Depois de ver Três Cartazes à Beira da Estrada (2017), premiado com dois Óscares e ainda nomeado para outros cinco, para além de inúmeros prémios a nível mundial, desta vez voltei aos filmes mais sensacionalistas, com um ligeiro toque de clássico, RoboCop, mas a versão de 2014, que descobri por acaso, pois não tinha conhecimento da sua existência.
A história de RoboCop
passa-se no ano de 2028 onde a OmniCorp, empresa multinacional e expoente
máximo da tecnologia robótica, lidera a linha da frente de todas as guerras americanas,
fruto do excelente desempenho dos seus robots e drones militares. Porém a
OmniCorp não consegue atuar em pleno território nacional porque uma lei impede
o uso dos seus equipamentos no seu próprio país. Raymond Sellars (Michael Keaton,
de Birdman ou Homem-Aranha: Regresso a Casa), o CEO da empresa vê-se
obrigado a utilizar outros meios, recrutando o cientista Dr. Dennet Norton (Gary Oldman,
de O Cavaleiro das Trevas ou A Toupeira) com o objetivo de produzir um
ciborgue, alguém cuja população se possa identificar e ter afinidade, de modo a
conseguir alcançar o seu objetivo e melhor a opinião pública sobre as máquinas
bélicas. A escolha do candidato é o processo mais complicado, até que surge Alex
Murphy (Joel Kinnaman, de Esquadrão Suicida ou A Hora Mais Negra), um
policia dedicado e pai extremoso, que na luta frente à crescente onda de
criminalidade que assola o país, é gravemente ferido. Dr. Dennet Norton
consegue trazer de volta às ruas de Detroit o policia, mas agora de uma forma
reconstruída e com incríveis habilidades.
Realizado por José
Padilha (de Tropa de Elite ou Narcos), o filme RoboCop, para além dos
atores já mencionados, conta com a presença de Abbie Cornish (de Três Cartazes à
Beira da Estrada ou Sucker Punch: Mundo Surreal), Samuel L. Jackson (de
Vingadores ou Django Libertado) ou Jay Baruchel (de Isto é o Fim! Ou Tempestade
Tropical), entre outros.
Vivemos numa era em que está na
moda os remakes, os reboots e/ou as remasterizações e RoboCop (2014) afigura-se com uma
espécie de mescla dos termos indicados. Se por um lado, o realizador optou por
conservar alguns pormenores do filme original de 1987, por outro procurou adaptar
aos tempos modernos, onde o policia do futuro está completamente modificado e
com habilidades incríveis. Para ser sincero, percebo os intentos de José
Padilha, pois assim conseguia agradar aos fãs mais antigos e ao mesmo
tempo captar as atenções da geração atual, mas era necessário que essa simbiose
fosse perfeita, caso contrário, podia ser ruinoso para as aspirações do filme.
Pesando todos os prós e os contras,
fiquei ligeiramente desapontado e desiludido, talvez por ser um fã do clássico RoboCop.
Tinha a perfeita noção que a fronteira entre o sucesso e fracasso no que toca
em fazer um refrescamento num clássico é muito ténue, pelo que se calhar já
iniciei a visualização deste filme desconfiado e receoso, apesar de existir sempre
alguma esperança que algo de novo poderia surpreender. Não quero afirmar que é
um filme totalmente desastroso e que nem sequer vale a pena dar uma oportunidade,
no entanto, o maior conselho que posso transmitir é que quem quiser assistir,
deve abstrair-se completamente das incidências do primeiro filme e vê-lo como se
tratasse de uma nova trama, sem fazer a inevitáveis comparações, apesar de saber
que é 99,9% impossível de isso não acontecer.
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