Aproveitando o iminente segundo aniversário, NieR: Automata foi lançado no dia 10 de março de 2017, a Platinum Games decidiu disponibilizar uma versão definitiva do jogo, apelidade de NieR: Automata - Game of the YorHA Edition que para além do título original, inclui ainda o único DLC distribuído após o seu lançamento, de nome 3C3C1D119440927 que adiciona poucas novas missões algo secundárias, algumas skins, avatares e temas.
Para aqueles que nunca
vivenciaram a experiência de NieR: Automata, esta é uma excelente
oportunidade, pois para além de terem acesso a todo conteúdo disponibilizado após
o seu lançamento, também o poderão fazer a um preço bastante mais reduzido,
aproximadamente entre os €30 e os €40. No plano inverso, sobretudo a pensar
naqueles que já tiveram o prazer de se aventurarem neste universo fantástico de
NieR:
Automata, decerto que não encontraram grandes razões/inovações para o
revisitarem/adquirirem, uma vez que não inclui nenhum novo conteúdo para além
do já anteriormente provido.
A história de NieR:
Automata passa-se num futuro longínquo e num planeta devastado pela
guerra entre máquinas robotizadas produzidas pelos invasores extraterrestres e
os androides concebidos pelos humanos, que os auxiliam no cruel conflito. Sem
alternativa, a humanidade decide planear a sua fuga para a Lua, contando com a
ajuda dos androides para impedir a invasão completa das maléficas máquinas. É
nesse contexto que os androides YoRHa No. 2 Model B e
YoRHa No. 9 Model S se afiguraram como as principais personagens ao
dispor do jogador. Autênticos mercenários, frios e cruéis, estranhamente e
subitamente algo começa a lentamente a metamorfosear, uma vez que os androides 2B e
9S,
contrariando o propósito para que foram construídos, começam a sentir as
emoções.
A narrativa irá certamente
surpreender até os mais céticos, uma vez que a qualidade é marcante,
devidamente estruturada e repleta de reviravoltas, onde algumas das personagens
com que nos deparamos possuem uma intenção bem vincada e determinante para o
desenrolar da trama, não sendo inócuas como noutros títulos.
Mas o que realmente me marcou enquanto
estava a aventurar-me no mundo pós-apocalíptico de NieR: Automata foi a sua
indiscritível jogabilidade. É quase uma tarefa hercúlea, conseguir descrever em
palavras aquilo que presenciamos no ecrã, tal a qualidade e quantidade de ações
em simultâneo. As constantes e automáticas mudanças dos planos da câmara, que apesar
de inicialmente parecer ser ligeiramente estranho, funciona bastante bem e de
uma forma completamente fluída. Preparem-se para estarem a jogar com a câmara
na posição habitual, ou seja, filmado por detrás da personagem e de repente a
ação desenrola-se e a câmara ajusta-se automaticamente para uma visão vertical,
com um plano mais alargado, permitindo ao jogador não só continuar a derrotar
os díspares inimigos como facilmente perceber a panorâmica geral do local onde
estamos. Isto só para citar um exemplo de tantos outros que certamente
ocorrerão.
Como não poderia deixar de ser,
num bom RPG de ação, a jogabilidade é um fator deveras importante e a ter
bastante em conta, sendo que também nesse campo NieR: Automata marca
muitos pontos. Aliás este título é claramente um bom exemplo em que não é
preciso um exagero de confusas combinações de botões e exacerbadas mecânicas,
para se realizar movimentações e ataques especiais. O sistema de combate é
relativamente simples, de fácil e rápida absorção e na dose certa, no entanto
também é escalável, significando com isto que ao longo do avanço da aventura,
tornar-se-á mais complexo, mas bastante plausível de um modo geral. Apesar da
simplicidade, podem esperar os habituais ataques leves e pesados, golpes
fortíssimos de espadas, disparos insanos de armas auxiliares, movimentos aéreos
e saltos de relevo, tudo elementos bem característicos de um RPG.
Outra componente de enorme
importância neste género de jogos é sem sombra de dúvida a possibilidade de ir
melhorando as habilidades, capacidades e armamento da nossa personagem, e como
tal, essa característica está bem representada em NieR: Automata. Sendo
assim, torna-se imprescindível percorrer todos os cantos do mapa, na procura de
itens uteis para a evolução do androide 2B ou 9S ou do nosso fiel
companheiro de jornada, um pequeno drone mais conhecido por Pod.
Todo este processo é bastante completo, sendo bastante curioso a forma como a Platinum
Games encontrou para recriar o ambiente cibernético em que a trama se
desenrola. Assim que derrotamos os adversários, é possível utilizar peças dos
corpos dos androides abatidos para melhorar as nossas capacidades, dos quais se
destacam por exemplo, maior poder de ataque ou velocidade de execução, entre
outros de uma enorme panóplia de recursos ao dispor.
Graficamente, NieR:
Automata efetivamente não apresenta um grafismo realista e de ultra
qualidade, no entanto, a direção de arte é muito particular, assente numa
palete de cores não muito viva e pouco garrida, que, no entanto, personifica de
forma bastante assertiva o universo robotizado e pós-apocalíptico em que o jogo
assenta. Os efeitos visuais estão bem patentes nos combates, apesar de ser
claramente percetível que o estúdio de desenvolvimento deu primazia à fluidez
dos movimentos, sobretudo nos combates com maiores números de inimigos, em
detrimento de um grafismo mais afinado.
A sonoplastia que apesar de não
deslumbrar, apresenta-se como um excelente complemento de toda a ação.
Afigura-se intensa, transmitindo claramente uma sensação de tensão quando
estamos perante um combate com um número elevado de inimigos ao nosso redor,
acalmando e tornando-se mais melódica assim que entramos em zonas de dialogo e
menos frenéticas.
Em suma, NieR: Automata - Game of the YorHA
Edition é uma excelente oportunidade sobretudo para aqueles amantes de
videojogos que não tiveram a oportunidade de jogar na data de lançamento
(2017). Aqueles que já passaram por esta aventura, não esperem por novidades e
conteúdo bónus, apenas contem com o desejo de reviver as peripécias dos
androides 2B ou 9S.
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