JOGOS: Final Fantasy XVI | Análise

20.7.23

O décimo sexto da franquia Final Fantasy foi disponibilizado no final do mês de junho pela Square Enix, em regime exclusividade temporária para a plataforma PlayStation 5, um título muito esperado de uma série com muitos anos de mercado e que possui uma autêntica e muito fiel legião de fãs.

Como certamente já se aperceberam, a franquia Final Fantasy tem vindo paulatinamente a mudar alguns aspetos que marcaram os seus primeiros jogos, como por exemplo, o combate por turnos. Depois do enorme sucesso com o remake de Final Fantasy VII, os desenvolvedores apostaram claramente em proporcionar aos jogadores uma experiência mais virada para a ação-aventura, com combates em tempo real, mas sem nunca se afastarem muito da fórmula que granjeou um infindável número de adeptos ao longo de tantos anos. Depois do anúncio em setembro de 2020, o processo de desenvolvimento foi descrito como “desafiador” pelo diretor responsável Hiroshi Takai, exatamente pelo objetivo ser criar algo ambicioso e extremamente apelativo.

Apesar da saga Final Fantasy ser composta por dezasseis títulos, existe uma particularidade curiosa, já que todas as histórias são completamente distintas umas das outras, ainda que possam conter alguns aspetos comuns, como personagens (entre os quais os adoráveis Chocobos) e referências a outros jogos. Porém, não esperem por sequelas e continuações de tramas, nem do seu antecessor, nem de qualquer outro jogo da franquia.

De uma forma bem resumida e sucinta, até porque o cenário ideal é que descubram todas as ocorrências assim que começarem a jogar, a história de Final Fantasy XVI desenrola-se no mundo fictício de Valisthea, um local dividido entre seis grandes nações, que disputam o recurso mais valioso, os MotherCrystals, uns cristais mágicos que fornecessem uma espécie de energia, Aether. As nações, para além do acesso aos cristais, também possuem os Dominants, seres humanos que funcionam como hospedeiros dos Eikons, criaturas mágicas de majestosas dimensões e com um incrível poder, que são autênticas armas de destruição.

Final Fantasy XVI desenrola-se no mundo fictício de Valisthea, um local dividido entre seis grandes nações...

As nações principais de Valisthea são o Grand Duchy of Rosaria, o Holy Empire of Sanbreque, a Dhalmekian Republic, o Kingdom of Waloed, o Crystalline Dominion e o Iron Kingdom, que se encontram dispersas por dois continentes principais, Ash e Storm. As tensões entre as nações aumentam quando uma seca mágica apelidada de Blight começa a consumir a terra, levando ao consequente esgotamento de Aether. O jogador assume o papel de Clive Rosfield, guardião do seu irmão mais novo, Joshua, que testemunha a destruição de seu reino e se envolve no crescente conflito e o poder secreto por trás da guerra ligada ao sombrio Eikon Ifrit.

Vou parar por aqui, por duas grandes razões. Em primeiro lugar, porque se trata de uma história complexa, estruturada, repleta de plot twists, com um enredo extenso, longo e com díspares possibilidades de interpretações, chegando mesmo em determinadas ocasiões a transmitir a sensação de se alongar em demasia, demorando a desenvolver, sobrepondo-se aos curtos períodos de jogabilidade. Felizmente, isso é um falso alarme, pois o título encontra o seu ritmo e proporciona efetivamente fantásticas e épicas batalhas. Por outro lado, como já referi acima, se escalpelizasse toda a trama e a descrevesse neste artigo, seria muito injusto para aqueles que preferem uma experiência sem grandes spoilers, por isso, penso que as palavras que escrevi são uma razoável introdução para terem uma pequena noção daquilo que vos espera em Final Fantasy XVI.

O jogador assume o papel de Clive Rosfield, guardião do seu irmão mais novo, Joshua...

Mas o que serve uma incrível trama se a jogabilidade não a consegue acompanhar? Pois bem, FF XVI, também não vacila nesse aspeto, aliás, muito antes pelo contrário! Sejamos muito francos, a maior parte dos jogadores quando se aventuram no universo dos videojogos, procuram essencialmente uma experiência que os divirta e isso normalmente costuma estar diretamente conectado com uma jogabilidade prática, assertiva e fluída. FF XVI responde afirmativamente a todos esses pontos, ainda que aqui ou ali, seja um pouco complexa, especialmente para os jogadores menos conectados com a franquia ou os mais casuais. Para terem uma ideia mais palpável, o sistema é muito semelhante ao existente em o remake de Final Fantasy VII ou até no Final Fantasy XV, ainda que de uma forma mais requintada e apurada! A base é a mesma, porém e de através de uma opinião bastante pessoal, considero que a seleção das habilidades, dos ataques especiais e o uso das magias, está realmente mais simples e acessível. É fracamente delicioso quando conseguimos realizar um combo especial, ficando pasmados com a sua capacidade destrutiva e levantando perguntas na nossa cabeça, “Fomos mesmo nós que conseguimos fazer isto tudo?”.

Evidentemente, durante a demanda, as habilidades e magias, poderão e deverão ser evoluídas, tornando a nossa personagem mais robusta e capaz de enfrentar os incautos, também eles cada vez mais vigorosos, que nos vão aparecendo pela frente. Uma nota, como se trata de um exclusivo PS5, os desenvolvedores tiveram um cuidado especial com a otimização dos movimentos aproveitando as fantásticas aptidões do DualSense, elevando o combate a outro nível.

É fracamente delicioso quando conseguimos realizar um combo especial...

A nível gráfico ou visual, como também não poderia deixar de ser, Final Fantasy XVI também está repleto de qualidade. Seguramente que, mesmo até os menos conectados com os videojogos, já viram um ou outro vídeo nas redes sociais sobre o título, mas jogá-lo é obviamente outra coisa. Asseguro-vos que, nessa vertente, é do melhor que poderão encontrar na plataforma nipónica, tudo muito bem otimizado, mesmo nos momentos em que o ecrã se encontra repleto de inimigos, explosões, magias e afins. A complementar, não posso deixar de referir que a banda sonora, os efeitos especiais, incluindo as vozes das personagens, estão realmente num patamar bastante alto, a roçar mesmo o topo. Tudo conjugado, o resultado é uma experiência (quase) sem parelo! E todos, mesmo todos, ganhamos com isso.

Porém, como apregoa a expressão bem conhecida, “não há bela sem senão”, sendo que em FF XVI isso também se verifica. Existem inúmeros relatos pela internet fora que diversas consolas sobreaqueceram no decorrer da aventura, algumas desligando-se sozinhas, outras aparecendo a mensagem que o equipamento se encontrava demasiado quente, aconselhando o seu encerramento. Eu próprio, foi uma vítima dessa situação e confesso que não foi nada agradável. Poderão afirmar que isso não se trata efetivamente de um problema do jogo, mas sim da própria consola e até posso em parte concordar, porém nunca me tinha acontecido com mais outro título. Enfim, foi um desabafo.

A nível gráfico ou visual, como também não poderia deixar de ser, Final Fantasy XVI também está repleto de qualidade...

Resumindo, Final Fantasy XVI respira qualidade por todos os poros, sendo um dos títulos completamente obrigatórios deste ano, quer para os fãs mais acérrimos da franquia como para aqueles não tão conectados com este incrível universo. Uma dica para os jogadores mais casuais, não se assustem pelo peso do nome Final Fantasy e deem uma oportunidade a um jogo que seguramente vos irá surpreender em tudo.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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