JOGOS: Metamorphosis | Análise

25.8.20

Recentemente o estúdio de desenvolvimento Ovid Works, em conjunto com a All in! Games, disponibilizaram no mercado dos videojogos, um título extremadamente curioso de nome Metamorphosis.

Claramente inspirado e até certo ponto baseado na galardoada obra literária com o mesmo nome e escrita sabiamente por Franz Kafka, um dos escritores mais influentes e prestigiosos do século XX, Metamorphosis tem uma história incrivelmente peculiar e sem dúvida aliciante.

O jogo começa sem grande floreados e explicações, partindo quase de imediato para o desenrolar da trama. O jogador controla uma personagem de nome Gregor Samsa, que depois de uma noite intensa, acorda com um mal-estar e aos poucos começa a transformar-se em algo completamente inesperado, um pequeno inseto. Completamente atónito e sem grandes alternativas, a personagem só tem um caminho possível, aceitar a nefasta situação e tentar perceber o que lhe aconteceu, seguindo os caminhos possíveis e partindo à descoberta. Como seria de esperar, o trivial para o ser humano pode ser complexo para o pequeno rastejante, pelo que as dificuldades começaram a ocorrer rapidamente. Porém, para além dessa situação inusitada, Gregor ainda tem outro problema em mãos, ou melhor nas patas, provar que o seu amigo Joseph é inocente num suposto delito de que é acusado.

Em Metamorphosis a jogabilidade é simples e resume-se em seguir por determinado caminho, parando em locais estratégicos de modo a saber mais da história através da leitura de documentos, no entanto, alguns lugares requerem a resolução de pequenos quebra-cabeças e da exploração mais atenta e aguçada do cenário em redor, mas nada de muito exigente. No entanto, temos que ter em mente que somos um inseto, por isso uma situação normal como por exemplo atravessar uma secretária, pode ser um autentico desafio e até levar à nossa morte. Os principais riscos são exatamente as quedas, que seguramente irão ocorrer diversas vezes, mas também temos que ter atenção a situações como os perigos de ser eletrocutado, o de cair em locais com água, o de ser esmagado por objeto pesados, entre outros, porém não esperem por confrontos com outros bichos, o que até poderia ser interessante, mas não acontece em Metamorphosis.

Graficamente Metamorphosis não é exuberante nem tão pouco consegue ombrear com os melhores títulos atuais, no entanto cumpre razoavelmente as suas intenções. É um jogo com visão na primeira pessoa e consegue transmitir com clareza a sensação de grandeza do cenário em contraste com o diminuto tamanho do inseto, assim como toda dificuldade em se movimentar em exíguos espaços ou simplesmente em atravessar locais. A nível sonoro, Metamorphosis também não prima pela excelência, mas novamente e não querendo ser repetitivo, cumpre moderadamente, tendo o seu ponto mais alto no som que as patas do pequeno rastejante fazem quando este se desloca rapidamente e pisa solos diferentes. A linguagem Portuguesa, ainda que na versão do Brasil, está presente, apesar de o jogo não estar dobrado. O jogo é relativamente curto e depois de o terminar, poucas ou nenhumas razões existem para voltarmos a reviver a aventura, originando uma longevidade bastante reduzida.

Resumindo, Metamorphosis é um título curioso, com características bastante particulares e com uma trama interessante, baseada numa grande obra literária. No reverso da medalha, a jogabilidade simples, um grafismo pouco refinado e uma reduzida longevidade, configuram o titulo como uma experiencia de uma vez só.

Esta análise foi realizada através de uma cópia cedida pelos estúdios de desenvolvimento do jogo.

 

 

 

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