JOGOS: Crash Bandicoot 4: It’s About Time | Análise

13.10.20

Se são amantes de videojogos, certamente sabem que Crash Bandicoot marcou uma era e é um ícone deste universo que tanta magia nos proporciona. Assim, chegou até nós mais um novo capítulo desta maravilhosa saga, o Crash Bandicoot 4: It’s About Time, o novo jogo de plataformas criados pelos estúdios de desenvolvimento Toys for Bob e publicado mundialmente pela Activision.

Fazendo um pequeno exercício de memória, recentemente, ou melhor precisamente em junho de 2017, a Vicarious Visions e a Activision foram responsáveis por disponibilizar no mercado a Crash Bandicoot N. Sane Trilogy, que contem os três primeiros jogos da série, Crash Bandicoot (1996), Cortex Strikes Back (1997) e Warped (1998), todos eles melhorados graficamente e juntos numa coletânea que é tão ou mais obrigatório que este novo título.

Cronologicamente falando, Crash Bandicoot 4: It’s About Time enquadra-se no final do Crash Bandicoot: Warped, sendo uma espécie de sequela dos eventos corridos nesse jogo, mas muitos e muitos anos após. Crash Bandicoot e a sua irmã Coco, vivem tranquilamente, porém a paz é subitamente interrompida quando os seus maiores inimigos, Doctor Neo Cortex e Doctor Nefarious Tropy, através das capacidades de Uka Uka, conseguem arranjar uma forma de escapar da prisão interdimensional em que se encontravam. Abrindo um portal no espaço, os infames conseguem fugir do presidio, no entanto rapidamente se apercebem que o portal pode ser útil para um cenário ainda mais dantesco, conquistar todas as dimensões. De tal modo fascinados e de forma a garantir o sucesso da maquiavélica operação, a dupla cria um gerador capaz de abrir outras fendas espaciotemporais e recrutam a ajuda de Doctor N. Gin e Doctor Nitrus Brio com o intuito de criarem um poderoso e vasto exército.

Aku Aku, irmão gémeo de Uka Uka, apercebe-se da confusão e rapidamente procura Crash Bandicoot na Ilha N. Sanity. Ao chegar, ele depara-se com Lani-Loli, uma de quatro máscaras quânticas que possuem um grande poder sobre o espaço e o tempo. Lani-Loli percebe a gravidade e a dimensão do problema, convencendo Crash e sua irmã Coco em segui-lo pelo multiverso na procura das outras máscaras quânticas, para evitar a crise e restaurar a ordem planetária.

Crash Bandicoot 4: It’s About Time permite aos jogadores controlar cinco personagens ao longo dos vários níveis, porém Crash e Coco são claramente as principais. Todos os mapas são minuciosamente detalhados e completos, repletos de inimigos, caixas, frutas Wumpa e demais perigos. Existem dois modos diferentes que o jogador pode optar antes de iniciar a aventura, o modo Moderno onde existem checkpoints que são ativados no decorrer da ação, permitindo regressar a esse ponto assim que morremos e o modo Retro que utiliza um número limitado de vidas, obrigando o jogador a encontrar mais enquanto avança na ação, no entanto se as perder todas terá que começar o nível desde o seu inicio. São duas formas diferentes de jogar, aumentando um pouco a longevidade do título.

A jogabilidade utiliza os movimentos habituais na série, como girar e deslizar, mas ao mesmo tempo introduz novas movimentações, como por exemplo, correr pelas paredes, são para citar um exemplo, uma vez que prefiro que descubram os restantes por vocês mesmo. Ao longo da trama as personagens são auxiliadas por máscaras especiais, resgatadas durante a história e que disponibilizam os seus poderes para ajudar a atravessar obstáculos durante certas áreas. Cada máscara tem uma propriedade específica, como por exemplo a capacidade de fazer desaparecer ou aparecer objetos, mudar a gravidade, girar sem fim ou abrandar o tempo.

Em certos momentos é possível jogar com as personagens do outro lado da história, ou seja, podemos controlar Doctor Neo Cortex, Dingodile e Tawna, onde cada um apresenta seu próprio estilo de jogo para superar obstáculos e concluir os níveis. Cortex utiliza uma arma de raio que não só pode ser usada para atacar, mas também serve para transformar inimigos em plataformas sólidas e saltitantes, Dingodile usa principalmente uma pistola de vácuo, que pode ser utilizada para sugar e disparar nos inimigos e objetos e Tawna, embora mantenha alguns movimentos usados ​​por Crash e Coco, faz uso de um gancho para acertar nos objetos a longas distâncias.

Graficamente, Crash Bandicoot e todo os restantes amigos e rivais, nunca estiveram em tão boa foram como agora. Em Crash Bandicoot 4: It’s About Time a presença de cores vivas e intensas é uma constante do inicio ao fim, sempre com muita coisa a ocorrer em simultâneo e onde a sensação de velocidade é fielmente replicada no ecrã. Apresenta um design com texturas bem delineadas e bem executadas, mesmo até os cenários que complementam toda a ação de uma forma eximia e diria mesmo, perfeita. Os dos efeitos sonoros e músicas ambientes estão no patamar que um jogo plataformas desta qualidade exige e dão vida à experiência, sobretudo nos momentos de maior tensão ou aqueles mais cómicos. Nota negativa para a não existência do idioma Português nos menus e informações do jogo, o que para mim é incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os custos nem são de todo elevados.

Crash Bandicoot 4: It’s About Time apresenta uma longevidade de assinalar, sobretudo para aqueles que pretendam a todo o custo platinar o título, uma vez que terão inúmeros itens para apanhar, como por exemplo uma grande variedade de gemas e/ou joias escondidas nos cenários que desbloqueiam skins, frutas Wumpa, cassetes VHS que dão acesso a níveis bónus do jogo original, entre outros. De uma forma ou de outra, os jogadores certamente encontram motivos mais do que suficientes para voltar a jogar, mesmo depois de completarem a campanha.

Em suma, Crash Bandicoot 4: It’s About Time é sem dúvida um título divertido e agradável, que irá certamente agradar aos mais novos ou aos mais experientes, proporcionando longos momentos de boa disposição. Diria mesmo que esta foi sem dúvida a melhor forma de fazer regressar à ribalta, uma das personagens mais icónicas do universo dos videojogos.

Esta análise foi realizada com uma cópia cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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