Precisamente no dia de hoje é
lançado mundialmente o jogo Disintegration, criado pelo estúdio de
desenvolvimento V1 Interactive e publicado pela Private Division, um
título que tem a particularidade de ter o cunho pessoal de Marcus Lehto, co-criador
da famosa série Halo.
A história de Disintegration
ocorre 150 anos no futuro, onde problemas climáticos e ambientais originam o
colapso da humanidade, obrigando que um grupo de cientistas desenvolvessem uma
técnica inovadora, apelidada de integration,
que permite transferir o cérebro humano para um corpo robotizado e dessa forma
não estar dependente dos cada vez mais escassos recursos do planeta Terra. Inicialmente
indicado como um processo facultativo e apenas para os interessados, eis que os
Rayonne,
que são uma fação hostil, emergem e afiguram-se como a força dominante no
planeta, obrigando todos os humanos a enfrentarem o processo de integração. No
meio deste complexo cenário surge um grupo de rebeldes já integrados, mas que
escolheram sobreviver e lutar por um futuro melhor, na esperança de um dia se
tornarem novamente humanos. Eles são os Outlaws,
liderados por Romer Shoal, um famoso piloto de Gravcycle, cujo objetivo é tentar impedir os intentos dos Rayonne
e restaurar a humanidade tal como a conhecíamos.
Disintegration é um first-person shooter, no entanto, inclui
inúmeros elementos de real-time strategy,
onde o jogador assume o papel de Romer Shoal. Aos comandos do Gravcycle, um veículo anti gravidade
originalmente usado para reconhecimento de território, conseguimos não só
utilizar as suas capacidades de locomoção aéreas, como todo o poder bélico presente
no veículo, porém, em simultâneo também podemos liderar grupos de Outlaws situados no terreno, dando-lhe
ordens de movimentação ou ataque, que são fundamentais para atingir o nosso desígnio.
Ao longo do jogo pilotamos diversos Gravcycles,
uns com capacidade de fogo devastadora, porém muito lentos na navegação, outros
mais rápidos, mas apenas equipados com armamento de curto alcance e ainda
outros com armas eficazes no combate à distância, no entanto mais frágeis ao
fogo inimigo.
Para comandar o nosso esquadrão,
existem as habituais instruções já conhecidas de outros títulos, destacando-se o
Follow
Mode que é o estado por defeito das nossas tropas, ou seja elas
colocam-se á frente do Gravcycle e
acompanham os movimentos do veículo. Na presença de inimigos, elas atacam automaticamente
e utilizam as diversas proteções existentes no terreno. Através do Primary
Pulse Order ordenamos que as tropas se mobilizem para o local indicado,
lutando independentemente, sendo elas responsáveis por escolher quais os
inimigos prioritários a abater. Por fim, utilizando o Priority Target Order instruímos
à nossa equipa que ataque um determinado local ou inimigo, de uma forma
agressiva e autoritária, abandonado as proteções do terreno, só regressando à
postura normal depois de cumprido o objetivo. É uma ação útil quando queremos derrotar
incautos mais poderosos, no entanto também é um risco pois ficam mais expostos ao
fogo inimigo. Em qualquer altura, podemos cancelar as nossas ordens através do Order
Cancel, obrigando as tropas a regressar ao modo por defeito, o Follow
Mode.
Cada membro da nossa equipa
possui características especiais, das quais se destacam Concussion Grenades, Ground
Slam e Melee Attacks que todos eles atordoam os inimigos, tornando-os
mais vulneráveis para o ataque final, porém existem objetos específicos no
terreno que também podem ser utilizados em nosso proveito, como barris
explosivos e quadro elétricos, que ao serem atingidos podem infligir dano aos hostis.
Para saber onde estão esses materiais, bem como descobrir a localização de itens
de interesse ou inimigos, o nosso Gravcycle
está equipado com o Scan Mode, que quando acionado pesquisa no terreno por esses pontos
de interesse, salientando-os de imediato, cabendo ao jogador tomar a decisão.
Em termos de jogabilidade, Disintegration
pode inicialmente parecer algo confuso, complexo e até transmitir alguma incerteza
ao jogador, porém quando conseguimos absorver todos os mecanismos e formas de
comandar a nossa equipa, torna-se bastante apelativo. É realmente interessante
verificar como toda a ação se desenrola de forma organizada e fluida, onde num
minuto estamos a atacar desenfreadamente um local, como de seguida damos ordens
para a equipa se retirar, protegendo-se numa zona segura e vice-versa. E a
possibilidade de alternar entre sermos nós, comandando o Gravcylce, a assumir as despesas do ataque ou ordenar que sejam as
nossas tropas a por em prática as suas habilidades, permitindo-nos ficar na
posição de auxilio ou na expetativa, torna realmente o jogo aliciante e estimulante,
pois consegue reunir de uma forma satisfatória o melhor dos jogos de FPS e de
RTS, simultaneamente.
No total estão disponíveis 13
missões no modo Singleplayer, que
podem ser repetidas quando terminadas, optando por diferentes níveis de dificuldade
e tentando ser melhor sucedido. Todas as missões são entusiasmantes e nada
repetitivas, no entanto talvez pecam por serem ligeiramente longas, podendo ser
ao invés mais curtas e intensas. No Multiplayer,
estarão disponíveis diversos modos, como o Zone Control onde cada equipa luta para
controlar o mapa, conquistando e defendendo determinadas zonas especificas, o Collector
onde cada equipa tem que recolher o máximo de cérebros antes de o tempo terminar
ou atingindo um determinado objetivo ou o Retrieval onde os jogadores são divididos
em equipas que só atacam ou só defendem. Os jogadores podem optar por equipas
cada uma com habilidades e características especificas, como os King’s
Guard, os The Sideshows, os Neon Dreams, os Tech Noir, os Warhedz,
os Lost
Ronin, os The Business, os Muertos e os The Militia.
Graficamente Disintegration apesar de
estar agradável, podia apresentar-se melhor polido e ao nível de outros títulos
atualmente existentes no mercado. As dificuldades foram sentidas principalmente
nas cutscenes onde a falta de
sincronismo entres as imagens e os sons era por demais evidente e eventualmente
serão corrigidas numa atualização a ser disponibilizada em breve. Uma curta
critica que mais uma vez assinalo é a não existência do idioma Português nos
menus e informações do jogo, já nem menciono a dobragem do jogo para esse
idioma, o que para mim é incompreensível nos tempos que correm, uma vez que os
custos nem são de todo elevados. Pelo menos na versão que tivemos acesso não
existia, no entanto em informações recolhidas a linguagem PT-BR estará presente
no dia do lançamento.
Resumindo, Disintegration revelou-se
realmente interessante, fruto de uma simbiose entre dois tipos de jogo (FPS e
RTS) e que realmente funciona de uma forma intuitiva, prática e assertiva. Não
me recordo de ver nada parecido no mercado, sendo que desta maneira consegue
agradar a um universo distinto de jogadores, os fãs de first-person shooter e os de real-time
strategy.
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