Recentemente tivemos acesso ao jogo Liberated Enhanced Edition, um título de ação/aventura, em 2D, side-scrolling, que tem a particularidade de toda a trama se desenrolar dentro de um livro de banda desenhada.
A versão que foi utilizada como base desta análise foi a da Nintendo Switch e o que salta logo à vista é o seu estilo visual muito particular, bem ao estilo do conhecido filme de Hollywood, Sin City: Cidade do Pecado. É efetivamente um ambiente taciturno, concentrado nos pretos, cinzento e bancos, onde todos os quadradinhos parecem ter sido desenhados à mão.
A sua história baseia-se numa sociedade ou melhor, uma realidade imaginária em que tudo está organizado de uma forma opressiva e assustadora, onde o governo assume todos os passos da população, em nome da segurança. Um simples post nas redes sociais, que o governo ache pouco adequado, pode levar ao desaparecimento de uma pessoa. No meio de tudo isto, surge um grupo rebelde, os Liberated que pretendem por fim às apertadas leis com que se deparam. Nesta trama, o jogador assume algumas personagens diferentes, mas sempre com o mesmo objetivo, terminar com as opressivas e tiranas normas sociais impostas à população.
Liberated Enhanced Edition é uma história interativa, com muito mais enfase na narrativa do que na jogabilidade em si. À medida que a trama avança, a personagem vai prosseguindo de quadro em quadro, aparecendo de vez em quando uma ação para executar, seja atacar o inimigo, esconder-se numa esquina, resolver um pequeno quebra-cabeças ou mesmo um quick-time event, mas nunca nada mais do que isto. Sempre que se cometa um erro, a ação volta ao ponto anterior, por isso nunca somos fortemente penalizados.
Apesar de no menu inicial podermos optar por dois modos distintos de jogo, Player ou Reader, a jogabilidade nunca é o seu ponto forte, pois Liberated Enhanced Edition é claramente mais uma novela gráfica do que um jogo de grande ação e aventura, porém este é descrito como tal pelo estúdio de desenvolvimento.
O grafismo é realmente o ás trunfo de Liberated Enhanced Edition, que através de uma direção de arte realmente bem desenvolvida do início ao fim, transmite alguma chama a um título morno e pouco apelativo. Os cenários, as personagens, o ambiente em redor, está fielmente recriado, dando as sensações corretas, garantido um cariz e uma particularidade bem própria. A sonoplastia, em certo modo também consegue elevar um pouco da fasquia do jogo, sobretudo através da voz do narrador, porém os efeitos sonoros acabam por ser apenas razoáveis.
Assim que se termina a curta experiência, não existem grandes razões para voltar a vivenciar a aventura em Liberated Enhanced Edition, tendo uma longevidade curta. Porém, apraz-me referir que é um daqueles títulos que não entusiasma propriamente, no entanto quando estava a jogar, pensava comigo mesmo “só mais uma página”, mas ao mesmo tempo queria saber o que iria acontecer, o que quando assim é, só temos que parabenizar quem escreveu a trama.
Resumindo, Liberated Enhanced Edition não é seguramente um título para aqueles que pretendam uma ação desenfreada e sem limites, pois os seus pontos fortes são o estilo visual e a narrativa, subjugando a jogabilidade para segundo plano.
Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.
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