JOGOS: Crime Boss: Rockay City | Análise

26.7.23

Crime Boss: Rockay City foi o mais recente jogo a chegar à nossa redação, sendo um título desenvolvido pelos estúdios Ingame Studios e publicado mundialmente pela 505 Games. Lançado para a plataforma PC em março passado e em exclusivo na Epic Games Store, o título acabaria por ser também disponibilizado para a PlayStation 5 e Xbox Series X/S, algum tempo depois (pouco mais de dois meses).

Exposto pelos desenvolvedores como um jogo de tiro em primeira pessoa (first-person shooter) cooperativo e com uma descrição no mínimo intrigante, uma vez que o jogador tem que reunir uma equipa de criminosos, de modo a cumprir determinados objetivos, que passam obviamente por infiltrar-se em locais importantes, roubar o que existir de valor e se necessário assassinar quem se colocar no caminho.

A história de Crime Boss: Rockay City gira em torno de um personagem, Travis Baker, que pretende a todo o custo e sem olhar a meios, ser o rei do crime da cidade fictícia de Rockay City. Como não poderia deixar de ser, esse caminho é feito através de delitos e atividades ilícitas, onde se destacam assaltos a bancos, joalharias, lojas ou roubos de viaturas topo de gama, entre outros crimes que são fáceis de imaginar. Porém, a tarefa não se afigura propriamente simples, uma vez que para além de ter que enfrentar a polícia, também existem gangues rivais que possuem os mesmos intentos. O restante, podem imaginar, muitos tiros, muitos assassinatos, muita violência. E de trama, ficamos por aqui!

O que salta de imediato à vista e revela-se claramente como um convite a experimentar o título, é o luxuoso elenco de atores. Desde o carismático Michael Madsen, e a sua equipa, Michael Rooker, Kim Basinger, Danny Glover e Damion Poitier, aos chefes de gangues rivais Danny Trejo e Vanilla Ice e o justo xerife Chuck Norris. No entanto, o entusiasmo começa a esfumar-se assim que concluímos missões iniciais, pois rapidamente constatamos que a trama não é suficientemente cativante e nem sequer existe uma grande ligação entre as diferentes personagens. Sinceramente, parece tudo muito frio e sem grande profundidade, sendo que as cut-scenes existentes, parece que só estão presentes para intercalar a escolha das missões. Um grupo de atores com provas dadas na 7ª arte, merecia um pouco mais. Não quero com isto afirmar com total determinação que não interpretam um razoável papel, apenas sinto que a história não foi aprofundada o exigível para serem criados laços entre as personagens.

O que salta de imediato à vista e revela-se claramente como um convite a experimentar o título, é o luxuoso elenco de atores

Posto isto, Crime Boss: Rockay City é um título composto por um conjunto de missões realizadas por um grupo de quatro criminosos, onde o jogador controla a sua personagem, sendo auxiliado (ou cooperado) por mais três parceiros do crime, que podem ser jogadores reais, ou então controlados pela IA do jogo. Durante os delitos, o jogador necessita de recolher bens, sejam eles dinheiro, joias ou outros artigos de valor, que podem ser trocados por equipamentos e armamento mais poderosos e mortíferos. Existem várias maneiras de abordar as dispares missões, ou seja, o jogador pode optar por uma forma mais stealth, avançando com precaução, aniquilando os inimigos sorrateiramente ou através de armas equipadas com silenciadores, ou então, abordar cada missão da maneira mais amiúde, simplesmente, entrar a disparar contra tudo e todos! Confesso que recorri com mais frequência à opção dois, apesar de ter tentado numa ou outra ocasião ser o mais silencioso possível, porém, rapidamente fui detetado.

Crime Boss: Rockay City é um título composto por um conjunto de missões realizadas por um grupo de quatro criminosos...

O modo singleplayer ou campanha, como preferirem apelidar, é denominado Baker’s Battle e de uma forma geral, é aquilo que escrevi acima, ou seja, o jogador acede a um mapa de Rockay City e escolhe a missão que pretende, seja ela um assalto ou simplesmente conquistar um terreno ocupado por membros de um gangue competidor. Assim que concluímos o desígnio, somos brindados com uma razoável cut-scene, que apenas serve para fazer a ponte entre a próxima missão que pretendemos selecionar do mapa. Sinceramente, muito pouco. Tudo junto, praticamente resulta em missões demasiado semelhantes, passando sempre por encher os sacos com dinheiro e joias, fugindo através do meio de transporte selecionado, a tradicional carrinha de fuga, tão comum nos filmes de Hollywood sobre assaltos. Depois existem outros modos, mais simples e diretos à ação, como por exemplo o Crime Time, onde saltamos diretamente para um crime ou o Urban Legends uma série de missões mais pequenas, interligadas entre si, que se sofrermos uma fatalidade, voltamos de imediato ao início.


Tudo junto, praticamente resulta em missões demasiado semelhantes, passando sempre por encher os sacos com dinheiro e joias, fugindo através do meio de transporte selecionado...

Graficamente, Crime Boss: Rockay City é bastante competente. Tanto o ambiente em geral, as personagens, como o próprio design da Rockay City, estão cativantes e sobretudo imanam vivacidade, sempre muito colorido, apesar de já ter visto algo bastante melhor noutros títulos concorrentes. Nesse aspeto, nota positiva, sobretudo por causa da cut-scenes. A nível sonoro, mais uma desilusão, apesar da banda sonora possuir algumas músicas interessantes e licenciadas, a voz das personagens é realmente abaixo do exigível, sendo ainda mais incompreensível se tivermos em conta o elenco de atores de luxo que foram recrutados para este jogo. 

Graficamente, Crime Boss: Rockay City é bastante competente...

Em suma, Crime Boss: Rockay City na teoria parecia ser uma boa ideia, porém quando colocada em prática, deixou muito a desejar. O elenco de atores consagrados, não foi suficiente para uma trama desgarrada e sem conteúdo. Jogar em modo cooperativo com amigos é um dos pontos mais divertidos, porém existem no mercado seguramente melhores opções.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas


 
 

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