JOGOS: NieR: Automata – Game of the YorHA Edition | Análise

8.3.19


Aproveitando o iminente segundo aniversário, NieR: Automata foi lançado no dia 10 de março de 2017, a Platinum Games decidiu disponibilizar uma versão definitiva do jogo, apelidade de NieR: Automata - Game of the YorHA Edition que para além do título original, inclui ainda o único DLC distribuído após o seu lançamento, de nome 3C3C1D119440927 que adiciona poucas novas missões algo secundárias, algumas skins, avatares e temas.

Para aqueles que nunca vivenciaram a experiência de NieR: Automata, esta é uma excelente oportunidade, pois para além de terem acesso a todo conteúdo disponibilizado após o seu lançamento, também o poderão fazer a um preço bastante mais reduzido, aproximadamente entre os €30 e os €40. No plano inverso, sobretudo a pensar naqueles que já tiveram o prazer de se aventurarem neste universo fantástico de NieR: Automata, decerto que não encontraram grandes razões/inovações para o revisitarem/adquirirem, uma vez que não inclui nenhum novo conteúdo para além do já anteriormente provido.


A história de NieR: Automata passa-se num futuro longínquo e num planeta devastado pela guerra entre máquinas robotizadas produzidas pelos invasores extraterrestres e os androides concebidos pelos humanos, que os auxiliam no cruel conflito. Sem alternativa, a humanidade decide planear a sua fuga para a Lua, contando com a ajuda dos androides para impedir a invasão completa das maléficas máquinas. É nesse contexto que os androides YoRHa No. 2 Model B e YoRHa No. 9 Model S se afiguraram como as principais personagens ao dispor do jogador. Autênticos mercenários, frios e cruéis, estranhamente e subitamente algo começa a lentamente a metamorfosear, uma vez que os androides 2B e 9S, contrariando o propósito para que foram construídos, começam a sentir as emoções.

A narrativa irá certamente surpreender até os mais céticos, uma vez que a qualidade é marcante, devidamente estruturada e repleta de reviravoltas, onde algumas das personagens com que nos deparamos possuem uma intenção bem vincada e determinante para o desenrolar da trama, não sendo inócuas como noutros títulos. 


Mas o que realmente me marcou enquanto estava a aventurar-me no mundo pós-apocalíptico de NieR: Automata foi a sua indiscritível jogabilidade. É quase uma tarefa hercúlea, conseguir descrever em palavras aquilo que presenciamos no ecrã, tal a qualidade e quantidade de ações em simultâneo. As constantes e automáticas mudanças dos planos da câmara, que apesar de inicialmente parecer ser ligeiramente estranho, funciona bastante bem e de uma forma completamente fluída. Preparem-se para estarem a jogar com a câmara na posição habitual, ou seja, filmado por detrás da personagem e de repente a ação desenrola-se e a câmara ajusta-se automaticamente para uma visão vertical, com um plano mais alargado, permitindo ao jogador não só continuar a derrotar os díspares inimigos como facilmente perceber a panorâmica geral do local onde estamos. Isto só para citar um exemplo de tantos outros que certamente ocorrerão.

Como não poderia deixar de ser, num bom RPG de ação, a jogabilidade é um fator deveras importante e a ter bastante em conta, sendo que também nesse campo NieR: Automata marca muitos pontos. Aliás este título é claramente um bom exemplo em que não é preciso um exagero de confusas combinações de botões e exacerbadas mecânicas, para se realizar movimentações e ataques especiais. O sistema de combate é relativamente simples, de fácil e rápida absorção e na dose certa, no entanto também é escalável, significando com isto que ao longo do avanço da aventura, tornar-se-á mais complexo, mas bastante plausível de um modo geral. Apesar da simplicidade, podem esperar os habituais ataques leves e pesados, golpes fortíssimos de espadas, disparos insanos de armas auxiliares, movimentos aéreos e saltos de relevo, tudo elementos bem característicos de um RPG.


Outra componente de enorme importância neste género de jogos é sem sombra de dúvida a possibilidade de ir melhorando as habilidades, capacidades e armamento da nossa personagem, e como tal, essa característica está bem representada em NieR: Automata. Sendo assim, torna-se imprescindível percorrer todos os cantos do mapa, na procura de itens uteis para a evolução do androide 2B ou 9S ou do nosso fiel companheiro de jornada, um pequeno drone mais conhecido por Pod. Todo este processo é bastante completo, sendo bastante curioso a forma como a Platinum Games encontrou para recriar o ambiente cibernético em que a trama se desenrola. Assim que derrotamos os adversários, é possível utilizar peças dos corpos dos androides abatidos para melhorar as nossas capacidades, dos quais se destacam por exemplo, maior poder de ataque ou velocidade de execução, entre outros de uma enorme panóplia de recursos ao dispor.

Graficamente, NieR: Automata efetivamente não apresenta um grafismo realista e de ultra qualidade, no entanto, a direção de arte é muito particular, assente numa palete de cores não muito viva e pouco garrida, que, no entanto, personifica de forma bastante assertiva o universo robotizado e pós-apocalíptico em que o jogo assenta. Os efeitos visuais estão bem patentes nos combates, apesar de ser claramente percetível que o estúdio de desenvolvimento deu primazia à fluidez dos movimentos, sobretudo nos combates com maiores números de inimigos, em detrimento de um grafismo mais afinado.


A sonoplastia que apesar de não deslumbrar, apresenta-se como um excelente complemento de toda a ação. Afigura-se intensa, transmitindo claramente uma sensação de tensão quando estamos perante um combate com um número elevado de inimigos ao nosso redor, acalmando e tornando-se mais melódica assim que entramos em zonas de dialogo e menos frenéticas.

Em suma, NieR: Automata - Game of the YorHA Edition é uma excelente oportunidade sobretudo para aqueles amantes de videojogos que não tiveram a oportunidade de jogar na data de lançamento (2017). Aqueles que já passaram por esta aventura, não esperem por novidades e conteúdo bónus, apenas contem com o desejo de reviver as peripécias dos androides 2B ou 9S

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