JOGOS: Tales of Kenzera: ZAU | Análise

3.5.24

O mais recente título que tivemos acesso, foi o surpreendente Tales of Kenzera: ZAU, um jogo multiplataforma (disponível também para PC, Nintendo Switch e Xbox Series X/S), no entanto a versão que serviu de base para este artigo de opinião/análise foi a de PlayStation 5.

Tales of Kenzera: ZAU é um jogo do género metroidvania num formato 2.5D sidescrolling, desenvolvido pelos Surgent Studios, cujo o fundador é Abubakar Salim, ator britânico que deu voz a Bayek em Assassin’s Creed Origins e que a empresta agora à personagem principal, o jovem Zau. Publicado pela Electronic Arts e com o selo de qualidade EA Originals, Tales of Kenzera: ZAU surpreendeu nos media que foram sendo divulgados em processo de produção, granjeando favoráveis críticas. Será que o produto final correspondeu às expetativas, entretanto, criadas?

NARRATIVA

De uma formar bastante sucinta e compacta, a trama de Tales of Kenzera: ZAU segue os caminhos de um jovem xamã, apelidado de Zau, um rapaz em luto devido ao falecimento de Baba (o seu Pai). O terrível infortúnio originou que Zau tomasse algumas medidas drásticas e o jovial decide invocar Kalunga, o Deus da Morte, para tentar trazer Baba de volta das trevas. Para tal e sem ter total certeza que o seu desejo seja totalmente cumprido, Zau vê-se obrigado a capturar os espíritos de três criaturas transformando-as em oferendas a Kalunga. O resto já imaginam, uma aventura repleta de perigos e incertezas, capazes de despertar diversos sentimentos.

Abro aqui um pequeno parêntesis, para mencionar que a criação deste jogo foi a forma que Abubakar Salim encontrou para homenagear o seu falecido Pai e contém muito da própria experiência do ator com o luto, que foi aprendendo e descobrindo que o amor nos dá coragem para seguir em frente mesmo após uma perda devastadora.

Tales of Kenzera: ZAU segue os caminhos de um jovem xamã, apelidado de Zau, um rapaz em luto devido ao falecimento de Baba (o seu Pai).

JOGABILIDADE

Tales of Kenzera: ZAU é um típico metroidvania porém bastante assertivo e direto na mensagem que pretende transmitir, focando-se essencialmente na trama. A movimentação do protagonista é a amiúde neste tipo jogos, ou seja, muito ágil e enérgica, repleta de capacidade atléticas de assinalar, como duplo salto, salto longo e até mesmo correr pela parede. Zau possuí duas máscaras que lhe conferem poderes especiais. A máscara do sol potencia os ataques mais perto, corpo a corpo, enquanto a máscara da lua é mais vocacionada para ataques distantes. Assim que derrotamos os inimigos, conseguimos recolher uma espécie de energia apelidada de “Ulogi”, que depois de acumulada pode ser trocada por novas habilidade e capacidades. Durante o combate, é possível alternar entre as duas máscaras, sendo mesmo possível realizar essa operação entre os combos, o que proporciona uma liberdade bastante grande para o jogador. Ainda assim, é necessário ter em atenção ao tipo de inimigo que estamos a lidar, pois uns possuem escudos que param os ataques ou da máscara do sol ou da lua.

Zau possuí duas máscaras que lhe conferem poderes especiais.

Como não poderia deixar de ser, Tales of Kenzera: ZAU também inclui batalhas frente a bosses, que são interessantes e desafiantes a um nível razoável, no entanto, o seu número não é muito significativo. Pela minha experiência pessoal, o jogo não se revelou muito complexo, ao contrário daquilo que tinha em mente e do que normalmente ocorre neste género de títulos.

Tales of Kenzera: ZAU também inclui batalhas frente a bosses, que são interessantes e desafiantes...

LONGEVIDADE

Tales of Kenzera: ZAU não é propriamente um jogo extenso e longo, sendo perfeitamente possível completar tudo o que existe para fazer em aproximadamente 10 horas. Obviamente que depende de alguns fatores como, a destreza do jogador e/ou o nível de dificuldade que optarmos. No decorrer da aventura, existe a possibilidade de regressar a locais já visitados, de modo a recolher itens anteriormente inacessíveis ou concluir missões que podem ser designadas como secundárias ou extra, uma vez que pouco ou nada influenciam a narrativa. No cômputo geral, não existem grandes motivos para repetir a experiência depois de concluir a história que é, sem dúvida, emocionante e comovente.

GRAFISMO E SONOPLASTIA

A nível visual, os estúdios de desenvolvimento realizaram um trabalho bastante competente e conseguiram proporcionar uma experiência que merece, naturalmente destaque. Os detalhes e pormenores são uma constante do início ao fim da aventura, recriando cenários fantásticos, sempre com aspetos bem conotados com o povo Africano e a sua cultura. A cor está sempre presente e de uma forma bem vincada, fazendo de Highlands, Woodlands e Deadlands, um autêntico festim para os olhos dos jogadores. Mais uma vez, fica bem demonstrado que o grafismo não necessita de ser super realístico e com grandes inovações, para ser elogiado por todos.

Os efeitos sonoros e a própria música ambiente, obviamente, também ajudam (e de que maneira) a enquadrar Tales of Kenzera: ZAU no seu contexto. Tal como o grafismo, toda a sonoplastia encontra-se repleta de inúmeras particularidades, que no seu conjunto, elevam a qualidade do título.  Em primeiro lugar, o excelente trabalho vocal de Abubakar Salim, no papel do protagonista Zau, que anteriormente, já tinha dado grandes provas do seu valor nos títulos onde trabalhou. Depois, o recurso à língua Kiswahili nativa de determinadas zonas africanas e os seus sotaques bem característicos, dão muito caracter e personalidade ao jogo.

A nível visual, os estúdios de desenvolvimento realizaram um trabalho bastante competente e conseguiram proporcionar uma experiência que merece, naturalmente destaque.

Resumindo, Tales of Kenzera: ZAU foi uma surpresa bastante agradável, surpreendente e até de certa forma inesperada. O que inicialmente se afigurava como sendo mais um título metroidvania, acabou por, pessoalmente, ser uma experiência enriquecedora e com uma mensagem bastante forte.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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