JOGOS: Mandragora: Whispers of the Witch Tree | Análise

30.4.25

Recentemente tivemos acesso a mais um jogo, desta vez o Mandragora: Whispers of the Witch Tree na sua versão de PlayStation 5, contudo o título está também disponível para outras plataformas, nomeadamente a Xbox Series X|S e PC, sendo que deverá chegar à Nintendo Switch num futuro próximo.

Desenvolvido pela Primal Game Studio e publicado mundialmente pela Knights Peak, Mandragora: Whispers of the Witch Tree é descrito como um RPG de ação em 2.5D, que inclui elementos do género Soulslike e Metroidvania, ambientado num mundo sombrio e tenebroso.

NARRATIVA

A trama ocorre no mundo obscuro e taciturno de Faelduum, um lugar sombrio e vívido cheio de personagens inesquecíveis, inimigos únicos e dilemas morais complexos, onde a humanidade viu-se obrigada a abdicar da vida quotidiana e com liberdade, vivendo no meio do pavor e da incerteza, muito por culpa dos seus líderes, que tomaram dúbias decisões. O mal vai-se infiltrando lentamente em Faelduum e o jogador assume papel de um Inquisitor, uma espécie de mercenário, que não recolhe as graças do tirano e prepotente Rei-Sacerdote de Faelduum.

O objetivo do jogador passa por caçar a bruxa do Pântano de Gravesend, responsável por atos hediondos contra a população, até porque as bruxas são consideradas como a inimigas principais do reino, contudo à medida que progredimos na história vamos compreendendo que nem tudo é como tem sido contado ao povo de Faelduum!

Será que estamos perante um enorme volte-face? Descubram tudo!

Pessoalmente e evitando ao máximo os sempre desagradáveis spoilers, considero que Mandragora: Whispers of the Witch Tree apresenta uma narrativa interessante, sem chegar a deslumbrar ao ponto de ser considerada um marco nos videojogos. Cumpre apenas os seus desígnios com assertividade e só peca por alguma falta de ritmo, amiúde neste género de jogos.

A trama ocorre no mundo obscuro e taciturno de Faelduum, um lugar sombrio e vívido cheio de personagens inesquecíveis...

JOGABILIDADE

Tal como já mencionado um pouco acima, Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um RPG 2,5D side-scrolling com elementos de Soulslike e Metroidvania. O sistema de combate é completo e funciona de um modo bastante assertivo, não denotando grande problemas. O jogador sofre ataques de ambos os lados e até alguns por cima, contudo o foco do combate é a proximidade, apesar de uma classe privilegiar o dano mais distante, que explicaremos mais à frente.

Perante isto, situações como atacar com espadas, defender com escudos, esquivar no momento certo, contra-atacar o movimento atacante do inimigo, são tudo situações bem presentes neste título e com as quais o jogador vai ter que dominar, de modo a ser bem-sucedido na aventura. Contudo, não pensem que devemos atacar de uma forma desenfreada, bem ao estilo hack na slash, aqui em Mandragora: Whispers of the Witch Tree, os confrontos requerem tática e paciência, especialmente se estivermos a usar uma arma pesada. Compreender o padrão de ataque de cada inimigo é igualmente fundamental, de modo a sermos mais eficientes. Por fim, atenção à resistência, pois se ela acabar num combate, pode ser fatal. É capital recuperar a resistência antes de voltar a atacar, particularmente em lugares repletos de incautos.

Ao longo da jornada, o jogador vai conseguindo recrutar membros para o seu grupo de aventureiros, contudo estes não nos acompanham no caminho ou tão pouco enfrentam os inimigos, auxiliando de outra forma distinta. Cada vez que conquistamos a sua confiança, estes vão-se reunindo junto da Witch Tree, um local que podemos sempre regressar de modo a aumentar as capacidades da nossa personagem. Para dar alguns exemplos, até porque são várias possibilidades, conseguimos recrutar ferreiros, alfaiates, cozinheiros, feiticeiros, alquimistas, entre outros, cada um com a sua valência.

Por outro lado, conseguimos paulatinamente desbloquear mais ações e/ou movimentos mais específicos que completam superiormente a jogabilidade. Para ser mais preciso e concreto, o jogador terá acesso a saltos longos, saltos duplos, um gancho especial que permite alcançar distâncias mais longínquas e consequentemente acesso a novas áreas do mapa. Nessa vertente, um artefacto que me agradou particularmente, foi a Witch Lantern, que ilumina os locais mais escuros e que possibilita a exploração de mais lugares, repletos de perigos e adversidades, onde simplesmente ficar imóvel pode ser sinónimo de morte!

