Pelas mãos da Feardemic Games, chegou até nós o curioso e ao mesmo tempo sinistro jogo DARQ: Complete Edition, recentemente lançado para as plataformas PlayStation 4 e Xbox One, enquanto que as versões para a Nintendo Switch, PlayStation 5 e Xbox Series X|S deverão ser disponibilizadas no início do próximo ano.
DARQ: Complete Edition é composto pela versão base do jogo, mais duas expansões, o DLC The Tower, que já tinha sido lançado na versão para PC e o DLC The Crypt, uma completa novidade e, segundo o estúdio de desenvolvimento, será duas vezes mais longo que o primeiro e apresentará os quebra-cabeças e desafios mais alucinantes do jogo.
Pouco nos é adiantado sobre a história que está por trás deste obscuro jogo, uma vez que assumimos de imediato a jovem personagem de nome Lloyd, que se encontra numa realidade onírica, ou melhor dizendo, atormentado em terríveis pesadelos. A nossa missão, enquanto jogadores, passa por guiar Lloyd através de esses tenebrosos pesadelos, tentando resolver puzzles e quebra-cabeças, num mundo onde as tradicionais leis da física não se aplicam e onde estamos constantemente a ser perseguidos por desconhecidos misteriosos, que certamente não querem o nosso bem.
A jogabilidade é bastante simples e apesar de não nos ser facultado nenhuma indicação sobre o que fazer, rapidamente descobrimos que a personagem tem a capacidade interagir com determinados objetos, de se deslocar sobre paredes ou tetos, ou mesmo correr, ainda que de uma forma muito moderada e vagarosa. Pouco a pouco e depois de alguns períodos de experimentação, concluímos que só resolvendo alguns enigmas, muitos deles relacionados com as leis da física, é que conseguimos progredir na trama, saltando de pesadelo em pesadelo. Não existe sequer um tutorial, mas as díspares fases foram criadas e desenvolvidas de uma forma coerente, significando que tudo o que absorvemos antes de avançar para o pesadelo seguinte, pode ser extremamente útil para o sucesso.
Mas não pensem que estamos perante um passeio no parque! A sensação de terror que nos é transmitida durante a nossa demanda, na minha opinião está muito bem desenvolvida e desde já parabenizo os criadores, pois ao contrário de outros títulos do mesmo género, onde os tumultos ou o pavor ocorre de acordo com o aparecimento súbito de algo, que pode ser muito bem um ser estranho, em DARQ: Complete Edition isso não se verifica. O jogador percebe rapidamente que a anormal criatura está ali e sabe perfeitamente quais as suas intenções, só não sabe como e quando irá acontecer algo de inusitado, que nos sobressaltará.
Os puzzles ou quebra-cabeças, apesar de não serem demasiado complexos, alguns obrigam-nos a pensar muito e sobretudo a explorar vezes sem conta os cantos do cenário, em busca de algo que nos possa auxiliar a solucionar o desafio. Se formos atentos observadores do que nos rodeia, apesar de nenhuma indicação visual nos ser dada, conseguimos perceber que falta ali qualquer coisa ou que precisamos de interagir com algum objeto, mas esse traquejo só é alcançado depois de algum tempo de jogo.
Graficamente DARQ: Complete Edition apresenta um estilo de arte bastante particular, assente claramente no sombrio, taciturno e misantropo, recriando na perfeição os pesadelos que são sempre caracterizados por esses adjetivos. Se quisermos ir um pouco mais além e comparar com o que existe no mercado cinematográfico, diria que DARQ apresenta traços largos do estilo existente nos filmes de Tim Burton mais concretamente Corpse Bride (A Noiva Cadáver) e Frankenweenie, ou se quisermos centrarmos atenções apenas na indústria dos videojogos, apontava a mira para títulos como Little Nightmare, Limbo ou Inside.
A longevidade é talvez o ponto menos positivo deste título e apesar de já incluir duas expansões considero que seria claramente bastante mais interessante se fosse consideravelmente maior. Algumas boas horas são suficientes para concluir a terrorífica experiência, obviamente que dependendo da velocidade com que conseguimos ultrapassar os desafios com que nos deparamos, mas em regra geral o tempo de jogo é bastante diminuto. Uma apreciação semelhante, em parte pode ser feita à sonoplastia, uma vez que esta existe apenas em poucos momentos, porém quando ocorre, a sensação de medo e temor aumenta exponencialmente, sobretudo atribuindo pressão aos momentos que já por si só são intensos.
De salientar, pelo menos na versão a que tivemos acesso, a de PlayStation 4, o idioma Português está incluído nos menus e informações do jogo, pelo que é sempre de enaltecer esse desígnio.
Resumindo, DARQ: Complete Edition é uma experiência interessante, ainda que demasiado curta, apresentando um tipo de terror diferente do habitual, mas ao mesmo tempo desafiante e estimulante.
Esta análise foi realizada através de uma cópia cedida pelo estúdio de desenvolvimento ou representante nacional de relações públicas.
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