A Liga NOS chegou ao fim e
é tempo de fazer o rescaldo e partilhar a minha opinião sobre a classificação
final da prova.
Começando pelo topo da
classificação, o Benfica conseguiu fazer história ao ganhar pela primeira vez em
toda a sua existência, 4 campeonatos consecutivos, totalizando 36 títulos. Foi
uma época bastante regular, onde esteve na liderança a maior parte de toda a
temporada e naturalmente conseguiu ser a melhor defesa e o melhor ataque.
Por sua vez, os diretos rivais FC
Porto e Sporting, não conseguiram contrariar o opositor Benfica
terminando em 2º e 3º, respetivamente.
No caso do FC Porto, existiram
alguns momentos na época em que poderiam ter atingido o 1º lugar e consequente
ultrapassagem ao adversário, mas nunca o conseguiram, ainda por cima em jogos
contra oponentes teoricamente mais acessíveis e jogando em casa (V. Setúbal e
Feirense). Quatro anos sem vencer o campeonato e mais um treinador que não
conseguiu colocar o FC Porto na rota dos títulos, prova que algo vai muito mal no
reino do Dragão.
O Sporting,
depois de um defeso com algumas saídas importantes (João Mário e Slimani) por
valores bastante consideráveis e muitas entradas, algumas das quais não
acrescentaram algo, mais uma vez não conseguiu atingir o 1º lugar. Apesar de
todo o investimento e da excelente campanha de alguns jogadores (Bas
Dost, Gelson Martins e Alan Ruiz), terminou no 3º lugar/70pontos
piorando a classificação anterior (2º lugar/86 pontos).
De salientar as excelentes
temporadas de V. Guimarães (4º lugar e final da Taça de Portugal) e Feirense
(8º lugar a 2 pontos de um lugar europeu). Campanhas positivas para Marítimo
que regressa a Liga Europa, Boavista terminando num honroso 9º
lugar e Chaves 11º classificado, no primeiro ano depois de ter subido
de divisão.
No plano inverso, o destaque pela
negativa vai para o Nacional da Madeira que desceu de divisão 15 anos depois de ter
subido, com apenas 21 pontos, sendo necessário recuar 5 anos para termos uma equipa
com pior classificação (2011/12 – U.Leiria – 19 pontos). O Arouca desceu de divisão
depois de ter garantido um fantástico 5º lugar e consequente apuramento para a
Liga Europa no ano anterior, realizando uma segunda volta de campeonato
miserável conquistando apenas 9 pontos em 17 jornadas.
A nível individual, o destaque
vai para:
Com apenas 23 anos já é uma das
grandes certezas do futebol europeu e caso mantenha este nível irá certamente
ser o guarda-redes titular da seleção brasileira durante muito tempo. Ágil
dentro dos postes e felino nas saídas, Ederson foi o melhor GR da Liga NOS.
Defesa direito – NÉLSON
SEMEDO (Benfica)
Depois de um inicio de época transata
auspicioso, interrompido por uma arreliante lesão, conseguiu este ano provar todo o seu valor realizando a grande maioria dos jogos de uma forma
bastante regular. Mais um jovem a afirmar-se no futebol europeu e a ter em conta
para a seleção portuguesa.
Depois de uma época com muitas oscilações no ano anterior, o FC Porto
necessitava de encontrar um jogador que fosse o líder da defensiva e Felipe conseguiu
ser o elemento certo. Apesar de alguns deslizes, deu estabilidade ao sector
recuado, realizando 45 jogos no total de todas as competições e apontando
alguns golos importantes.
No seguimento de uma promissora época
de estreia, a afirmação completa de mais um jovem valor que já é uma certeza no
futebol europeu. Com muito mercado, esteve quase a deixar o Benfica na janela
de transferências de Inverno e veremos se o conseguirá manter neste defeso.
Fundamental para o clube e indispensável para a seleção do seu país, a Suécia.
O FC Porto necessitava de colmatar algumas fragilidades no lado esquerdo
da defesa e encontrou em Alex Telles a opção ideal. Sempre com grande vertente atacante
e segurança defensiva realizou a grande maioria dos jogos, protagonizando 8
assistências para golo. Com 24 anos ainda pode melhorar alguns aspetos,
sobretudo no plano da concentração para atingir um patamar ainda mais elevado.
Apesar de ter chegado desgastado
da conquista do Euro 2016 e ter demorado a atingir a forma ideal, foi
determinante no melhor período do FC Porto e grande parte das vezes foi um
autentico carregador de piano do meio campo. Excelente na recuperação defensiva
e ainda assim conseguiu marcar 4 importantes golos. Aos 25 anos está no momento
certo para dar o salto.
O Benfica sem ele em campo parece
totalmente outra equipa, pois transfigura completamente todas as ações do meio
campo encarnado. Apesar de ser determinante no plano de recuperação de bolas,
este ano conseguiu ser melhor no capítulo do passe e livrar-se das lesões
sistemáticas que o afligiram nos anos anteriores. Fundamental na conquista do
título.
Mais uma época de um fulgor tremendo, jogando ao centro ou descaído para
a direita, conseguiu estar sempre a um nível elevado. Este ano, para além de
ser responsável pela manobra do meio campo do Benfica mostrou uma veia
goleadora invejável, apontando uns fantásticos 13 golos em todas as
competições. Aos 27 anos está no seu melhor e a acontecer uma transferência
para uma liga de maior visão terá que ser agora.
Extremo – GELSON MARTINS (Sporting)
Mais uma grande temporada realizada com números muito semelhante aos da época
de estreia. Serviu vezes sem conta os atacantes do Sporting (11 assistências) e
ainda marcou 6 golos. Sempre muito veloz e determinado, Gelson foi o
determinante para o fluxo ofensivo do seu clube. Muito pretendido, veremos se
irá ficar em Alvalade.
Extremo – HERNÂNI (V. Guimarães)
Apesar de não se ter conseguido
afirmar no FC Porto e depois de um empréstimo aos gregos do Olympiacos em que
nem sempre foi titular, provou este ano ao serviço do V. Guimarães que tinha
capacidade para permanecer no plantel do FC Porto. Excelente tecnicamente e
muito rápido nas transições ofensivas, atingiu a importante marca de 12 golos
em todas as competições. Peça fulcral na excelente época do V. Guimarães e poderá
ter uma palavra a dizer se for chamado a realizar a pré-temporada no FC Porto.
Avançado – BAS DOST (Sporting)
O que dizer de um jogador que chega pela primeira vez a Portugal, com a
ingrata tarefa de substituir o goleador Slimani, e em 31 jogos aponta 34 golos!
Bas Dost é um típico ponta de lança com faro para o golo e provou que por vezes
é melhor comprar caro mas bem. Neste caso os 10 milhões que o Sporting pagou
até pareceram ser pouco.
Imagens: zerozero.pt
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