Em Mandragora: Whispers of the Witch Tree existem seis classes distintas que definem habilidades iniciais, estatísticas e até acesso a determinadas armas e equipamentos. De um modo sucinto, aqui ficam registadas cada uma delas. Vanguard, o típico cavaleiro de armadura brilhante, um mestre do combate corpo a corpo com acesso a armas de duas mãos e escudos enormes. Flameweaver, talvez a classe mais versátil, algo semelhante a magos, com feitiços relacionados com o manuseio do fogo, quer atacantes como também defensivos. Spellbinder, os feiticeiros, com feitiços devastadores, causando muito dano à distância, contudo as suas características de sobrevivência são muito fracas. Nightshade, mais vocacionados com o ataque furtivo e favorecem de uma extrema rapidez, todavia, tal como a classe anterior, são fracos nas características da sobrevivência. Wyldwarden, que recorrem às forças da natureza para atingir os objetivos, como o uso de relâmpagos ou as raízes das plantas. Por fim, Vindicator, uma espécie de paladinos, que são equilibrados quer no ataque corpo a corpo, como através de feitiços, contudo são os mais lentos.

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um RPG 2,5D side-scrolling com elementos de Soulslike e Metroidvania.

LONGEVIDADE

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é um título com muito para proporcionar aos jogadores, apesar de não necessário muito mais do que umas 15/20 horas para concluir a história principal. Porém, os extras, missões secundárias, quests alternativas, colecionáveis e até completar o bestiário, proporcionam mais outro tanto em termos de horas jogáveis.

Depois, para os fãs mais acérrimos, existe sempre a possibilidade de repetir a totalidade do jogo, mas apostando nas diferentes classes disponíveis, o que por si só, já é um aumento significativo da longevidade.

Apesar de já ter mencionado neste artigo de opinião que Mandragora: Whispers of the Witch Tree é tudo menos um título fácil e existem momentos terríveis onde o desespero de não conseguir ultrapassar determinado obstáculo ou um boss mais intricado, vai ser evidente, levando o jogador a repensar, se vale mesmo a pena continuar a jogar. Por favor, não desistam! Persistência e perseverança são as palavras certas! Abstenham-se da frustração! Eventualmente irão conseguir os objetivos!

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é tudo menos um título fácil e existem momentos terríveis onde o desespero de não conseguir ultrapassar determinado obstáculo ou um boss mais intricado...

GRAFISMO E SONOPLASTIA

Mandragora: Whispers of the Witch Tree é visualmente bastante cativante, com uma iluminação maravilhosamente eficaz. Todos as componentes do jogo parecem ter sido desenhadas à mão e com um critério exemplar, sempre assente numa palete de cores escuras, sombrias e taciturnas, conferindo aquele ambiente próprio das masmorras dos castelos. No seu computo geral, o título vive muito de uma espécie de estética gótica, com castelos de arquitetura imponente em ruínas e repletos de monstros horripilantes.

Ainda assim, a aventura estende-se por outros locais marcantes e de igual qualidade gráfica, como pântanos mortíferos e florestas escuras e misantropas, desertos escaldantes e até montanhas cobertas de gelo. Por isso, variedade de biomas está bem presente e eleva o trabalho do estúdio de desenvolvimento.

A banda sonora e os efeitos especiais são distintos e acrescentam, efetivamente, qualidade ao título, evocando o ambiente necessário sem ser demasiado prepotente. Aliás, a banda sonora do jogo é composta por 20 faixas totalmente originais, a maioria delas fiéis a melodias assombrosas e muito conotadas com o oculto, da autoria do compositor musical Christos Antoniou e interpretadas pela FILMharmonic Orchestra Prague.

Nota para a presença do idioma de Portugal, ainda que na sua versão do Brasil, contudo é sempre o facto de regozijo.

Todos as componentes do jogo parecem ter sido desenhadas à mão e com um critério exemplar, sempre assente numa palete de cores escuras, sombrias e taciturnas...

CONCLUSÃO

Em suma, Mandragora: Whispers of the Witch Tree não é um título propriamente simples. Requer paciência, dedicação e persistência, muita persistência. Os fãs deste género de jogo, especialmente de Metroidvanias com elementos de RPGs, tem aqui uma excelente oportunidade de por em prática todas as suas capacidades e habilidades. A história é interessante, sem ser, obviamente, épica. Grafismo e sonoplastia bastantes agradáveis.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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