JOGOS: DIRT 5 | Análise

17.11.20

Recentemente recebemos para análise o DIRT 5, o jogo de corridas de carros, produzido pelos estúdios de desenvolvimento Codemasters Cheshire e publicado também pela Codemasters.

Fazendo um pequeno exercício de memória, DIRT 5 é mais concretamente o 14º título de uma já longa série, que incluem os jogos Colin McRae Rally, todos eles produzidos pelos mesmo estúdios, porém se nos centrarmos apenas naqueles que ostentam o nome Dirt, ficamos na presença do oitavo título da série, o que diz muita da experiência dos estúdios neste tipo de jogo.

Em DIRT 5, como se pode facilmente concluir pela capa do jogo ou em quase todos as imagens/vídeos espalhados pela internet, a ação desenrola-se sobretudo em pistas fora do comum asfalto, privilegiando a liberdade do off-road, por isso contém com muita lama e gravilha. O jogador pode competir numa grande variedade de locais, como por exemplo Itália, China, Marrocos, Brasil, entre outros, escolhendo várias classes como Rallycross, Off-Road Buggies, ou mesmo Ice Racing, só para citar algumas que saltam mais à vista.

Nos modos de jogo, o jogador tem à sua disposição o tradicional modo Career, onde existe uma espécie de narrativa para embelezar aquilo que verdadeiramente interessa, ou seja, as corridas. A nossa personagem é colocada à prova numa série de campeonatos, contra um piloto rival, apelidado de Bruno Durand, sendo que quem lhe empresta a voz e lhe dá toda a vida é o famoso ator Nolan North, responsável por trabalhos de excelência como o Nathan Drake de Uncharted, Desmond Miles de Assassin’s Creed, The Penguin de Batman: Arkham, entre outros. Para nos auxiliar na nossa demanda, o jogador tem um mentor, Alex “AJ” Janiček, interpretado por outro excelente voice-actor, Troy Baker, conhecido pelos trabalhos realizados em The Last of Us emprestando a sua voz a Joel ou BioShock Infinite na personagem Booker DeWitt, que nos fornece conselhos e dicas preciosas, para termos sucesso e conseguirmos alcançar o primeiro lugar e consequente vitória na competição.

Existem também outros modos de jogo, como as divertidas provas de destreza ou habilidade, onde temos de contornar com perícia determinados obstáculos e barreiras ou as corridas simples, que depois de optar por uma classe de veículos, lutamos pela vitória em vários circuitos ou as provas de Path Finder, onde o objetivo passa por ir do local A ao B no menor tempo possível. Para complementar o lote, ainda existe o modo multiplayer online onde competimos frente a amigos virtuais ou então podemos recorrer ao saudoso ecrã dividido, que em tempos foi o modo rei em nossas casas, para disfrutar de uma saudável competição, frente a amigos ou familiares, no conforto do nosso lar.

Para além de todos já mencionados, está também disponível o modo Playgrounds, que é um local onde os jogadores podem dar largas à sua imaginação e criar as próprias pistas e circuitos, da forma que bem quiserem e entenderem. Uma vez criadas e validadas, as criações podem ser descarregadas por outros jogadores, onde poderão experimentá-las e colocar as suas pontuações nas tabelas de classificação globais. Nesse mesmo modo, se não quisermos por as mãos á obra e criar um circuito pessoal, podemos apenas vasculhar pelas inúmeras e algumas bem particulares pistas criadas por terceiros e acelerar a fundo, tentando ser o mais rápido na competição. É uma forma engraçada de aumentar um pouco a longevidade de um título que rapidamente pode saturar, tal como a maior parte dos jogos de corridas, uma vez que assim a repetição de traçados não é uma constante e é sempre possível surpreender-nos com autênticas maravilhas criadas por outros jogadores.

No plano da jogabilidade, temos de ter em mente, que ao contrário de outros títulos do género que privilegiam essencialmente a simulação do desporto motorizado, em DIRT 5, esse não é de todo o seu conceito primordial. Aqui reina um estilo de condução mais relaxada e não tão exigente, diria mesmo virado mais para o arcade, uma vez que a física do jogo, sobretudo nas colisões, não é nem de perto aproximada aos simuladores. Não quero dizer com isso que o jogo não é divertido, aliás o propósito dele é esse mesmo, por isso não deve sequer ser comparado a outros títulos cujo propósitos são distintos. Realismos postos de lado e voltando à condução vertiginosa, em DIRT 5 existem momentos extremamente cativantes, sobretudo alguns saltos e percursos mais desafiantes, como pistas no gelo, que certamente vos darão muito prazer, assim que dominarem os diversos bólides.

Graficamente, DIRT 5 é um autêntico festim para os nossos olhos, repleto de cores vibrantes e garridas, sempre com muita coisa a acontecer ao mesmo tempo, até durante as alucinantes corridas existem momentos que vemos fogo de artifício e aqui será justo dizer que existe algum paralelismo com um título exclusivo da Microsoft, mas não vou dizer o seu nome. A juntar a isso tudo, o jogo inclui ainda um sistema climatérico dinâmico, que afeta proporcionalmente as corridas, por exemplo, o jogador só pode competir em eventos de corrida no gelo em Nova York durante os meses de inverno. Resta-me realçar que a versão testada foi a da PlayStation 4, que se apresentou devidamente otimizada para esse sistema, porém os jogadores poderão esperar um desempenho visual mais elevado na versão para a novíssima PlayStation 5.

Por fim, uma palavra para a vertente sonora de DIRT 5 que através de músicas sempre bastante intensas e a elevar a adrenalina, conferem um aspeto ainda mais vertiginoso à velozes corridas. Uma situação menos positiva, que não me canso de referir sempre que ocorre, é o facto de pelo menos na versão que nos foi disponibilizada, a linguagem portuguesa, nem tão pouco a sua variante português do Brasil, não está disponível nos menus e informações do jogo e já nem refiro a dobragem do jogo para esse idioma, sendo realmente desapontante e talvez incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados.

Em suma, DIRT 5 é um daqueles jogos que devemos ter sempre presente na consola/PC, pois o seu estilo mais arcade oferece momentos divertidos, bem-dispostos e é essencial quando queremos disfrutar de uma experiência mais relaxada e sem o realismo exigente dos simuladores do desporto motorizado.

Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.


 
 
 
 

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