhas e densas florestas onde a cor predominante é o verde e diversos rios de águas cristalinas, onde a vida animal também marca presença, que se por um lado alguns nos irão auxiliar, outros, bem mais agressivos, nem por isso. Nos confrontos, a barbaridade e sanguinolência da guerra também está assertivamente representada, contrastando com a beleza da natureza.”
Resumindo, Ghost of Tsushima Director’s Cut é a todos os níveis uma experiência de grande qualidade e ostenta o rótulo de obrigatório para todos aqueles que ainda não se aventuraram em vestir a pele de um samurai. Aos outros, sobretudo aos que já jogaram numa consola da geração anterior, é uma boa oportunidade para, não só, reviver memórias do passado, como experienciar uma nova localização, novas mecânicas e enfrentar uma nova líder mongol.
Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.
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