Desenvolvido por uma parceria entre os estúdios Omega Force e P. Studio e publicado pela Altus, recentemente foi lançado o jogo Persona 5 Strikers, uma sequela do título anterior de nome Persona 5.
Persona 5 Strikers dá continuidade aos eventos ocorridos no título anterior e a trama desenrola-se precisamente alguns meses após o fim de Persona 5. Obviamente que o ideal era terem jogado o anterior, para estarem informados de toda a história e terem conhecimento total das personagens que o compõem, pois em Persona 5 Strikers o grupo de amigos e aventureiros conhecidos como os Phantom Thieves of Hearts reúnem-se novamente no seu local predileto, o Café Leblanc. O objetivo passava por matar saudades uns dos outros e inclusive passarem férias juntos, fazendo campismo, mas claro, não foi bem isso que se sucedeu. Os problemas rapidamente começaram a aparecer e o grupo decide investigar, correndo sérios riscos e fazendo justiça pelas próprias mãos.
Pessoalmente, foi a minha primeira experiência neste universo de Persona e confesso que me senti um pouco à deriva nos momentos iniciais, pelo que recomendo vivamente que joguem o seu antecessor antes de se aventurarem nesta demanda. Persona 5 Strikers é um RPG de ação, mas onde a narrativa assume um papel primordial e de extrema importância, estando incrivelmente bem escrita e cativante, levando mesmo a soltar algumas sonoras gargalhadas. Porém, por vezes torna-se demasiada extensa e fatigante, uma vez que os diálogos, apesar de divertidos, são muito longos e chegam mesmo a cansar, uma vez que o queremos rapidamente é partir para a ação.
A primeira vez que assumimos verdadeiramente o papel de Joker, o líder dos Phantom Thieves of Hearts, é para iniciar uma espécie de tutorial sobre a movimentação e combate, outro aspeto que se tivesse jogado o título anterior, teria certamente menos impacto. O sistema de movimentação e combate não é propriamente simples e são tantas as opções que o jogador tem ao dispor, que por vezes pode ser confuso e complexo para quem ainda não o domina. Depois de estar ligeiramente familiarizado com os comandos, a ação começa a fazer sentido e o caos visual presente no ecrã passa a ser um festim para os nossos olhos.
A nossa personagem tem vários tipos de ataques, o normal, o pesado, armas de fogo e aquele que dá nome à série, os Personas. Uma espécie de ser poderoso que pode se convocado em determinados momentos para nos auxiliar a combater inimigos mais poderosos. Joker, tem a capacidade de exercer várias Personas, que são obtidas em locais aleatórios ou derrotando mini bosses espalhados nas masmorras. Essas Personas podem ainda ser utilizadas no Velvet Room, onde podem ser fundidas para criar novas e mais poderosas. Por isso, torna-se essencial perceber que tipo de fraqueza tem o inimigo de modo a optar pela Persona mais adequada a utilizar, retirando mais dano ao adversário.
No plano da jogabilidade e sem fazer qualquer tipo de comparação com o seu antecessor, Persona 5 Strikers não desilude, uma vez que tudo funciona de uma forma fluída e assertiva, ainda que por vezes, demasiado complexa. Nos combates contra os Shadows, que chegam a ser em número bastante elevado, a possibilidade de utilizar locais como postes de iluminação, paragens de autocarro ou fontes de água, para servirem de auxílio de modo a aplicar golpes especiais, como pontapés rotativos e simplesmente fazer cair sobre os incautos uma passagem, conseguem acrescentar momentos incríveis de adrenalina. Mas o seu apogeu é mesmo nas lutas contra os bosses e sobretudo quando que recorremos ao nossos Personas ou aos poderes especiais, uma vez que tudo resultada harmoniosamente, apesar da dificuldade de os utilizar na hora certa.
Graficamente, Persona 5 Strikers recorre a um estilo bem próprio, com um design fora do habitual, desde os menus e as informações do jogo, mas também bem patente no desenrolar da própria ação, conferindo-lhe um carisma e uma identidade bem própria. As cutscenes são autênticas curtas de anime, muito apreciadas por uma extensa comunidade e acrescentam ainda mais qualidade a uma narrativa bem desenvolvida e assertivamente estruturada. De salientar que a versão usada para esta análise foi a de PlayStation 4.
Na sonoplastia, temos obviamente de assinalar o bom trabalho do produtor musical Shoji Meguro, uma vez que as músicas encaixam na perfeição no estilo do jogo, contribuindo ainda mais para o entusiasmo e aumento da adrenalina, quando envoltos nos frenéticos combates. No plano menos positivo, assinalo a ausência da voz da nossa personagem e sobretudo encarei alguns diálogos onde simplesmente o som não foi reproduzido, deixando um profundo silencio. Por outro lado, a linguagem portuguesa, nem tão pouco a variante portuguesa do Brasil, não está disponível nos menus e informações do jogo e já nem refiro a dobragem do jogo para esse idioma, sendo realmente desapontante e talvez incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados. Porém, podemos optar por jogar o título com as vozes originais japonesas ou em inglês, escolhendo aquelas que mais nos agradam.
Resumindo, Persona 5 Strikers não é um título instantaneamente unanime, uma vez que é claramente direcionado para a legião de fãs da franquia. Ainda assim, a sua excelente narrativa, a jogabilidade exigente e o estilo visual carismático, podem aliciar aqueles que o olhavam com alguma desconfiança.
Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio
de produção e/ou representante nacional de relações públicas.
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