JOGOS: Concrete Genie | Análise

19.11.19


Recentemente chegou à nossa redação um título muito peculiar de nome Concrete Genie, que sendo um jogo de ação-aventura na terceira pessoa, aborda temas deveras relevantes para a nossa sociedade, como a descriminação social (bullying) e os maus tratos ao meio ambiente/natureza.

Desenvolvido pela PixelOpus, um estúdio de desenvolvimento que faz parte integrante da gigante nipónica Sony, Concrete Genie foi apresentado ao mundo na Paris Games Week de 2017 e aproximadamente 2 anos depois, mais precisamente no dia 8 de outubro de 2019, teve o seu lançamento oficial.


A história de Concrete Genie passa-se numa pequena cidade piscatória de nome Denska, que como tantas outras por esse mundo fora, foi abandonada pela população local, ficando completamente poluída, taciturna e demasiado obscurecida. Ash, um jovem adolescente, que outrora foi um habitante daquela localidade, regressa amiudamente a Denska, onde solitariamente realiza desenhos no seu livro, no entanto a sua atividade é atormentada por um bando de desordeiros que descaradamente roubam o livro de pinturas de Ash, rasgando-o propositadamente. As paginas de livro de Ash são levadas pelo vento e espalhadas por diversos locias de Denska e é aí que começa a nossa demanda, controlando o jovem Ash em busca de recuperar as referidas páginas do livro.

O principal objetivo de Ash é simples, voltar a iluminar a cidade, colorindo-a de cores intensas e vibrantes. No decorrer da aventura, descobrimos um pincel mágico que tem o poder de dar vida às criações de Ash. Essas criações ou melhor, essas criaturas são amistosas e auxiliam-nos a ultrapassar os obstáculos com os quais nos deparamos quando percorremos as ruas sombrias de Denska. No entanto, esses afáveis seres deslocam-se apenas ao longo das paredes ou muros da cidade e em determinadas zonas, estes encontram-se repletos de sujidade e escuridão, que só podem ser ultrapassados recorrendo à super tinta. O nosso pincel mágico é abastecido de tal tinta de acordo com o nível de felicidade das criaturas, e para tal é necessário realizar algumas divertidas atividades com elas, como por exemplo jogar basquetebol, entre outras. No entanto, temos que ter um cuidado especial com o bando de rufias que anda a vaguear pelas ruas, sendo a nossa melhor opção evitá-los, fazendo uso de locais altos ou mesmo os telhados das habitações.


Para além da história expor um tema que infelizmente assola tantas pessoas na população mundial, o sistema de controlos que apresenta, coloca a jogabilidade a um nível interessante. Se por um lado movimentamos a personagem principal Ash através do sistema tradicional, usando os joysticks analógicos do DualShock 4, para pintar as paredes ou dar vida às amáveis criaturas, temos que recorrer ao sensor de movimentos do comando. Inicialmente pode ser complexo, mas depois de ganharmos o jeito, é com relativa facilidade que cumprimentos os nossos intentos. De qualquer modo, podemos sempre desativar a opção do sensor de movimento do DualShock 4 nas definições do jogo, passando a pintar com o analógico direito.

A longevidade é talvez o aspeto menos positivo de Concrete Genie uma vez que concluída a história, poucos são os motivos para se voltar a Denska, a não ser, reviver toda a aventura desde o seu ponto inicial desenhando novas criaturas e pinturas diferentes.


A nível gráfico, Concrete Genie não recorre a um grafismo realista e insanamente detalhado, mas faz uso de uma palete de cores intensa e vibrante, com muita luz e jogos de sombras bem desenvolvidos, bem ao estilo dos desenhos animados que passam nas nossas televisões. De assinalar a evolução da cidade Denska, se inicialmente a conhecemos melancólica e bastante sombria, com o desenrolar e avançar da história, assistimos a uma completa transfiguração, culminando repleta de cor e iluminação, tal e qual como as nossas cidades na altura das festas natalícias.

A sonoplastia, sobretudo os temas musicais que acompanham Ash na sua aventura estão de arrepiar. Sam Marshall é o compositor responsável por tal obra prima e recorreu principalmente a instrumentos que despertam sensações deveras emocionais como a flauta e o violoncelo. Aconselho vivamente a todos, mesmo que não adquiram o jogo, a ouvir o álbum completo que está disponível no serviço Spotify.


Em suma, Concrete Genie é obviamente um jogo dirigido ao público mais jovem, que através da sua história e fantástica lição de moral final, toca em temas como o Bullying e os maus tratos ao nosso meio ambiente, que claramente são da responsabilidade de todos nós. Uma nota de destaque para a incrível banda sonora presente do inicio ao fim da aventura, da autoria do compositor Sam Marshall.

Esta análise foi realizada através de uma cópia cedida pelo representante nacional de relações públicas da PlayStation Portugal.

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