JOGOS: Ni No Kuni II: Revenant Kingdom| Análise

24.9.21

Recentemente recebemos a versão para a plataforma Nintendo Switch do jogo Ni No Kuni II: Revenant Kingdom, que foi disponibilizado para o mercado europeu neste mês de setembro, depois de já ter sido lançada a versão para PlayStation 4 e PC em março de 2018.

Ni No Kuni II: Revenant Kingdom é um role-playing game de ação, com a chancela dos estúdios de desenvolvimento Level-5 e publicado para todo o mundo pela Bandai Namco Entertainment. Trata-se de uma sequela direta do primeiro jogo, Ni No Kuni: Wrath of the White Witch que saiu no remoto ano de 2013 para a PlayStation 3 e mais tarde, em setembro de 2019 para a PlayStation 4 e Nintendo Switch.

A história conta as peripécias do precoce Rei, Evan Pettiwhisker Tildrum, que subitamente se vê privado do seu castelo e decide constituir um novo reino, onde a paz e a tranquilidade prosperem naturalmente. Voltando um pouco atrás, o Reino de Ding Dong Dell, local onde a ação se inicia e governado pela Casa de Tildrum, prepara-se para a transição do seu nobre Rei, entretanto falecido, cabendo ao jovem Evan a responsabilidade de comandar os seus destinos. No entanto, Ding Dong Dell é conhecido também por um histórico de confrontos entre duas raças que por lá habitam, os Mousekin e os Grimalkin, uma espécie de ratos e gatos.

Para além de Ding Dong Dell, no mundo de Ni No Kuni II: Revenant Kingdom existem três outras fações, os Broadleaf, que fazem da industrialização e da inovação tecnológica a sua grande força, os Hydropolis onde existe uma comunhão sadia entre ser vivos aquáticos, tritões e alguns humanos e os Goldpaw onde o foco é o jogo clandestino e o turismo. O elo de ligação entre estes reinos é um vínculo a um ente poderoso, denominado Kingmaker, que protege os habitantes de qualquer animosidade. 

As personagens principais e aquelas que mais laços criam com o jogador são o já referido jovem Rei Evan e um misterioso e algo estranho membro principal que de uma associação anónima, que surge subitamente na trama, para auxiliar o Evan na sua complexa cruzada. Para além destes, outros elementos importantes irão aparecer em cena, todos eles com a sua importância no desenlace da história.

Ni No Kuni II: Revenant Kingdom é jogado essencialmente na terceira pessoa e apesar de ser composto por missões lineares, com objetivos bem delineados e concretos, os jogadores poderão vaguear livremente pelo mundo fantástico do jogo, explorando a seu belo prazer cada centímetro daquilo que nos vai aparecendo pela frente. Quando o jogador chega a uma batalha, frente aos incautos hostis, o jogo entra no sistema de luta, onde controlamos uma personagem de um grupo de três, podendo a qualquer altura, selecionar aquele que mais se adequa à forma de lutar do oponente, optando por utilizar ataques corpo a corpo, ataques à distância ou investidas de magia.

Outra componente interessante e que de certo modo eleva o título um pouco mais longe é a capacidade do jogador conseguir edificar construções, organizando da forma que prefere o seu Reino e até mesmo gerindo a seu belo prazer, podendo deste modo evoluir as personagens de acordo com o locais que contruir. Porém, não pensem que é um jogo de gestão de cidades ou de construções, ao estilo do SimCity, no entanto essa vertente confere a Ni No Kuni II: Revenant Kingdom um estilo diferente do habitual e no qual o jogador certamente irá despender muito tempo, personalizando o reino a seu gosto.

Graficamente, cingindo-me apenas à versão para a Nintendo Switch e que serviu de base para esta análise/opinião, todo este universo fantástico está muito bem recriado, bem ao estilo anime. As cut-scenes são autênticas réplicas desse género cinematográfico e quando passamos para a jogabilidade em si, os visuais continuam muito agradáveis e completos, no entanto, é uma direção de arte que pode não agradar a todos, pois é realmente peculiar e direcionada para os amantes de animes. Existem locais mesmo fascinantes e se observarem com atenção, certamente encontrarão inúmeros detalhes e minuciosos pormenores, que de certeza colocarão um sorriso no rosto.

Por fim, a sonoplastia está ao nível que normalmente estes tipos de jogos apresentam, com efeitos especiais bastante razoáveis, algumas vozes que conferem atitude a diversas personagens, tudo com a chancela habitual dos títulos nipónicos. Uma nota menos positiva para o facto de não existir a legendagem em Português (já nem refiro as vozes das personagens a serem dobradas para PT) o que para mim é incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados.

O melhor elogio que pode ser escrito é que neste título, tudo parece ter sido pensado e na dose certa, ou seja, nada de muito exagerado, nada entediante e repetitivo, missões diversificadas e com o nível de complexidade correto, uma história repleta de plot-twists e muito bem escrita, uma jogabilidade que realmente funciona e um grafismo dentro do esperado.

Resumindo, Ni No Kuni II: Revenant Kingdom é um título que inicialmente poderá afastar muitos, especialmente aquele jogador mais comum que procura um desafio rápido e sem uma curva de aprendizagem muito elevada. Porém, depois de embarcarmos na aventura, dificilmente conseguimos parar de jogar até o terminar e quando assim é, está tudo dito.

Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.


 
 

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